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                                🌻Jade🌻

Quando chego na república, o meu primeiro pensamento é correr para meu quarto, me jogar na cama, pegar meu caderno, e revisar tudo o que vi hoje, mas meus planos vão por água a baixo, quando abro a porta e dou de cara com o Sam e a Kety na minha cama. Do corredor eu já estava escutando uns barulhos estranhos, a cama grunhindo, e uns gemidos. Gemidos não, gritos, mas não tinha certeza se vinha do meu quarto, parecia do quarto ao lado, mas infelizmente estava errada.
Quando eles percebem minha presença, param de se movimentar. Kety assustada, dá um pulo.
Olho para o chão e vejo roupas íntimas dos dois jogadas, e uma camisinha usada em cima da minha penteadeira. Como assim? Tem uma usada mas eles ainda estão transando? Meu Deus.
Meus olhos estão arregalados, e por um momento sinto que eles vão pular para fora. Que porra está acontecendo aqui?
Kety se levanta, enrolada no lençol da minha cama e vem na minha direção. Eu ainda estou parada, tentando processar o que aconteceu. Para falar a verdade, eu sei bem o que rolou, só não sei como eles conseguiram entrar no meu quarto.
"Jade, eu posso explicar." Ela diz se aproximando de mim e passando as mãos pelos meus braços.
"É melhor que você explique mesmo!" Digo em um tom de voz alterada. Não quero ser chata, mas olha a situação em que eles me colocaram. Como que você chega ao seu quarto e fica calma quando vê duas pessoas nuas na sua cama, e uma camisinha usada na penteadeira. Pelo menos jogasse fora essa merda. Passo as mãos pelos meus cabelos e os puxo levemente tentando controlar o nervosismo que estou sentindo.
Enquanto kety permanece calada tentando encontrar palavras para me explicar essa patifaria, Sam pega meu travesseiro e põe em sua parte intima. Reviro os olhos diante da cena. Nunca mais vou dormir com esse travesseiro. Na real, nunca mais quero dormir nessa cama.
Ele se agacha, pega suas roupas e corre para o banheiro, mas o retardado esqueceu que o travesseiro só cobre a frente e não a parte de trás. Quase Rio quando vejo-o correndo com a bunda de fora, mas me seguro. Preciso ficar seria nesse momento, não posso tolerar esse tipo de coisa, mesmo Kety sendo minha amiga. Se ela pelo menos tivesse me perguntado se eu poderia emprestar o quarto, eu até pensaria no caso, mas não, eles simplesmente invadiram e usufruíram da minha cama macia e confortável. Por que eles vieram para cá se tem o quarto deles?
Como ela não fala nada, está travada, eu mesma resolvo perguntar.
"Kety, por que vocês estavam aqui?" Sam surge do banheiro já trocado e me responde.
"A gente estava no meu quarto, mas o filho da puta do Harry apareceu lá e nos expulsou, disse que queria ficar sozinho, e que não tava bem. Eu falei para ele ir dar uma volta, mas ele não quis." Harry não estava bem? Ele continua. "Então peguei a Kety e viemos para cá."
"Ok, mas como vocês conseguiram entrar se estava trancado?" Mecho as chaves na minha mão e mostro para eles que elas estavam comigo.
"A, muito tempo de experiência." Ele ri. "Sempre dava um jeito de abrir a porta das conveniências quando estavam fechadas, para roubar bebida, então invadir um quarto para mim é moleza." Ele coloca as mãos no meu ombro e aperta levemente. "Desculpa pelo o que fizemos, mas queríamos um tempo só nosso, e o Harry atrapalhou tudo." Assinto com a cabeça. Vou aceitar a desculpa deles, mas espero que isso não se repita.
"Ok, sem problemas, mas vocês vão ter que trocar meu lençol e me dar um travesseiro novo." Nós três caímos na risada. Eu amo esses momentos descontraídos, independente da situação.
"Ok ok, já vou começar agora." Sam puxa o lençol do corpo de Kety e a deixa nua. Viro para o outro lado e seguro o riso quando ela grita e ouço que está dando tapas nele por tê-la deixado pelada na minha frente. Ela logo se veste e diz que já posso me virar. Os dois arrumam a bagunça que fizeram e depois saem, se desculpando novamente.
Finalmente me taco na cama e começo a revisar a matéria, mas infelizmente não consigo focar totalmente, meus pensamentos estão longe, e não me deixam em paz. O filho da puta do Harry apareceu lá e nos expulsou, disse que queria ficar sozinho, e que não estava bem. Meu subconsciente faz questão de ficar me lembrando das palavras do Sam. Por que será que Harry não está bem? Será que devo ir vê-lo?
Antes mesmo que eu possa pensar na possibilidade, me vejo parada em frente a porta de seu quarto preparada para bater. Como cheguei aqui e nem percebi?
Respiro fundo, e dou batidas leves na porta. Não tenho resposta, bato mais uma vez e novamente ninguém atende. Quando me viro para voltar para meu quarto, ouço a porta sendo destrancada, e Harry aparece, apenas de cueca. Meus olhos incontrolavelmente vão para suas partes íntimas, e me assusto ao ver o tamanho do relevo presente ali. Engulo em seco e subo meu olhar.
"O que você está fazendo aqui?" Ele coça seus olhos vermelhos e cansados. Acho que estava dormindo.
"Vim ver como você está." Respondo, e ele da passe livre para que eu entre em seu quarto.
"Por que?"
"Por que fiquei preocupada. Sam me disse que você não estava bem."
Harry faz uma cara irônica e balança a cabeça. "Eu não estava bem só por que eu expulsei os dois do meu quarto? Estou cansado de chegar e ver essa merda uma bagunça, cheirando a sexo." Ele aponta para a cama, e percebo que realmente está tudo uma bagunça. A vela que ele acendeu agora parece disfarçar o cheiro, mas ainda consigo sentir um pouco.
"A, então você pode e eles não?" Cutuco ainda mais a onça com a vara.
"Eles podem, desde que tenham o quarto deles, esse aqui é meu. O Sam só está ficando aqui por que não tem nem onde cair morto." Ele se senta na cama e me chama para eu me sentar ao seu lado.
"Sabia que eles foram transar no meu quarto?" Digo.
"Sério?" Ele cai na gargalhada, e eu observo como suas covinhas se formam em suas bochechas quando ele ri. Ele é lindo.
"Sério." Reviro os olhos, e dou uma risadinha.
"Esses dois não tem jeito mesmo." Seu celular vibra em cima da mesa, e ele o pega. Curiosa acabo olhando e vejo que a mensagem recebida é de uma tal de Carol. Harry quando lê o SMS, sorri, e meu sangue ferve. Por que ele está sorrindo caralho?
Quando ele percebe que estou tentando ler, me dá um leve empurrão e eu caio para trás. Ele ri. "Ei, larga a mão de ser curiosa." Ele estende suas mãos para me ajudar a levantar, mas eu orgulhosa não pego, e levanto sozinha.
"Curiosa?" Pergunto fingindo que não sei de nada.
"Sim, estava bisbilhotando meu celular enquanto eu respondia a Carol." Enquanto ele fala, eu encaro a televisão, não quero olhar para ele se não vou acabar me entregando. Ele vem com seus dedos macios mas ao mesmo tempo ásperos e segura meu queixo, me virando diretamente para seu rosto, e me obrigando o encarar.
"Não é mesmo Jade?" Ele pergunta novamente e se aproxima um pouco mais de mim.
"Não, não é."
"Pois eu acho que é sim." Ele fala a pouco centímetros dos meus lábios, até sinto os relar de relance nos meus. Tento virar meu rosto, mas ele continua me segurando. Que inferno.
"Pense da forma que você quiser."
"Está com ciúmes Jade?" Mais que audácia a dele perguntar isso, é óbvio que eu não estou. Estou?
"Ciúmes, de você?" Caio na gargalhada e ele me encara sem reação. "Eu nunca teria ciúmes de você, não tenho motivos para isso."
"A então eu posso te contar tudo o que aconteceu quando te deixei aqui na república?" Ele finalmente larga meu queixo, mas ainda continua me encarando.
"Pode, queria mesmo saber."
"Eu fui para uma festa, e comi três garotas, inclusive a Carol, e agora ela não para de me encher o saco querendo de novo. Esse é o poder que eu tenho sobre elas, e tenho certeza que sobre você também." Quando ele me diz todas essas coisas, sinto uma vontade imensa de vomitar, e sem querer faço uma cara feia, demonstrando que não gostei nada do que ouvi. Que audácia a dele falar que tem algum poder sobre mim, essa é a maior mentira que já ouvi.
"Viu você está com ciúmes."
"Não estou não, só não gostei nada da parte que você disse que tem poder sobre mim."
"E eu não tenho?"
"Não." Grito.
"Então eu posso fazer isso?" Ele se aproxima e dá uma leve mordidinha no lóbulo da minha orelha, e depois cochicha algumas coisas, mas eu não entendo nada, pois eu estou concentrada na minha respiração tentando não me entregar a sensação que estou sentindo no momento. Não posso confirmar sua teoria.
"Pode." Tento responder o mais calma possível, e controlando minha voz para não sair ofegante.
"E isso?" Ele puxa meus cabelos para o outro lado do meu pescoço, e bem lentamente se aproxima. Sua respiração contra minha pele me causa um leve arrepio e tento não pensar no que está acontecendo. Ele umedece os lábios, e dá leves beijos, deixando rastros dos seus lábios umedecidos por todo meu pescoço e clavícula. Meu coração se acelera com tal ato, e parece que ouço ele pulsar nos meus ouvidos de tão forte que estão meus batimentos. Harry começa a dar leves chupões no meu pescoço, e sem querer acabo revirando os olhos sem minha vontade. É totalmente involuntário, é como se ele controlasse os meus sentidos.
Já estou completamente sem forças, não consigo nem sequer mexer meus braços, por que estou completamente entregue a esse momento, a essa sensação, que é totalmente nova para mim.
"Viu como eu estava certo?"
Saio do transe, e depois de ouvir essas palavras, toda a sensação boa vai embora, e eu só consigo sentir raiva dele.
"Não, você não estava certo." Digo, e o afasto de mim.
"Não era isso o que você mostrava segundos atrás, quando revirava os olhos e apertava o lençol da cama." Se gaba.
"Você é um idiota, uma total perda de tempo. Não sei nem por que me preocupei de vir aqui ver como você estava, eu sou uma nova mesmo." Levanto da cama, vou correndo até a porta do seu quarto, abro , e a bato sem dar chances para ele falar qualquer coisa que seja para mim.

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⏰ Última atualização: Mar 31, 2020 ⏰

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