It's cold at home

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Assim que os agentes da FBI foram embora me apressei subindo as escadas em direção ao escritório de casa, no centro do cômodo havia um computador, antigo, mas servia. Me sentei na cadeira levando o mouse em direção ao Google, de tal modo que eu estava prestes a buscar algumas informações quando percebi que não estava conectada a internet, franzi as sobrancelhas e tentei conectar a rede.

* A rede selecionada "Stuart's" requer senha*

Pressionei meus dedos nas teclas do teclado, escrevendo a senha.

"Falha ao autenticar"

-Meus pais trocaram a senha, ótimo – Falei irônica, e em seguida comecei a abrir as gavetas em busca de algum caderno ou bloco com a senha.

Percebi que a procura estava sendo inútil, já que provavelmente meus pais sabiam que eu iria vasculhar a sala então decidi ir para meu quarto.

Pois quando eu finalmente me deitei na cama, mergulhei imediatamente em um sonho. Um estranho e inquietante sonho.

Através de uma neblina malva, eu me vi andando. Eu não conseguia ver para onde estava indo; o nevoeiro à minha frente era muito grosso. Olhando para baixo, vi que eu estava vestindo um conjunto de roupas estranhas, não consegui identificar qual era o tecido mas se sentia extremamente elástico. Eu tentei retornar, girando meu corpo para trás mas algo me travou, como se eu estivesse sendo presa por correntes invisíveis. Tudo que eu podia fazer então era continuar andando para frente cegamente.

Então ouvi outro conjunto de passos, não o meu próprio, vindo em minha direção. Eu parei, meus pés ficaram repentinamente presos ao chão onde eu estava. Mas a outra pessoa não. Ele ou ela continuava vindo. Meu coração disparou. Eu queria gritar. Mas meus lábios pareciam costurados por medo e eu não pude emitir nenhum som.

De repente, uma silhueta fraca apareceu a poucos metros de onde eu estava. A pessoa parou de avançar e estendeu a mão para mim. Eu tremi. Eu não podia me afastar e não conseguia segurar a mão da pessoa. Eu nem sabia qual era a coisa certa a se fazer.

- Não tenha medo- Franzi as sobrancelhas ao ouvir minha própria voz ecoando na escuridão- Não me diga que você ainda não entendeu...- Ela riu suavemente, a neblina se tornou aos poucos menos espessa e quando meus olhos se focaram na garota a minha frente eu percebi que estava olhando para mim mesma, bom, não era justamente como um espelho que refletia minhas ações e sim outra representação de mim mesma existindo e falando por conta própria.

É nesses momentos, durante o nosso sono R.E.M onde é a fase do sono na qual ocorrem os sonhos mais vívidos que acordamos assustados, entretanto desta vez isso não aconteceu, a garota continuava me olhando com a mão estendida em minha direção e a única diferença visível entre nós era que ela estava com o cabelo loiro e um daqueles vestidos de hospitais.

- Eu sei que já entendeu, você não é estupida...até porque eu sou você

Eu abri minha boca, mas as palavras não saiam. Além disso nada disso fazia sentido para mim. Eu não fazia nenhum sentido nem para mim mesma.

- Você não consegue falar aqui dentro, mas isso não importa agora, preciso te mostrar algo..- Ela afastou os dedos da mão que estava erguida. – Por favor, segure minha mão, não temos muito tempo.

Meio hesitante, fiz o que ela mandou, sua mão estava gelada em comparação com a minha e mesmo com toda essa loucura ela sorriu para mim, permitindo e me mostrando o caminho onde nós duas estávamos indo. Quando eu pensei que os meu olhos estavam se acostumando com a escuridão percebi que de fato não estava mais escuro e sim que nós duas estávamos imóveis na frente de algum tipo de vidro, e do outro lado onde não era possível atravessar havia uma lucidez alaranjada, o que me lembrou brevemente o pôr do sol. Eu voltei minha atenção para minha outra "eu" e a observei cuidadosamente, ainda parcialmente esperando que ela fizesse ou dissesse algo.

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⏰ Última atualização: Jun 11, 2019 ⏰

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