LOVE

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Encarei Marinette de soslaio. Ela estava concentrada terminando de resolver uma questão. Sua expressão era engraçada, como se realmente estivesse fazendo algum esforço físico. Ontem eu concordei em ajuda-la com matemática depois da aula. Então, hoje estávamos aqui estudando na biblioteca.

- Acabei! – comemorou e suspirou. – Tá certo? – me mostrou seu caderno.

- Está sim, parabéns! – disse depois de conferir e ela sorriu satisfeita – Ah, e Marinette? – chamei sua atenção, precisava falar o que eu queria de uma vez.

- Sim?

- Sabe que dia é amanhã, não sabe? – ela pensou por alguns segundos.

- Dia dos Namorados? – assenti – É, uma data que eu não faço questão de lembrar. – sorri de lado e a encarei.

- Já que estamos estudando matemática, qual a probabilidade de você sair em um encontro comigo amanhã? – falei usando todo o meu charme e recebendo um olhar incrédulo da minha melhor amiga.

- Isso é sério?

- Seríssimo!

- Então suas chances são de 12,5%.

- Esse número é baixo. E bem específico. – franzi a testa – Por que não quer? Eu sou incrível!

- Não é que eu não queira. Acontece que o Dia dos Namorados é uma data romântica e tal. – Marinette colocou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

- Alô! É óbvio! – escorei o meu rosto em uma das minhas mãos e a encarei – Por que você acha que eu estou te chamando?

- Porque você não quer ficar sozinho?

- Também, mas não é só isso.

- Porque você vive flertando com as pessoas?

- Não, eu vivo flertando com você. – corrigi.

- E isso faz diferença? – ela suspirou – Olha, eu já disse o que penso sobre isso. É perda de tempo, você sabe.

- Qual é? – fiz a minha melhor expressão de gatinho abandonado – Eu sei que você acha que é um desperdício do seu precioso tempo, mas tem jeito melhor de desperdiça-lo do que comigo? – ela me encarou, pensando sobre o assunto. – E você sabe que a Alya vai te arrastar para um encontro com um cara qualquer como ela sempre faz nessa data. E eu não sou um estranho. É bem melhor sair comigo.

- Tá, podemos sair em um encontro.

- Beleza!

- Se você concordar em estudar física comigo na semana que vem.

- Estarei ao seu dispor, my lady! – fiz uma reverência e ela socou levemente o meu braço.

- Agora me ajuda nessas outras contas antes que eu mude de ideia.

***

Me encarei em frente ao espelho e dei uma piscada para mim mesmo. Estou lindo como sempre.

E também confesso que estava um pouco nervoso.

Eu gostava pra caramba de Marinette e por isso vivia flertando com ela, mas a pateta não se ligava. Na verdade, acho que ela não queria se ligar, já que ela vivia dizendo que amor era uma perda de tempo, que ela tinha mais o que fazer e blá blá blá. Até hoje não sei se são traumas passados ou ela simplesmente não quer saber de relacionamentos. Marinette não costuma falar da sua vida amorosa.

Eu meio que me conformei com isso, mas não custava tentar, não é? Quem sabe um encontro com o gatão aqui faça com que ela mude de ideia?

Afastei meus pensamentos narcisistas – melhor deixar para me elogiar depois – e pedi ao meu motorista para que me levasse na casa de Marinette. Felizmente não precisei implorar muito para o meu pai me deixar sair. Espero que ele não esteja pensando em comemorar a data também... Urgh!

Waste It On MeOnde histórias criam vida. Descubra agora