Capítulo Único

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Disclaimers: Harry Potter pertence à J. K. Rowling. 

Nota: Essa é uma obra de ficção, elementos da obra original podem ser alterados para melhor compatibilidade com a história. 

Nota 2: Não fica explícito na fic, mas Astoria está no último ano em Hogwarts.

IRRITANTE

 Ficou com a varinha em guarda, apontando-a direto para o nariz do sujeito, mas a intimidação não funcionou. O garoto ainda tinha aquele olhar esnobe e vitorioso no rosto, como quem tem certeza de que não vai ser atacado.

O loiro abaixou a varinha, não valia arranjar briga. Tentou relaxar, esfriar a cabeça, mas viu um sorrisinho rasgar as feições do outro, nitidamente expressando um ‘eu disse que você não iria atacar’. E ele não pode se segurar.

=8=

Draco Malfoy levantou os olhos da pilha de papéis que analisava. O que aquela maldita garota estava fazendo em seu escritório, de novo?

Malfoy trabalhava no Ministério da Magia, em uma função pequena e insignificante, algo que ele considerava indigno e inferior. Mas depois da guerra, depois do nome dos Malfoy ser atirado à lama e parte da fortuna escoar com os gastos dos Comensais, não podia exigir muito. Não estava pobre, ainda circulava na alta cúpula das famílias ricas e tradicionais, mas já não podia ostentar o mesmo luxo que antes. Quem lhe arranjara o emprego fora o senhor Greengrass. Ele trabalhava no Ministério há muito tempo e fora uma das poucas famílias de sangue-puro a não tomar um lado na guerra, o que significava que ele era confiável e influente. E com algumas manobras conseguiu um cargo para o jovem de cabelos claros. Não era nada grandiloquente, mas era uma função como qualquer outra e ajudaria Draco a galgar seu caminho para um cargo mais importante.

Astoria Greengrass era filha caçula de seu “salvador” e só por isso ele a suportava. Odiava os períodos de recesso escolar, pois a pirralha sempre aparecia no Ministério. Geralmente, o senhor Greengrass levava a filha as compras ou outro programa banal, após sair do trabalho. Mas o homem era um verdadeiro workaholic, e esquecia completamente seus compromissos e horários e só ia para casa quando era enxotado pela faxineira, por isso, durante as férias, Astoria aparecia para buscá-lo.

Mas agora ela estava ali, sentada diante de Draco, do outro lado da mesa, brincando com o grampeador de papel. Era a última pessoa que desejava ver.

“O seu pai...” O rapaz começou, mas mal pode terminar.

“Em uma reunião de trabalho, vai ser bem longa.” Ela informou, com aquela voz mole e modorrenta. O rosto trazia uma expressão enfadonha e a única coisa interessante parecia ser brincar com o maldito grampeador.

Astoria não era uma garota excepcionalmente bonita. O rosto era comum, o cabelo castanho em um corte sem graça, as roupas sóbrias. Nenhuma joia, exceto um relógio de pulso que o pai lhe dera de aniversário, praticamente nenhuma maquiagem. Sempre falava daquele jeito arrastado e lento, sem nenhuma inflexão. Nunca estava muito feliz, chateada ou brava. Parecia estar apenas terrivelmente entediada. Para Draco, era uma garota praticamente invisível.

“E o que veio fazer aqui?” Malfoy tentava concentrar-se na papelada que precisava revisar, mas o barulho do grampeador o estava irritando.

“Vim dar um oi.” Respondeu, espalhando os grampos amassados pela mesa.

“Se já deu...” Os olhos cinzentos lançaram um olhar fuzilante, mas a garota nem se abalou e continuou a brincar com o objeto de escritório. “Você pode parar de brincar com essa porcaria, sua pirralha irritante?” A bronca saiu grave e forte. Mas a menina não pareceu realmente intimidada, deu de ombros e colocou o objeto de lado.

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