Capítulo III

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Lúcia me leva até a entrada dos fundos antes que alguém nos visse. Estava desanimada, não queria sair do jardim que eu tanto amava. Sonhava com o dia em que eu estarei livre dos muros do castelo. Mas como fazer isso noiva de Fhelipe ? Eu estaria presa de qualquer forma a uma vida tediosa e chata.

- Seu pai irá a seu quarto alteza ! - Lúcia parecia cansada - Por favor não conte a ninguém que eu...

- Não se preocupe Lúcia - Pego em sua mão e sorrio para confortala - Agora vá descansar, você parece cansada. Eu assumo daqui ! - Olho para as escadas que levavam a o corredor principal.

Lúcia reverencia e logo vai a seu dormitório. Subo ás escadas com calma para que ninguém ouvisse os rangidos que a escada velha fazia quando andara nela. Estava entre o corredor do quarto de meus pais e o meu. Ando devagar mas com muita pressa para entrar e esperar meu pai.

- Oque está fazendo fora do quarto a essa hora ? - Paro rapidamente no meio do corredor. Era meu pai perguntado do porque eu estava fora do meu quarto. Fico calada por alguns minutos pensando na desculpa perfeita para escapar da bronca de meu pai.

- Perdão, estava no jardim meu pai - Olho para baixo - Espero que não se importe por eu ter saído !

Ele não falou nada apenas arqueou as sobrancelhas.

- Sei que não deveria está lá fora a essa hora papai - Olho para ele - Apenas queria respirar um pouco.

- Quantas vezes vou falar que tem que ficar aqui Montserrat - Sua voz estava firme e fria como se estivesse aborrecido.

- Perdão meu pai...se me permite vou para meus aposentos ! - Dou as costas e abro a porta do meu quarto. Ele me interrompe antes que eu entrasse.

- Boa noite minha filha ! - Sua voz estava mais relaxada - Espero que não ache que quero prende-la aqui. Eu apenas me preocupo com você !

Será mesmo ? Me prendendo, ms obrigando, me privando de fazer coisas que eu gosto, me proibindo de sair do castelo. Um jeito bem estranho de se preocupar comigo.

- Eu sei - Respondo finalmente - Boa noite papai ! - Entro no quarto e fecho a porta.

Vou até a janela para olhar até a floresta - que estava linda esse noite. Meu quarto ficava no alto do castelo, não era tão alto e também nem tão baixo, mas era alto o suficiente para ver a floresta. Forço o olhar para algo que me chamava atenção no meio da floresta. Uma luz  brilhante amarela e meio vermelha que ficava alaranjada quando se afastava. O que era aquilo ? Nunca tinha visto nada como aquilo. Camponeses ? Caçadores ? Scott ? Fazia 2 anos que não tinha o visto, não sabia se era ele aquela pessoa que vi caçando um servo na floresta cheia de névoa a 2 anos atrás, mas deduzi que sim, havia um probabilidade enorme de ser ele.

Fecho as cortinas e deito em minha cama. Desligo o abajur e me cubro com o cobertor grosso. As palavras que ouvira de Fhelipe passavam por minha mente sem parar. Eles vão se arrepender...eu não consiga parar de lembrar. Quem iria se arrepender ? Era com esse cara com quem meu pai queria que eu casasse ? Um homem vingativo ? Já não esperava mais nada de Fhelipe. Fecho os olhos e sem motivos alguns, sem ter lembrado de nada começo a pensar em Scott e acabo pegando no sono.

                                   ◇

Acordo estranhamente animada. Não tinha motivos para está assim mas eu estava. Me visto rapidamente e desço as escadas até o salão principal onde havia almoçado ontem a tarde. O céu estava um azul bastante bonito, os raios de sol reluzente esta manhã, os raios de sol deixavam os corredores do castelo mais acolhedor e aconchegante, o jardim também estava bonito. Ontem a noite tinha sonhado com Scott, meio estranho. Aquilo não tinha importância, não agora, porém sabia que não tinha motivos para ter sonhado com ele. Talvez aquela briga sobre ele no almoço me fez sonhar com ele. Ou não ? As empregadas pareciam mais animadas para trabalhar também, geralmente elas não estão sorrindo ou cantarolando pelos corredores, mas hoje estavam. Talvez o sol da primavera causase um efeito estranho nas pessoas. Queria que causase isso em meu pai também.

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