Koichi, esse era o nome daquele menino que nunca socializava com alguém. Ele tinha longos cabelos pretos, os seus olhos eram pretos e não havia um pingo de brilho neles. Notava-se as suas olheiras, elas eram as que mais marcavam presença sobre a sua pálida pele. Ele agia de um jeito estranho... Eu lembro daquele dia em que ele se mutilou em frente da turma, ao lado do professor.
Eu juro que eu tentei me aproximar dele, mas tinha algo... Que deixava o meu coração palpitando.
Todas as vezes que cheguei perto dele, ele me olhava sem esperança alguma, e sorria para mim. Todos achavam que eramos amigos, porque ele sorria somente para mim. Estaria eu a sonhar? Não, eu não estaria...
Quando as aulas acabavam, eu regressava a casa e via o sorriso pertubador de Koichi, ele sorria como um maldito psicopata, eu odeio aquele sorriso, me dava medo.
Eram umas 20:30, eu estava regresando do mercadinho que ficava a uns minutos da minha casa. Eu estava distraído, mas voltei à realidade quando esbarrei em um corpo de um estudante no chão. Eu fiquei preocupado e tentei acordá-lo, mas ele não tinha pulso... E quando eu peguei o meu celular para chamar a ambulância, uma faca passou rastejando pelo meu pescoço. Eu senti o meu sangue escorrendo até ao meu peito e quando olhei para trás, lá estava ele. Koichi e o seu maldito sorriso psicopata, eu engoli seco e com dificuldades, pensei que fosse o meu fim.
-- Takeshi-kun, você sempre se mete onde não é chamado. E veja agora, você está nas minhas mãos. -- Susurrou Koichi. A voz dele era calma, mas sedenta por sangue.
-- K-Koichi... -- Não pude susurrar mais, o medo conseguiu me dominar. As compras que estavam na minha mão caíram.
O meu corpo estremeceu quando Koichi passou a sua língua pelo sangue que escorria do meu pescoço. Eu soltei um leve ruído, doía. Koichi me encarou com aqueles olhos mortos, e neles, só via o reflexo da lua. Como que eu podia estar feliz com aquilo? Koichi era estranho, precisava me afastar dele o mais rápido possível.
Quando Koichi finalmente me liberou, eu me levantei e pegando no saco de compras, eu saí correndo, pedindo desculpa ao moço que eu não consegui salvar.
Fiquei com medo de ir à escola. Faltei vários dias seguidos, e quando eu regressei, eu vi vários vasos de flores sobre as mesas. Quase metade da turma tinha se "suicidado", e agora quem restava era... Koichi e eu.
Eramos os únicos naquela sala, eu senti como o meu suor congelou e os meus nervos me subiam à cabeça. Ouvi uma porta deslizando, o que chamou a minha atenção, voltei a olhar para trás com algo de medo e lá estava aquele maldito. Koichi, ele não havia mudado em nada, mas... Ele tinha sangue nos seus lábios...
Eu fiquei mais aterrorizado e me dirigi à porta, quando a tentei deslizar, um corpo morto quase caiu sobre mim. Eu me afastei, e me machuquei quando fugi de repente. Koichi começou a rir, eu estava com pavor, mas estava sentado na mesa dele agora.
Koichi acariciou as minhas pernas e me encarou novamente, ele sorria como um maldito psicopata.
-- Takeshi-kun, agora é entre nós. Porque você é o último? Eu não lhe direi a resposta ainda, mas não se preocupe... Fique comigo e eu jamais lhe machucarei como eu machuquei todos aqueles à sua volta. -- Comentou Koichi. A sua voz era grossa, profunda e sedenta por algo.
-- K-Koichi, me deixe ir por favor, poupe a minha vida e juro não contar a alguém o que você faz. -- Acrescentei. O medo me possuía naquele momento.
-- Hmm, não quero Takeshi-kun. Você sempre foi legal comigo, nunca me abandonou quando os outros ficaram rindo de mim, mas você não deveria ter falado comigo. Todos à sua volta eram irritantes, você não me dava mais atenção. Agora você tem de sofrer com as consequências das suas ações~ -- Alegava Koichi, com aquele sorriso psicopata.

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Os horas passam, os anos matam
HororEu nunca mais quero olhar para um relógio, se eu pudesse somente parar o tempo...