Ochako bateu o bloco de papel na mesa para alinhar as pontas e organizou mais uma pilha em cima da mesa. Suspirou aliviada por aquele ter sido o último, odiava ser a responsável de sala, esse negócio de revezar as tarefas de classe era tão maçante que só de pensar seu corpo já se cansava e amolecia.
Uraraka olhou para as pilhas que estavam no lado contrário da mesa, o mesmo lado onde havia um cara explosivo que acabara por cochilar de qualquer jeito ali mesmo, descansando a cabeça na tampa da carteira como se aquilo fosse o travesseiro mais macio dali. A garota sorriu ameno, por algum motivo ele decidiu que ajudaria ela a acabar o trabalho chato e ele ajudou de fato, fazendo birra como quem não queria ter uma imagem boa, mas ainda assim ele passou aquele fim de tarde ali com ela. O motivo mesmo não importava, só o fato dele estar ali já aquecia seu coração de forma inexplicável.
A morena se espreguiçou na cadeira, teria de levar aquela papelada toda até a sala dos professores, mas por ter que acordar Bakugou para ajudá-la nessa tarefa resolveu esperar mais um pouco, vê-lo dormir daquele jeito era aconchegante, diferente de quando está acordado, dormindo parece uma criancinha.
O relógio marcava quatro horas, a luz laranja invadia a sala refletindo nos cabelos loiros de Katsuki, Uraraka nunca foi de reparar muito na aparência das pessoas, mas aquele cabelo em especial a deixava curiosa, era espetado, parecia ser do tipo que machuca se tocar, parecia uma explosão, mas é só cabelo, não tem como se machucar só por tocar. Quis por isso a prova, por isso esticou a mão com delicadeza em direção àqueles fios loiros, não eram duros, eram macios, e bons de afagar.
O cafuné acabou assustando Bakugou, fazendo com que o colega brutamente acordasse e levantasse a cabeça sem entender o que estava acontecendo.
Franziu a testa quando encontrou os olhos castanhos esbugalhados o olhando logo depois de tomar um susto.
– O que está fazendo cara redonda?! – Reclamou com sua carranca costumeira.
– Nada... – Ochako sorriu nervosa e com rubor nas bochechas. – Eu apenas te acordei para irmos embora, eu terminei minha parte. – Falou com uma desculpa aparentemente plausível.
Ele a encarou com seus olhos rubros, franzindo o cenho e parecendo irritado como sempre, em seguida abaixou a cabeça de volta na mesa ignorando a garota.
– Continua... – Pediu após alguns segundos de silêncio. – Daqui a pouco a gente vai.
Uraraka não entendeu bem o que Bakugou queria até este pegar sua mão e colocar de volta na sua cabeça.
Suas bochechas pegaram fogo no mesmo instante, mas ela não recusou afagar seus cabelos.
Demoraram mais um pouquinho na sala apreciando a companhia um do outro. Os professores não sentiriam falta dos papeis se fossem entregues mais tarde.
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Cafuné
FanfictionEra só cabelo, mas ela gostava de tudo nele e tinha curiosidade sobre tudo nele.