C h o r e

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Ao ver o rosto familiar que a tanto tempo não via Chaeyoung sentiu que podia desmaiar a qualquer momento. A menina estava paralisada sua mão ainda segurava a porta, porém seu corpo não se movia e seu olhar não saia do rosto do homem em sua frente. Milhares de flashes do passado se passaram na frente de seus olhos, gritos, seu corpo encolhido no chão de seu quarto chorando desconsolada.

— O-o que faz aqui? — A menina forçou sua voz para conseguir falar, porém ela soou falhada e um tanto chorosa.

O homem aparentava estar nervoso, seus dedos apertavam a alça da mochila fortemente fazendo com que seus nós ficassem brancos. Limpou a garganta e fitou o rosto assustado da menina em sua frente. — Posso entrar? — Perguntou forçando seu corpo para frente, tentando entrar na casa.

Chaeyoung hesitou durante alguns segundos, mas assentiu um tanto receosa e deu espaço para o homem entrar.

— Você ainda não respondeu a minha pergunta, YongNam — Chaeyoung falou com a voz mais firme, o espanto já a havia sumido de seu organismo, agora tudo o que havia sobrado era o remorso que cultivava pelo homem mais velho.

O homem estava de costas para ela e observava com admiração a casa da mais nova. Virou-se e suspirou triste ao encontrar o olhar raivoso da garota. — Chaeyoung… Eu… — Olhava para baixo agora, o peso da consciência em suas costas aumentava a cada segundo. — Eu sei que você provavelmente me odeia… Mas eu preciso de um lugar para ficar e…

— E você veio para a minha casa? — Chaeyoung o interrompeu. — Você sequer pensou antes de fazer isso? Como descobriu onde eu moro? — A menina não tentava esconder a raiva em sua voz.

— Tenho meus contatos — O mais velho disse simplesmente, Chaeyoung quis dar um soco em seu rosto no exato momento que ele proferiu as palavras. — Eles também descobriram que você vai estrear na televisão, isso é verdade?

Chaeyoung fitou o mais velho incrédula e então começou a rir sem qualquer resquício de humor. O homem a fitava com um ponto de interrogação ilustrado em seu rosto. — Minha vida não te diz a respeito… Não mais — Seu tom de voz era altamente sério assim como seu rosto.

— Filha por favor… — Pediu tentando tocar o ombro de Chaeyoung, essa que afastou sua mão com um tapa.

— Não ouse me chamar de filha! — Chaeyoung proferiu no rosto do mais velho, seus olhos brilhavam pelas lágrimas que teimavam para cair. — Você não tem esse direito, não depois de tudo — Ela já não segurava suas lágrimas, o homem em sua frente se tornou uma forma preta embaçada Sua cabeça funcionava a todo vapor trazendo lembranças desagradáveis.

O som ambiente do quarto era feito de risadas e beijos estalados. Os corpos estavam aconchegados um no outro, suas pernas estavam entrelaçadas.

— Quando a gente casar, eu quero ter uma casa bem grande — SoYoung, namorada de Chaeyoung disse animada. Chaeyoung sorriu e fitou o rosto da outra garota. — Com um quintal bem grande para nossos filhos correrem.

— E nós continuaríamos a morar aqui? — Chaeyoung perguntou enquanto desenhava linhas invisíveis com a ponta de seu dedo no braço da mais velha.

— Na Austrália não. Talvez em algum país da Europa?

— Inglaterra? — Chaeyoung sugeriu e levantou a cabeça sorrindo deixando um selinho nos lábios da namorada.

— Inglaterra — SoYoung pensou por alguns segundos e depois assentiu sorrindo. — Londres me parece um bom lugar

— Então nós vamos morar em Londres com os nossos cinco filhos.

Behind the ScenesOnde histórias criam vida. Descubra agora