Três amigos juntos: Ryan, Tyler e Frank... juntos a comemorar o aniversário do último. Tinham planejado algo simples, por isso se amontoaram na minúscula quitinete de Frank, que tinha apenas dois cômodos: quarto/cozinha e banheiro:
Clima caseiro bem parado, opção escolhida por ser a mais barata. Tyler estava jogado na cama, Ryan observava o anfitrião da casa passar o café, estava explicito o tédio.
O silêncio é quebrado por batidas na porta, revelando uma velha senhora de idade, gritando alto com Frank, jogando sobre ele uma caixa velha e empoeirada:
- Deixe suas tralhas longe daqui, Iero!!
Sem ao menos ouvir resposta, ela se retira, deixando os jovens confusos... todos cercaram a caixa, vendo dentro dela o jogo de tabuleiro do além, o famoso
Jogo de Ouija.- Bela maneira de animar a festa - Tyler diz animado.
Ryan se encolhe, e é abraçado de lado por Frank: não dá bola, Ry, esse negócio é furada!
Para provar o que diz, Frank faz a tentativa, montado o necessário e perguntando se tinha alguém ali, falhando na primeira... funcionando na segunda. Porém o garoto ri de maneira nervosa, dizendo ter sabotado.
- Viu, Ry... Pura lorota!
Frank volta a passar o café, percebendo uma quietude fora do normal vindo de seus amigos:
- Pessoal? Tudo bem?
A resposta vem de uma voz metálica, soando em coro: Sim, tudo bem... Franklin.
Assustado, ele olha para trás, vendo seus amigos em pé, um ao lado do outro... com uma aparição a suas costas, como se os segurasse. O homem de cabelos negros e pele pálida trazia uma sensação pesada ao ambiente fazendo Frank desmaiar.
Ao acordar no dia seguinte, pensa naquilo como se fosse tudo um pesadelo, vai para o trabalho, procurando Ryan por todos os lugares:
- Hey, Tommy... você viu o Ryan?
- Que Ryan?
- Nosso amigo, repositor... que eu to ficando...
- Cara, nunca ouvi falar...
- Mas....Frank trabalha ansioso, chega em casa, mal se aproxima da cama, desmaia para ter um sonho vivido, um sonho do passado: Onde aquele fantasma entrava a porta e falava com ele, usando outro nome, eles pareciam do passado, parecia que iam fugir.
- Nós vamos nos casar, Franklin.
Frank se sente feliz, acorda em um sobressalto, sentindo seu quarto gelado, sendo que ele não tem ar condicionado.
- Quem é você?
Frank vê o fantasma através do espelho, sorrindo para ele, parece que ele sente o tocar, cada vez mais parecia algo lucido:
- Qual seu nome? Por que você está aqui?
O fantasma sorri, Frank desmaia de novo.
O mesmo sonho lucido, continuando o outro: Os dois correm até o lado de fora, onde tinha uma carroça..., porém dois homens os alcançam. Franklin chama um deles de pai, ao que parece não apoiava o casamento, dizia coisas absurdas, atirando no "fantasma", Franklin em desespero grita o seu nome.
- GERARARD... Gerard...
Frank chamava, como se acordasse de um pesadelo, olhando para o fantasma que parecia lhe esperar pacientemente no espelho- Eu sinto que posso amar você de novo.
Frank diz ao fantasma que não emitia som, mas tinha uma expressão tranquila.A cada dia que passava, Frank dedicava ao fantasma, um amor cego, que o tirou do mundo, trancou em sua própria casa, a enchendo de espelhos para que pudesse ver Gerard onde fosse. Se esqueceu de trabalhar, de pagar o aluguel... de seus amigos.
Preocupada com a situação, a mãe de Frank, após receber ligações do trabalho de seu filho, faz uma visita ao mesmo, preocupada, ela bate na porta várias vezes, sem resposta ela chama a polícia já esperando o pior. A dona da quitinete usa da chave reserva, ao abrir a porta encontram Frank seminu, deitado na cama, rindo para o espelho que estava grudado no teto.
Preocupada, sua mãe o leva para sua própria casa, deixando em repouso por alguns dias, enquanto buscava a ajuda médica necessária.
A noite agora era cheia de tormenta, os pais de Frank tentavam dormir mesmo com os barulhos que Frank fazia no quarto ao lado... Risadas, cantos, conversas estranhas, sussurros, até mesmo gemidos.
Apenas por uma noite tudo aquilo cessou, quando em uma de suas conversas com Gerard, Frank viu a imagem no espelho falhar, como se estivesse ficando fraca, tornando algo diferente. Agora ele via uma versão de si mesmo, porém com roupas de séculos atrás.
Por toda informação que tinha recebido, era nítido que aquele era Franklin, que olhou para ele com um olhar urgente, colocando suas mãos sobre o limite do espelho, sibilando algo como “Não confie nele”, Frank ficou confuso diante aquilo, “Você tem que se lembrar” essa frase soou um pouco mais alta, Frank prestava atenção, parecia que sua versão do passado tentava juntar forças para conseguir se comunicar, soando um tanto dolorido. Qual sua imagem estava um pouco mais nítida, ele falou de uma só vez tudo que precisava:
- Frank, você não pode confiar em Gerard. Ele era uma pessoa em 1830, mas a morte violenta o transformou em um fantasma atormentado... ele não é a mesma pessoa, acha que tu sou eu. – Tomou uma pausa para pensar melhor. – Ele está caçando todas de minhas encarnações, ele acha que é assim que terá paz, mas ele está errado.
- Como ele pode fazer isso então?
- Ele precisa me encontrar... mesmo que eu esteja perto dele agora, ele está tão cego pela confusão e não sente minha presença.
- E como eu faço isso?
- Ache seus amigos.
- Que amigos?
A imagem de Franklin some, deixando o vazio no quarto. Levando Frank a um flashback atordoado, com a memória do seu aniversário. Sentindo-se tonto por um momento, ele levanta, notando a imagem de Franklin na janela. Ele se aproxima, e a imagem se move para outra superfície refletora, Frank segue todas elas, até chegar em uma casa velha, que tecnicamente era para ser um monumento histórico, mas ninguém nunca realmente se importou.
Franklin estava na janela, o ultimo reflexo seu foi apagado assim que uma borboleta amarela pousa suavemente sobre sua imagem. Frank pensou em arrombar a porta, porém aquele lugar era tão abondando que ela já estava arrombada.
Seguindo o ar gelado, ele desce as escadas, indo até o porão, vendo dois garotos desidratados, com fome e com frio amarrados tantos nas mãos, quantos nos pés, igualmente acorrentados em uma coluna da casa. Eles nem tinham mais consciência, Frank se sentiu mal pela situação, de certa forma aquilo era sua culpa.
Correu para desamarrar os garotos, porém foi impedido por um fantasma que já era conhecido seu.
- Gerard... por que você fez isso?
Gerard sorri se aproximando de Frank, que cada vez se afastava mais.
- Eu não sou o Franklin, sabe disso né? – A voz de Frank saiu tremula.
Gerard parecia nem escutar.
- Eu acho que Franklin sente sua falta.
A aparição de Gerard ficava cada vez mais sólida, Frank estava congelado de medo. Olhando ao redor apenas com os olhos já que seu corpo não se mexia. Vendo que não tinha espelho no lugar, ou nada que refletisse. Olhando agora de maneira muito rápida o que poderia ser feito, ele observa um possível foco de dengue, mas também uma solução... um balde de água, tomado pela adrenalina ele chuta sem pensar duas vezes, derramando a água, que refletia na luz forte daquele cômodo.
Franklin aparece tremeluzido, chamando por Gerard que o escuta. Seus olhos se direcionam para o chão.
- Franklin? – A voz de Gerard soou confusa.
Frank sorri de maneira de nervosa, estava feliz, com medo, e totalmente urinado.
Franklin surge dimensional, um tanto mais forte.
- Obrigado, Frank... sua coragem nos salvou!
- Eu não entendo... como em tantas encarnações ninguém fez isso – Apesar de mais calmo, Frank ainda estava nervoso. – Era só mostrar seu reflexo!
- Apesar de soar simples, muitos morreram de medo no progresso, por isso admiro você... você foi o Frank mais forte.
Frank olha preocupado para seus amigos, se ajoelhando perto deles.
- Eles vão sobreviver?
Gerard sorri, estralando os dedos.
Frank acorda em sua cama, ouvindo o barulho de despertador, olha para o lado vê Ryan reclamando. Frank olha para seu celular, vendo que era um dia após seu aniversário, que tudo aquilo apesar de ter sido extremamente estressante, que ele ainda pudesse sentir um pouco da sensação do que passou... agora não passava de um pesadelo, e ele prefere manter assim.
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Contos de Terror Frerard
FanfictionA cada capitulo uma história de terror/suspense com tema de Frerard