IV

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   Às 06h da manhã o despertador toca. Você levanta, toma seu banho, seu café e segue sua rotina normal, como todos os dias (o pesadelo de todos os dias). Seu corpo grita, sua alma chora e seus pensamentos se tornam a cada dia mais suicidas.
   Você chega e vai direto para o quarto. Seu quarto não aguenta mais te ver nesse estado, sua janela pede para entrar luz em meia a tanta escuridão, sua cama grita e pede para você ir viver, respirar e sentir o ar puro. Sua playlist quer ser mudada para uma de funk ou forró. Seus pensamentos então ficando cada vez mais obscuros, e tudo o que você fazia por alegria, está sendo apagada da sua memória por sua tristeza. Não tem vontade de fazer nada e nem ao mesmo beber um copo de água, e tudo, exatamente tudo vira um simples "tanto faz". É acordar e saber que tem um dia pela frente, mas você não é capaz de sair da cama. É pensar que você tem tarefas de escola para fazer e continuar na cama. É dizer que tem mil tarefas para fazer e seu único pensando seja morrer. É acordar e não querer sair da cama. É querer morrer e morrer.
   Você se afasta, se distancia e todos aqueles que diziam ficar sempre contigo somem e põe a culpa em você. Você se torna uma parcela de culpa e a única coisa que habita em teu ser é: a tristeza e a solidão, ambos viraram suas grandes companhias. Sua raiva é descontada na parede, todos os dias a parede vira um saco de pancada. Suas mãos sangram. Sua cabeça fica martelando e seus pensamentos dizem: se mata, ninguém se importa. E você? você não está nem aí, pouco importa se tua mão sangra e se teu corpo grita morrendo de dor. Aquela dor que você aprendeu a não senti-lá, e tudo o que era tristeza, vazio, solidão, agora virou raiva e puro ódio pelo o que você se tornou. Um monstro.
   Foram dias, agora meses nessa mesmice. Já parou para pensar que isso não é viver? Já saiu desse quarto e disse para si mesma que vai se tornar o seu próprio bem estar? Levanta e viva.
   

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