HISTÓRIA DO EXU MARABÔ
Guardião Marabô
(Put Satanakia) - Apresenta-se falando pausadamente e com uma delicadeza extrema. Gosta de usar cobre em seus assentamentos. Possui um porte ereto e elegante. Astralmente se veste vermelho. Trabalha na linha negativa de Oxossi serventia do Caboclo Arranca-Toco.
O Sr. Marabô tem sua legião trabalhando no corte de trabalhos de magia negra. Sua poderosa legião também atua no corte de trabalhos ou correntes negativas em pessoas que sintam-se atingidas por espíritos perturbadores - quiumbas, promovem descargas em pessoas atingidas por despeitos com repercussão no emocional (queda de posição financeira, desemprego etc.), cortam demandas de saúde física e mental e descarga nos filhos de Oxossi.
CaminhosMarabô das Sete Encruzilhadas
Marabô do Cruzeiro
Marabô das Almas
Marabô Toquinho
Marabô Cigano
Marabô das Matas
Marabô da CalungaCaracterísticas
Bebida bebidas finas
Fuma finos charutos
Guia Vermelha e Preta
Lugar encruzilhadas de ferro (trilho de trem).
Metal Cobre
Mineral Quartzo Azul Escuro
Planta Mamona
Vela pretas, vermelhas e pretas
Pontos CantadosEXU EXU Exú Marabô
Dentro de uma casa velha aonde mora a escuridão Exú
um homem sempre passava com o seu chapéu na mão Exú
quem tem asa sempre voa quem tem pé sempre caminha
eu nao saio a luz do dia não mas a noite sempre é minha Exú
Na porteira da calunga eu vi os exús de marabô 2XProcure aprender
Este dito popular
Devagar se vai longe
Quem espera sempre alcança
Num toque de alegria
O doce sabor que contagia
Quem tem amor
Pode até compartilhar
E quem não tem
Com certeza vai achar
O teu medo de perder
Não se deixa vencer
Não é razão
Mas é a vontade
De mudar a situação
Não tenho luxo
E nem tenho riqueza
Só amor e sabedoria
E sei até falar francês
Sou exu Marabô
E pra você eu sou doutor-- História
O reino estava desolado pela súbita doença que acometera a rainha. Dia após dia, a soberana definhava sobre a cama e nada mais parecia haver que pudesse ser feito para restituir-lhe a saúde. O rei, totalmente apaixonado pela mulher, já tentara de tudo, gastara vultosas somas pagando longas viagens para os médicos dos recantos mais longínquos e nenhum deles fora capaz sequer de descobrir qual era a enfermidade que roubava a vida da jovem. Um dia, sentado cabisbaixo na sala do trono, foi informado que havia um negro querendo falar com ele sobre a doença fatídica que rondava o palácio. Apesar de totalmente incrédulo quanto a novidades sobre o caso pediu que o trouxessem à sua presença. Ficou impressionado com o porte do homem que se apresentou. Negro, muito alto e forte, vestia trajes nada apropriados para uma audiência real, apenas uma espécie de toalha negra envolta nos quadris e um colar de ossos de animais ao pescoço. - Meu nome é Perostino majestade. E sei qual o mal atinge nossa rainha. Leve-me até ela e a curarei. A dúvida envolveu o monarca em pensamentos desordenados. Como um homem que tinha toda a aparência de um feiticeiro ou rezador ou fosse lá o que fosse iria conseguir o que os mais graduados médicos não conseguiram? Mas o desejo de ver sua amada curada foi maior que o preconceito e o negro foi levado ao quarto real. Durante três dias e três noites permaneceu no quarto pedindo ervas, pedras, animais e toda espécie de materiais naturais. Todos no palácio julgavam isso uma loucura. Como o rei podia expor sua mulher a um tratamento claramente rudimentar como aquele? No entanto, no quarto dia, a rainha levantou-se e saiu a passear pelos gramados como se nada houvesse acontecido. O casal ficou tão feliz pelo milagre acontecido que fizeram de Perostino um homem rico e todos os casos de doença no palácio a partir daí eram encaminhados a ele que a todos curava. Sua fama correu pelo reino e o negro tornou-se uma espécie de amuleto para os reis. Logo surgiram comentários que ele seria um primeiro ministro que agradaria a todos, apesar de sua cor e origem, que ninguém conhecia. Ao tomar conhecimento desse fato o rei indignou-se, ele tinha muita gratidão pelo homem, mas torná-lo autoridade? Isso nunca! Chamou-o a sua presença e pediu que ele se retirasse do palácio, pois já não era mais necessário ali. O ódio tomou conta da alma de Perostino e imediatamente começou a arquitetar um plano. Disse humildemente que iria embora, mas que gostaria de participar de um último jantar com a família real. Contente por haver conseguido se livrar do incomodo, o rei aceitou o trato e marcou o jantar para aquela mesma noite. Sem que ninguém percebesse, Perostino colocou um veneno fortíssimo na comida que seria servida e, durante o jantar, os reis caíram mortos sobre a mesa sob o olhar malévolo de seu algoz. Sabendo que seu crime seria descoberto fugiu embrenhando-se nas matas. Arrependeu-se muito quando caiu em si, mas seus últimos dias foram pesados e duros pela dor da consciência que lhe pesava. Um ano depois dos acontecimentos aqui narrados deixou o corpo carnal vitimado por uma doença que lhe cobriu de feridas. Muitos anos foram necessários para que seu espírito encontra-se o caminho a qual se dedica até hoje. Depois de muito aprendizado foi encaminhado para uma das linhas de trabalho do Exu Marabô e até hoje, quando em terra, aprecia as bebidas finas e o luxo ao qual foi acostumado naquele reino distante. Tornou-se um espírito sério e compenetrado que a todos atende com atenção e respeito. Saravá o Sr. Marabô!PONTOS CANTADOS:
Marabô iê
Marabô ia
Cadê Marabô – 2x
Cadê Marabô bara
CONGOOh lua grande
Oh lua bonita
Sou Marabô de Bará
Exú Lonã
CONGOVentou no canavial
Um trovão lá do céu ecoou
Salve Iansã, Xangô, Salve a coroa de Exú Marabô (2x)
CONGOO luar O luar O luar
Todos são filhos da rua
Saravá as Pombo Giras
Seu Marabô e Tranca Rua
CONGO REPICADOTava curiando na encruza.
Quando a banda me chamou (2X)
Exú na encruza é rei. No terreiro ele é doutor.
Exú vence demanda. Exú é Marabô (2X)
CONGO REPICADOFoi nas almas.
Nas almas que eu conheci a macumba
Foi o foi nas almas que eu conheci Nagô
Foi o foi nas almas que eu conheci Marabô
CONGO REPICADODeu meia noite o galo já cantou
A lua brilhou viva Exú Marabô
Seu Marabô na encruzilhada
Exu Marabô dono da sete encruzilhada
CONGO REPICADOMarabô é um rei
É um rei de sabedoria
Se eu não o conhecesse
Sem ele eu não aprenderia
CONGO REPICADOAntes da lua findar e o sol nascer
Marabô vai embora
Mas ele vai
Vai com saudades
Com saudades
Com saudades
CONGO REPICADOQue saudades
Que tristeza
Que saudade
Marabô já vai embora
CONGO REPICADOSeu Marabô ele é pequenininho
Mas pra mim ele é grande demais
Todo pedido que eu faço a Marabô
Ele me satisfaz
BARRA VENTOExú Marabô Toquinho (2x)
Ele é, ele é
Marabô Toquinho
BARRA VENTOTiriri Lonã – 2x
Pega ele Marabô
Tiriri Lonã
BARRA VENTOMarabô diz que sua banda é maior
E nós dizemos que sua banda é de fé
Viva Exú Marabô
E viva a fé da guiné (2x)
SÓ VIBRAÇÃOSeu Marabô (2x)
Ninguém deveria morrer
Sem conhecer a razão
Na força de um palmo de terra
Para jogar seu Marabô no chão
SAMBACorre corre encruzilhada
pombo gira já chegou
na porteira ou na calunga
virá do lado de Marabô
SAMBANo portão do cemitério
Eu vi um moleque lá
Pulava de cova em cova
A procura de um coração
Que moleque é aquele
É seu Marabô (2x)
SAMBADendezeiro, dendezeiro,
Olha a mafula de Exú Marabô (2x)
Peneira da fina
Sacode a poeira
Arreda a macumba
Que eu quero passar
SAMBA