u are mine [ 𝒄𝒉𝒆𝒏𝒔𝒖𝒏𝒈 ]

i loved you so bad, your fool

Chenle chegou ofegante ao andar de cima, procurando desesperadamente por seu donsaeng. A agonia de estar na casa sem energia atormentava sua mente, e uma voz em seu subconsciente gritava pavorosamente para fugir e não se importar com o que ficasse para tráz.

Ouviu um barulho estridente reverberando no final do corredor. Com os passos vacilantes, juntou o máximo de bravura que achava que tinha e seguiu o som peculiar.

No cômodo predominavam as trevas que tinham uma sensação gélida, mas um filete de luz frágil e esperançoso entrava pela janela e iluminava as manchas macabras de sangue pela parede. Notou uma silhueta parada bem em frente à porta, que Chenle reconheceu na hora.

— Vamos, temos que fugir daqui, Sunggie — agarrou o braço do menino e puxou-o com força, mas Park não se mexeu. — Vamos logo! — Jisung continuava imóvel e horripilante. — Você está estranho, está tudo bem?

Um reflexo brilhoso nos olhos incomodou Chenle, então um arrepio desceu por sua espinha ao pensar em todas os caminhos prováveis que a história poderia seguir. Jisung segurava um objeto metalino e afiado.

— Isso é uma faca? O que você está fazendo com isso? — sussurrou com a voz trêmula, a adrenalina em suas veias elevou-se em um nível absurdo. — Foi... — engasgou com o nó formado em sua garganta e já não tinha mais tanta certeza de nada. — Foi você quem matou todos eles? — Lágrimas começaram a molhar a pele pálida do garoto aterrorizado.

— Você era só meu, Lele. — A fala repentina de Jisung surpreendeu o mais velho. — Até você conhecer eles, me abandonar e me deixar de lado. Então eu tive que fazer algo a respeito — Uma expressão vazia e sinistra tomou conta de sua face, não havia vida em seus olhos.

— Pare! Você sabe que isso não é verdade! — Chenle gritou entre suas lágrimas pesadas. — Eu nunca te deixei! — estremeceu dando um passo para trás.

— Agora que todos eles se foram, podemos voltar a ser o que éramos antes. — mantinha a calmaria apavorante na voz. Chegou mais perto de Chenle segurando suas mãos, mas o chinês puxou de volta, abraçando o próprio corpo.

— Me solte! Você é um assassino! — arrependeu-se amargamente de ter dito isso no momento que as palavras saíram de seus lábios. Jisung agarrou as mãos do garoto novamente, mais forte.

— Vai ser bom, Lele. Só você e eu — apertou mais ainda o pulso de Chenle, que chorava e soluçava com o coração descompassado. A luz glacial da Lua fez com que os olhos negros de Jisung parecessem profunda e indescritivelmente sem vida. O mais velho soltou-se recuou.

Nesse ponto, Chenle começou a dar passos cada vez mais rápidos para trás. Só não foi veloz o suficiente, pois Jisung agarrou seus dois braços e jogou-o no chão. O mais velho não conteve o medo, só conseguia gritar e implorar por misericórdia.

— Você me abandonou! — O mais novo praticamente berrou, assustando mais ainda Chenle. Levou lentamente sua faca à pele alva do pescoço do mais velho e vagarosamente passou-a fazendo um extenso corte muito profundo. A veia carótida foi atingida.

Não levou muito tempo para o sangue começar a jorrar pela ferida e o mais velho ir perdendo a conciência. Jisung achou por breves instantes que havia tomado o garoto apenas para si próprio.

Mas, quando Jisung menos esperava, Chenle arrancou a faca de sua mão e enfiou no abdômen do mais novo, deslocando-a até atravessar toda a extensão.

Logo após, o mais velho abriu um sorriso trevoso e nublado e disse quase inaudível:

— Se eu vou para o inferno, irei te levar comigo. Só eu e você, Sunggie. Vai ser bom — E os dois deitaram um ao lado do outro, diminuindo cada vez mais a respiração, até não restar nada mais além de dois corpos vazios largados no chão, deixados como lembrete de um amor tingido de sangue doente e infernal.

☆

mais uma da série: brisas da noite. só pra esclarecer, isso era pra ser uma longfic, mas eu acabei escrevendo o último capítulo primeiro e fiquei com preguiça de terminar. a história é que os dreamies foram passar uma noite na casa do jisung e ele matou um por um. eh isto, um beijo e amo vocês.