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Andreas Samaris

-O quê?! Não!

Vlachodimos: Vá lá, eu prometi-lhes. _pede fazendo beiçinho e juntando as mãos

-Foste combinar as coisas sem sequer falar comigo antes, merecias que eu não fosse!

Vlachodimos: Eu sei que queres ir. _o guarda redes profere encolhendo os ombros

-Podia não querer.

Vlachodimos: Mas queres.

-Mas podia não querer!

Vlachodimos: Mas, repara, queres.

-Idiota. _bufo

Vlachodimos: Deixa-te de merdas e vai-te vestir.

-DeIxA-tE dE mErDaS e VaI-tE vEsTiR _imito-o com um tom de voz mais fino.

O número 99 atira-me com uma almofada enquanto me dirigo para o meu quarto.
Lá, visto umas calças de ganga pretas, uma sweat da pull&bear branca com uma t-shirt igualmente branca da nike por baixo e calço umas Air Force brancas.
Regresso à sala onde chamo o Odysseas, pego nas chaves do carro, na carteira e no telemóvel e saio de casa.

Vlachodimos: No meu carro ou no teu?

-Para ir até ao estádio ou para ter um momento a dois? _questiono elevando e descendo as sobrancelhas

Vlachodimos dá uma gargalhada empurrando-me até ao meu carro.
Sento-me ao volante e, antes de iniciar a rota até ao Jamor, coloco os óculos de sol.
Não sou o Ronaldo... mas mami sou lindo.

[•••]

-Ainda nem acredito que me convenceste a vir para aqui. _bufo arregaçando as mangas da sweat até aos cotovelos

Vlachodimos: Se te serve de consolo, a tua baby boo é titular. _profere piscando o olho e ajeitando-se melhor no seu lugar.

-Quem? A Adriana? _reviro os olhos ao lembrar-me da sua atitude da última vez que estivemos juntos

Não lhe custava nada ter acabado o que começou...

Vlachodimos: Eu nem referi nomes. Andas com ela na cabeça.

-Vocês é que andam sempre com piadinhas, é normal que não me esqueça.

Vlachodimos: Sim, sim. Pensas que ninguém repara que quase a comes com os olhos sempre que ela passa por ti no Seixal.

-Pronto, tinha de vir. Ok, a gaja é boa mas é uma estupida... e não termina o que começa. _resmungo a ultima parte

Vlachodimos: Elá, não tens nada para me contar?

-Não disse nada.

Vlachodimos: Ya claro, e o Varela defendia um penalti do Messi, já agora.

Deixo escapar uma gargalhada com a sua comparação antes de focar o meu olhar no campo onde as jogadoras ja se preparavam para entrar.
Os nossos lugares eram relativamente perto do relvado, então tinha uma otima visão do jogo.
As jogadoras começam a entrar a campo. Estranhamente, um arrepio sobe-me pela espinha quando numa das camisolas leio o nome Adriana seguido do número 16. Abano a cabeça para os lados tentando recompor-me e focar-me nas restantes jogadoras.

Vlachodimos: Esses arrepios fodidos. _ouço-o rir do meu lado

Olho para a pele do meu antebraço reparando estar completamente arrepiada. Baixo as mangas da sweat novamente.

-Estou com frio.

De rabo de olho, vejo ainda o guarda redes rir e negar com a cabeça.

O árbitro apita anunciando o início da partida. Embora o jogo não saisse do empate a 0, o Benfica fazia um futebol deslumbrante. Jogo de passe, movimentação em triângulo, organização... Olhando para esta equipa ninguém diria que foi criada esta época, tanta classe e união em campo.
Embora a incrível exibição, a primeira parte termina 0-0.
É notável a decepção e a vontade de vencer estampada em todas as jogadoras vestidas de vermelho e branco. Ao vê-las entrar no túnel foco os meus olhos na Adriana que, ao ver-me focado nela, arregala os olhos e umedece os lábios.
Ela faz de propósito de certeza...

Sinto no canto da minha boca a textura de um guardanapo. Quando olho para o lado deparo-me com o guarda redes simulando limpar-me a "baba"

Vlachodimos: Para a próxima traz um babete. _provoca guardando o lenço

-Ela faz de propósito, eu juro-te. _bufo passando as maos no cabelo

Vlachodimos: Ela literalmente só olhou para ti.

-Lambeu os lábios.

Vlachodimos: Jasus. A rapariga lambe os lábios e tu já viajas, credo.

-Cala-te lá.

Vlachodimos: Toma. _entrega-me o meu próprio telemóvel

-Quê? Quando é que pegaste nele?

Vlachodimos: Quando estavas a viajar na Adriana. Agora vai às conversas.

-Seu filho da puta, eu mato-te!

Pelo seu olhar eu já sabia claramente o que ele tinha feito. Abro as mensagens com a Adriana e arregalo os olhos.

"Adriana"

Olá bebé

Saudades tuas...

Entregue

-Seu burro do caralho, isto não dá para apagar.

Vlachodimos: Agradece-me mais tarde.

Bufo de frustração. As equipas entram novamente em campo.
Um jogo que numa primeira parte não saira do empate a 0, ganha numa segunda a parte uma goleada de 4-0 pela parte do Benfica. É um orgulho imenso ver a nossa equipa dar frutos.
As meninas festejam alegremente no meio do campo, até que o treinador das mesmas me convida a mim e ao Vlacho para nos juntarmos à festa.
Era impossível de negar, descemos até ao campo juntando-nos à festa das mesmas. Entre todas as jogadoras, identifico a Adriana ajoelhada no relvado com também os cotovelos apoiados no chão e a cabeça no meio deles. Aproximo-me dela agachando-me ao seu lado, coloco a minha mão sobre o 16 nas suas costas e deposito-lhe um pequeno beijo na nuca. A mesma ergue rapidamente o tronco ficando junto a mim.

Adriana: Que estás aqui a fazer? _pergunta com os olhos em lágrimas, pela emoção da vitória

Não consegui dizer nada, simplesmente envolvi os meus braços em torno do seu corpo. Pelo balanço do abraço, acabamos por cair agarrados no relvado.

-Muitos parabéns, campeã. _sussuro-lhe no ouvido.

-mariana



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