Negócios são negócios, até no inferno.

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— Está dizendo que me invocou por acidente?

Ash imaginou que demônios fossem mais assustadores, porém aquele parecia entediado e rabugento.

— Resumindo a história: sim. — Apertou os dedos uns nos outros.

— "Por acidente" você leu um encantamento satânico de dois mil anos numa língua demoníaca a muito esquecida? — Satan estava incrédulo, ninguém seria tão ignorante, ou azarado assim.

— Eu pensei que fosse latim. — O garoto tentou explicar. Se sentia extremamente envergonhado, ainda mais quando reparou que ainda vestia seu pijama de Pikachu.

A criatura fechou o livro, o culpado por toda aquela confusão, levemente irritado.

— E como pretende resolver isso?

— Me despedindo? Eu gosto da minha alma, não estou com vontade de vender. Então... Não há mais nada pro senhor fazer aqui.

— Não será tão simples humano. Sua alma já é minha desde que leu a primeira linha do ritual.

— Isso não é justo. — Ash choramingou.  — Essa coisa deveria vir com manual de instrução. — Apontou para o troço que nunca deveria ter comprado.

— Ele tem. Você leu junto com o feitiço. É antes da recomendação sobre não repetir as palavras mais de uma vez por risco de combustão espontânea.

— Ahh! Isso é perigoso! Não deveriam vender para qualquer um.  — Cruzou os braços indignado num imitação de pose intimidante, mesmo que com seu meio metro parecesse mais cômica do que qualquer outra coisa.

Tinhoso suspirou fundo tentando não atear fogo no cliente antes de acabar a negociação. Agora entendia o pavio curto de Lilith.

— Vamos fazer o seguinte: te dou um chance de recuperar sua alma.

Ash se concentrou nos olhos vermelhos do outro. O próprio rosto tornando-se alguns tons escarlate. Aquele cara era o mal caminho inteiro.

— Me peça algo, qualquer coisa. Se eu nunca tiver realizado o que pedir antes eu o concedo e te deixo livre.

O garoto não era muito inteligente, já que não perceberá que se o Demônio realmente tivesse sua alma em mãos não estaria insistindo tanto. Satan estava contando com isso.

— Então posso pedir qualquer coisa, desde que ninguém nunca o tenha feito antes?

— Exatamente.

— Qualquer coisa até mesmo impossível?

— Sim, estes são os mais divertidos — Sorriu maléfico — E previsíveis...

— Estão... Eu... Eu quero que namore comigo.

O demônio não contava com a carência do garoto.

😈

Sei lá sobre esse capítulo...

O próximo vai ser maior, prometo!

Devil's Boyfriend (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora