Uma vida modesta

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Milo 

Desde meus doze anos de idade, eu e meu pai trabalhávamos duro — eu havia deixado os estudos para trás, não gostava de ir para escola e faltava todos os dias. Sem contar que quando eu ia, matava aula. Eu tinha parado de estudar na quinta série e comecei ajudar o meu pai e meu irmão mais velho, Kardia, que também trabalha como pedreiro. Porém, ele havia feito o ensino fundamental e terminou o ensino médio — agora está na faculdade, cursando advocacia, sendo bolsista.
Ele vive me dando conselhos para eu voltar aos estudos, mas não tenho planos de estudar nem tão pouco fazer uma faculdade. Eu prefiro trabalhar, ter um negócio próprio — eu estou juntando dinheiro para montar um comércio no meu bairro aqui; um depósito de construção e, quem sabe mais para frente ter mais filiais.
Eu sempre presto serviços na vizinhança e sou muito bem pago pelos meus serviços, tanto que já trabalhei temporariamente em empresas, em construção de prédio — principalmente o Kardia, para pagar a sua faculdade que não é barata, mesmo sendo bolsista. Em uma dessas empresas que trabalhei como empreiteiro, conheci Camus, o engenheiro civil. Ele e eu somos amigos de longa data. Toda vez que ele é contratado para fazer algo, ele me chama para trabalhar junto — e eu como sempre aceito. Ganho muito bem quando presto serviços para ele, além de trabalhar por minha própria conta.
Fui indicado pelo Camus, de trabalhar na mansão Solo, que é bem luxuosa. Eu fui contratado para fazer uma reforma em um de seus quartos de hóspedes, então conheci a esposa dele que é bem enjoada e muito exigente, a Saori. Uma vez ou outra vive me olhando, me comendo com os olhos — toda vez que eu fico sem camisa a vejo me cobiçar, isso sem contar quando vive pegando no meu pé, reclamando da obra.
Um dia eu perdi a paciência com ela e já fui logo a agarrando e a beijei de forma intensa e selvagem, passando uma das minhas mãos por baixo da sua roupa até chegar à sua intimidade. Ela me empurrou contra a parede e me beijou, então eu retribui da mesma forma, entre beijos provocantes e amassos, até que transamos por mais de duas horas até chegamos ao ápice juntos. Logo após isso, ela se levantou do chão e pegou rapidamente as suas roupas, me deixando só. Eu tornei a fazer os meus serviços e quando eu já havia terminado algumas partes, deixei para continuar no outro dia e fui para casa. Depois de um dia muito cheio chego em casa, fui direto para o banheiro, tomei meu banho e, em seguida terminei indo me deitar, pegando no sono logo depois. 
No dia seguinte, me levantei mais cedo, indo em direção ao banheiro. Fiz a minha higiene matinal, me vestindo em seguida para trabalhar novamente. Segui direto para a cozinha, para tomar o meu café ao lado de meus pais e meu irmão mais velho que irá para a faculdade. Peguei uma carona no seu carro até chegar à mansão Solo e, lá se vai mais um dia naquele lugar onde eu tenho que suportar aquela mulher insuportável, que enche a minha paciência e não sai da minha bota. Sem contar que as empregadas vivem olhando para mim, oferecendo café, suco e até bolo que elas me dão durante o expediente.
Uma amiga da Saori me deu seu número de telefone do WhatsApp, querendo me conhecer. Ela é bem bonita e o nome dela é June Smith, uma das amigas da patroa que uma vez ou outra fica de olho em mim até que me interessei nela e marquei um encontro. 
Hoje à noite iremos nos encontrar após eu terminar os meus serviços. 
Assim que finalizei, fui para a casa e tomei um banho bem relaxante. Me arrumei todo para me encontrar com ela e fomos para uma boate bem agitada. Ela pagou uma bebida para mim e dançamos a noite inteira, depois fomos para um motel bem luxuoso e muito discreto — um dos melhores motéis e bem caros da qual eu não tenho um tostão para pagar. Ficamos ali quase a madrugada toda e, depois cada um foi para sua casa.
Após esse encontro, começamos a ficar mais vezes e começamos a nos conhecermos melhor. Eu a pedi em namoro e ela aceitou, me apresentando para sua família que não foram com a minha cara por eu ser pedreiro. Ela, além de ser amiga da minha patroa, é formada em medicina; ela é obstetra.
Eu a mostrei minha casa e também apresentei a minha família, que é humilde e, ela se deu muito bem com eles, como nunca. Ficamos ali conversando bastante, sem contar que jantou conosco, reunida na mesa de tanto o meu irmão e o meu amigo Camus.
Eles me incentivaram a voltar a estudar e comecei a eliminar matérias, fazendo supletivo para depois entrar na faculdade de arquitetura.
Fiz mais por causa do apoio deles e da minha namorada June, com quem pretendo morar juntos e formar a nossa família que eu desejo muito. Ela e eu nos amamos de verdade, mesmo que sua família seja contra. Eu estou disposto a lutar por nosso amor.

Um mês depois...

Após eu terminar os meus estudos, eu entrei na faculdade, cursando arquitetura e, fui me mudar para casa de June — estamos morando juntos e quem sabe um dia podemos nos casar. Eu estou feliz que minha vida havia mudado para melhor.
Depois que eu e ela nos juntamos, seus pais aceitaram o nosso relacionamento, depois que viram que estou trabalhando numa empresa e fazendo faculdade. Eles voltaram a se entender comigo e a June e, me aceitaram na família dela como eu sou e a minha família também, que é humilde. Agora, eu me tornei o homem mais feliz do mundo ao lado da minha amada, que me põe pra cima e me ajuda em todos os momentos. 
Eu estou feliz por ter a vida que eu sempre quis ter e por eu ter montado o meu próprio negócio — meu depósito de construção que eu sempre sonhei...
( Fim)

Vida de Pedreiro ( Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora