O vento soprava frio naquela tarde apática, Madame suspirou, entrou em seu quarto e sentou ao lado da janela. Tinha passado na frente do quarto de seu marido moribundo e visto o Doutor saindo com uma expressão de desesperança, o cheiro de remédio, incenso e morte ainda atordoada sua mente, simplesmente tentava não pensar como sua vida ficaria depois que seu marido finalmente morresse.
Silenciosamente a garota levantou de sua cadeira e foi até um baú onde estava alguns livros, queria afastar os pensamentos desesperados, esquecer as coisas ruins que tinham acontecido e tentar por alguns instantes tirar o peso que sentia em suas costas. Quando abriu o baú ela viu discretamente o brilho verde do anel que Cheong tinha lhe dado quando foram ver o túmulo da antiga esposa do ministro, seu coração acelerou e rapidamente ela desviou o olhar para um livro, o pegou e fechou o baú. Cheong não tinha vindo aquela manhã, e isso gerava ansiedade na Madame, suas mãos ficavam geladas e o corpo parecia mais tenso.
Madame deitou-se em sua cama e começou a ler os poemas do livro, não queria pensar em Cheong pois aquilo só piorava o que sentia em seu coração. Os poemas em chinês lhe deixaram focada por alguns minutos até que sutilmente o sono lhe atingir, ela deixou o livro sobre o próprio rosto e dormiu.
-Madame?
Ela ouviu quase como um sussurro, a voz doce e reconfortante de Cheong, sentiu o toque quente das mãos de sua serva em seu rosto. Preferiu esperar para abrir os olhos, não queria admitir a felicidade que era finalmente ter aquela garota ao seu lado naquele fim de tarde fria.
Sentiu sua serva afastar os cabelos em sua testa, e por alguns segundos o suave toque dos lábios em sua pele, então finalmente abriu os olhos para encarar aquela face gentil.
-Me perdoe eu não queria acorda-la eu...
-Estou feliz que tenha vindo!- A Madame falou com um sorriso aliviado. Ter o toque quente daquela garota em sua pele gelada era a única felicidade que poderia desejar naquele momento.
- Sinto muito por não vir mais cedo, meu pai ele...Acho que ele está resfriado- A morena falou desviando o olhar para o chão e rindo um tanto sem jeito.
- Posso providenciar remédios ou qualquer outra coisa que precisar!- Madame disse sentando na cama e observando Cheong. A serva levantou os olhos para a Madame. - Não foi por isso que vim, eu apenas estava com saudades. - E então ela segurou a mão da Madame. Mesmo Cheong tendo as mãos ásperas e até machucadas devido ao trabalho constante, o toque era delicado e cálido. Se encaram por alguns segundos até a Madame entender o que aquilo significava.
A garota de cabelos claros aproximou seu rosto ao da serva e disse -Por favor feche a janela- Ela viu a morena tremer e rapidamente levantar para fazer o que lhe foi pedido.
Cheong estava com as orelhas vermelhas, e seu corpo parecia um pouco tenso agora, a Madame não pode deixar de sorrir ao ver as reações que provoca na outra, ela levantou e silenciosamente abraçou a garota por trás, agora que tinha certeza que ninguém estaria olhando, podiam desfrutar daquele momento.
-Também senti saudade.- Ela declarou finalmente beijando a nuca e em seguida, lentamente subindo as mãos para os fartos seios de Cheong. O corpo da serva tremeu, ela se virou para finalmente encontrar os lábios da Madame, a puxou pela cintura enquanto se perdia naquela boca macia.
O beijo se aprofundou e as mãos curiosas da Madame não paravam, ela começou a abrir a parte de cima da roupa de Cheong, jogou aquele empecilho no chão e agora ela podia sentir plenamente o calor do corpo da outra sendo passado pro seu, como se seus dedos frios sugassem a doce vitalidade daquela menina de rua.
Apesar dos toques da Madame serem gentis, o que a menina na verdade sentia era uma sessão de estar sendo possuída, estar perdendo o controle e se perdendo entre os sussurros provocativos de sua mestra. Quando seus lábios se separaram e Cheong achou que finalmente poderia respirar, a Madame avançou para o busto e se deliciou nos generosos seios da morena. Cheong começava a sentir suas pernas fraquejarem, teve que cobrir a boca para conter o gemido, as outras empregadas poderiam ouvir e aquele precioso momento poderia ser perdido.
E então ela se afastou de Cheong com uma expressão séria e um brilho peculiar nos olhos.
-Tire o resto da roupa e deite na cama. - A Madame falou de modo educado porém autoritário.
A serva fez o que lhe foi ordenado e antes mesmo de se deitar completamente na cama, a Madame toma sua boca com urgência, Cheong não hesitou em retribuir o beijo com a mesma vontade, porém quase desfalece ao sentir a coxa de sua mestra pressionando seu ponto sensível.
Não era a primeira vez que se tocavam assim, tudo começou com um beijo casto, quando Cheong a guiava para casa depois do incidente com o palaquin, e depois com brincadeiras no jardim quando ninguém estava por perto."Brincadeiras" era como Cheong chamava para tentar manter a mente no lugar e não fazer algo indevido, mas a Madame parecia se divertir provocando a garota, lhe pedindo para que trocasse suas roupas, que a massageasse no banho, e que a beijasse, não mais de maneira ingênua.
-Por favor tire sua roupa também- Cheong choraminga entre os beijos e carícias de sua mestra. A Madame sorri, se senta, e dolorosamente devagar começa a se despir. "Não me torture raposa" era o que Cheong queria dizer, queria rasgar sua roupa e beija aquela pele branca até deixá-la roxa, mas jamais se atreveria, ela era apenas uma serva e tinha medo de desagradar a Madame de alguma maneira.
O tecido de seda desceu pelos ombros, as faixas que cobriam os seios foram tiradas, assim como o restante da roupa de baixo e então a morena pode ver que não era a única com aquela peculiar umidade entre as pernas. A Madame deitou-se novamente sobre Cheong, e sem perceber suas intimidades se tocaram, uma corrente elétrica passou pelo corpo das duas.
-Abra um pouco mais as pernas-Ela sussurrou no ouvido da serva que prontamente obedeceu. Os lábios úmidos de seu sexo, agora vermelhos foram abertos, e sem esperar muito foram de encontro com a intimidade da Madame em movimentos de cima e para baixo inicialmente lentos e terrivelmente prazerosos. Madame voltou a beija-la, mas dessa vez para conter seus próprios gemidos, os braços da morena agora estavam em suas costas lhe arranhando enquanto seus quadris faziam movimentos cada vez mais frenéticos, ela não tinha dúvidas que aquilo deixaria marcas. As mãos de Cheong desceram até sua bunda e a pressionaram com força, a Madame por um instante fez menção de se afastar pelo susto e pela audácia de sua serva - Por favor Madame, não pare eu estou quase...- A pele suada e brilhante da morena, a expressão corada e necessitada, fez a Madame aumentar o ritmo de seus quadris e descer sua boca para os seios da garota, os mordia e chupava até conseguir ver as marcas deixadas por sua luxúria.
E então veio em pequenas ondas que cresciam e quando atingiram seu ápice inundaram o corpo de Cheong com o puro êxtase, e por alguns instantes se perdeu no paraíso.
Quando voltou para terra e abriu os olhos, encontrou aquela mulher que lhe dava um sorriso sincero e lhe cobria de doces palavras.
A madame saiu de cima dela e deitou-se ao seu lado, ainda ofegante com o rosto corado e suado, seu corpo estava completamente aquecido, o cheiro de sua amada serva agora estava misturado ao seu. Mesmo não atingido seu ápice, ela estava satisfeita em ter dado prazer o suficiente para deixar o corpo da garota tremendo por alguns minutos.
-Acho que vamos precisar de um banho- Ela falou num tom suave e agora alegre, passando a mão nos cabelos claros.
Mas Cheong não queria se levantar, não queria encarar o mundo lá fora e por um instante desejou que toda aquela casa desmoronasse e que achassem apenas seus corpos sem vida ali juntos.
A morena a abraçou e encarou sua amante com um olhar interrogativo, ela sabia que a Madame ainda não estava satisfeita.
-Ei você não precisa se preocupar comigo, eu só preciso preciso de alguns minutos pra me acalmar. - A Madame disse com um sorriso um tanto desconcertado.