Capítulo 47

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             Todos dessa casa tirando o meu irmão, nunca me disseram que me amava, e por isso eu sou meio "surtada", eu sempre tive de tudo, meus pais não me deixavam faltar nada! Sempre tudo do bom e do melhor, mas o maior problema, foi eles acharem que dinheiro compra tudo! Eu sei, eu tenho carinho deles, mas não me sinto completa sabe? Eu nasci para ser a dona disso, nunca tive muito tempo para coisas de criança, ou de adolescente! Meu pai sempre foi rigoroso com coisas do morro, e isso mexeu comigo! E bom, se meu pai já fez isso comigo, imagino como foi que o Will sofreu nas mãos dele!
     Eu não tenho que reclamar do meu irmão, até por que, ele é como um "pai" para mim, ele me conhece melhor do que eu mesmo, e isso é algo que nem meus pais iriam entender! Para eles, só o morro tem prioridade, e bom...eu não sou assim, acredito que aqui nessa vida temos que ser capazes de separar as coisas!! Sei que o que fazemos é "errado" na visão da sociedade que está fora do morro, mas...o que vivemos aqui dentro, é diferente! Fora a discriminação que fazem com pessoas que moram aqui, ainda tem essa de "Todos que moram em favela é criminoso!" aqui há pessoas boas, que são trabalhadeiras e que não querem se envolver com drogas ou até mesmo com os traficantes!.Não devemos julgar as pessoas por onde moram, por cor, por estética, religião e por nada! Somos todos iguais perante à sociedade; temos os mesmos direitos!!.
    Porém, uma coisa eu tenho sorte, eu tenho um lar fixo! Minha mãe cresceu em um orfanato, sofrendo nas mãos de todos aqueles que ficavam lá, eles a torturavam e a deixava jogada em um canto até se recuperar, e isso é uma coisa que me deu uma "choque" quando ela me contou o que se passava, e disse que nunca nos bateria, pois sabia o quanto doía! E nisso eu tenho que admitir, minha mãe é forte, passou por poucas e boas, mas mesmo assim continuou forte! Sabe, idealizamos um mundo cheio de flores para caminharmos! Mas no fim, há sempre aquela flor que por sua essência natural tem um espinho... porém, mesmo que não tenha intenção, dói. Machucando ele aperta o coração.O sentimento que arde dentro do peito, assim como uma fênix, renascendo de suas cinzas sempre que esquecido. A dor, no fim é inevitável, porém, suportável para aqueles que tem forças para se reerguer! E para aqueles que perdem tal força, sabe que seu lugar não é com as rosas e sim na estrada... pois nada passa batido em um roseira!.








Continua...

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