Cepo de madeira
Pedrinho acorda em sua confortável cama sendo atrapalhado pelo brilho do sol, de maneira tímida se encolhe, comprimindo e resmungando em seu edredom, mas em meio a toda aquela tortura de acordar, algo lhe atormentava ainda mais o juízo: A ideia de ir a escola era algo que já lhe machucava a um tempo, e toda vez que acordava só sentia vontade de chorar, o medo do incerto combinado com sua insegurança eram a mistura perfeita para aumentar sua ansiedade.
Para Pedrinho o único momento proveitoso era dormir e se reconfortar em seus sonhos meramente utópicos onde podia fugir de seus demônios.
Prosseguindo. Pedrinho se levantando ainda com relutância se direciona ao banheiro e numa tentativa frustrada de despertar ele joga água fria em seu rosto, rosto esse de um adolescente conturbado com si mesmo, o olhar de Pedrinho vidrado no espelho, encarando-se sempre com o mesmo pensamento, sempre se rebaixando, sempre se achando aquele mesmo pedaço de lixo sem solução, ele já encarando seu rosto enfurecido sai do banheiro, fechando a porta com certa firmeza.
Abrindo seu armário se depara com suas peças casuais para ir a escola, vestindo-se preguiçosamente e logo em seguida se direcionando para fora do quarto, indo escada abaixo em direção a cozinha para como de hábito, preparar seu café da manhã. Adentrando no cômodo encontra duas pessoas que ele preferia chamar de inimigos, Pedrinho não tinha um bom convívio em seu meio familiar, isso o faz se apressar no preparo enquanto só pensava em sair de casa o quanto antes, já abrindo a porta de sua casa ouve de relance uma despedida vinda de seus pais, uma despedida diferente, vinha carregada com mais amor do que as que era de costume, de certo ouvindo preferiu ignorar e continuar com seu passo fechando a porta com a força de um ser angustiado.
Março de 2019. (Editado 2024: Preservado o sentido original. Pretendo futuramente dar uma sequencia maior para ele. Esse estava até ajeitandinho, alterei a forma como as partes se conectavam, deixando menos travado, o que ainda me incomoda é o atropelo das ações.)
