Capítulo 8

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Ysa

Não consigo entender o porquê disso estar acontecendo, sinceramente, a minha vontade agora era de gritar e dizer tudo que eu estava sentindo. Mas eu vejo que Seokjin está precisando mais da minha ajuda do que dos meus surtos agora. O vejo no meio dessa confusão com os olhos tristes e parecia estar a ponto de estourar.


Vejo ele saindo sem nem ao menos conversar com a irmã. Não penso duas vezes e já estou o seguindo.


Troco algumas palavras com Taehyung e Jéssica e saio rapidamente para tentar alcançar Jin.Vejo que ele anda um pouco, mas para perto de um banquinho de madeira que dava de frente para uma floresta.


- Jin - O chamo, e ver ele assim era de partir o coração, o mesmo estava com os olhos vermelhos, estava prestes a chorar.


- Eu estou bem, só preciso me acalmar um pouco.


- Não, você está triste, não precisa esconder isso de mim - me aproximo do mesmo e faço ele se sentar no banco.


- Eu só... Eu sou um irmão tão ruim assim para ela ter medo de me contar isso? Quer dizer...O que eu faria de mal para eles? - Jin abaixa a cabeça e esconde o rosto com as mãos.


- É isso que está te deixando assim? Jin, você é uma pessoa incrível, é impossível ela ter escondido isso porque achou que você faria algo para separá-los - afago suas costas para ver se o deixa mais calmo, porém parece que ele ainda estava querendo chorar.


- Eu não sei como vou olhar para os dois daqui em diante - O faço deitar no meu colo, e tiro suas mãos que ainda escondiam seu rosto, ele estava chorando.


- Do mesmo jeito que você olhava antes, eles estão namorando só, ninguém morreu ou algo do tipo. O importante é que agora você sabe da verdade e pode os apoiar.


- Eu ainda não entendo o porquê deles terem me escondido algo tão importante como isso, eu os apoiaria - fala esfregando os olhos, parecia estar segurando para não chorar.


- Devia ser difícil para eles falar de algo tão delicado, talvez eles não conseguiam achar o momento certo para dizer isso, sabe. Você ainda ama sua irmã, certo?


- Mais que tudo nesse mundo!


- Então, não tem o porquê de você estar assim mais. Não vamos esquecer tão cedo, mas devíamos pelo menos perdoar.


- Acho que você tem razão... Não tem o porquê de ficar com raiva deles.


- Sabe o que você devia fazer agora? Parar de esconder sua vontade de chorar - o encaro e dou um sorriso fraco.


Assim que eu termino de falar vejo que ele solta a sua vontade de chorar. Jin estava chorando como uma criança. A tristeza dele dava para ser sentida pelas suas lágrimas que não paravam de cair mesmo se ele tentasse. A única coisa que consigo fazer nesse momento é abraçar fortemente em meu colo, queria que ele sentisse o máximo de proteção e amparo possível.


- Eu não devia chorar tanto, sinto-me vulnerável - Ele fala coma voz embargada - Não consigo parar de chorar, porque você está me abraçando tão forte.


- Pode chorar o quanto quiser na minha frente, eu estarei aqui para enxugar cada uma delas - afasto para poder ver seu rosto - Desde quando chorar é sinal de vulnerabilidade? Só os fortes mostram os seus verdadeiros sentimentos e mágoas.


- Você consegue me fazer refletir até quando estou triste - ele ri, se sentando do meu lado.


- O que eu posso fazer se sou uma filósofa de nascença? - enxugo seu rosto que ainda estava todo molhado.


- Eu molhei a sua roupa toda - fala me encarando um pouco triste - Eu não devia ter te deixado me ver chorar, mas algo em você me faz mostrar tudo o que estou sentindo.


- Isso é bom, certo? Assim eu posso ser alguém que te ajude quando você não suportar esses sentimentos. - sorrio para mostrar alguma forma conforto para o mesmo, que devolve o sorriso e apoia sua cabeça em meu ombro.


- Já que é assim, deixa-me ficar um pouco mais sentindo essa tristeza. - O vejo fechando os olhos.


- Vou estar aqui. - apoio uma de minhas mãos em sua cabeça e o afago de novo.


- Eu fico me perguntando, como podemos estar tão próximos se nós nos conhecemos tão pouco? - fala com os olhos ainda fechados.


- Não faço ideia. - rio - Sinto que nos conhecemos a anos.


- Acho difícil termos nos conhecido antes, eu me lembraria, sabe.


- Eu também me lembraria, não tem como esquecer alguém que se ama tanto igual você.


- Ha ha ha, eu também não ia conseguir esquecer um ser tão pequeno e marrento. - dei um tapa em sua cabeça e ele começa a rir mas logo para depois que eu volto a afaga-lo - Se você continuar fazendo carinho em mim eu não vou sair daqui nunca.


- Ficaremos aqui a noite inteira então, não estou com pressa.


- Vou ficar acostumado assim. - fala ainda com os olhos fechados.


- Pode acostumar, se você estiver triste e quiser um ombro para chorar é só me ligar.


- Quem devia dizer essas coisas sou eu. - ele ri.


- Às vezes é bom inverter os papéis.


- Prometo te ajudar sempre que você precisar igual você está fazendo agora - fala levantando sua mão, mostrando o dedo mindinho.


- Acordo selado então. - tiro a minha mão que estava o afagando e cruzo nossos mindinhos.


Depois volto a afagar sua cabeça, ele ainda parecia estar com muitas coisas na cabeça. Ficamos assim por um certo tempo e percebo que sua respiração começou a ficar mais lenta, parecia que ele estava começando a cair no sono.


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