capítulo 3

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João não cansava de abraçar seu filho, Francisco não sabia ao certo o que estava a acontecer, sentia uma coisa única nos braços daquele homem, mais também sabia que sua dindinha iria se aborrecer se ele não voltasse a casa grande.

-Moço, vosmice é meu pai mesmo?

-Sim, Francisco sou seu pai, e vosmice vai vive com nois la na senzala.

-E a dindinha, ela vai deixa?

-Vosmice vai vive como o negro que é, só seu pai e a sinhá vai te que intendente!

Francisco não falou mais nada, estava com medo, com vontade de chorar, mais seu pai o pegou no colo é o levou de volta, quando estavam chegando na senzala Isabel saiu gritando da casa grande em total desespero.

-Francisco, vois quer me enlouquecer, volte já pra dentro!

Isabel olhou nos olhos de Francisco e viu lágrimas no seus olhos e começou a chorar também.

-O que vos tem meu pequeno, não chores, não estou brava com vosmice, venha cá com sua dindinha!

-Não sinhá, Francisco irá pra senzala, como os outros negros.

O barão segurou sua esposa no momento que ela partia pra cima de João, o barão não estava a entender o que acontecia, mas sabia que sua esposa estava muito nervosa para o seu estado.

-Acalmate Isabel, esse nervoso vais fazer mal ao bebê, o que está havendo aqui?

-Querido, ele quer levar o Francisco para a senzala, vois não podês permitir essa loucura, o Francisco é muito frágil para viver naquele lugar, por favor meu marido não permita isso meu coração não vai aguentar!

Isabel olha no fundo dos olhos de seu marido e desaba em seus braços, o barão se desespera e começa a gritar por ajuda e por sorte o medico ainda estava lá, rapidamente levaram Isabel para seu quarto, o médico a examinou e relatou ao barão que sua esposa estava bem mais precisa de repouso e não poderia se extressar de maneira nenhuma.

Quando Isabel acordou queria ver Francisco, mais naquela confusão o barão nem se importou com o menino, assim João o levou para a senzala, mais o barão sabia qual era o risco de não atender o desejo de sua esposa, sabendo também que não seria fácil tirar o menino do escravo, o barão chamou Amélia e o capataz e os mandou buscar o menino a qualquer custo, pois no momento o que estava em jogo era a vida de sua esposa e seu filho.

Lá na senzala, Francisco tinha muito medo era tudo muito escuro e gelado, não tinha uma cama para ele dormir e a comida era ruim, também não tinha lugar para Se banhar, Francisco começou a chorar desesperado pois sentia falta da casa grande e da sua dindinha, mais seu pai foi severo ao lhe ver chorar gritou com ele, disse que homem de verdade não chorava por qualquer coisa, mais Francisco só ficava mais assustado e quando viu sua melinha como chamava Amélia saiu correndo em sua direção e pulou em seu colo.

-Melinha eu quero a dindinha!

Ele pedia desesperado por sua dindinha, mais João foi na direção deles bufando e dizendo que Francisco não iria voltar a casa grande, João puxou Francisco dos braços de Amélia, nesse momento o capataz mandou seus homens segurar João, mas ele resistia lutou bravamente contra os homens do capataz, ele derrubou um deles e foi novamente em direção de Amélia e Francisco, neste momento o capataz lembrou do que o barão havia lhe dito. ''Traga o menino a qualquer custo.'', e o capataz não pensou em mais nada, mirou em João e deu um tiro em seu ombro, João cambaleou e caiu gritando de dor.

Francisco chorava desesperado grudado ao pescoço de Amélia, ele sabia que seu pai não era mal, mais também sabia que àquele era seu destino de alguma forma sabia que tudo que estava acontecendo tinha um propósito final. O capataz mandou os outros escravos cuidarem da ferida de João e guiou Amélia até a casa grande,  Francisco saiu correndo pela casa até chegar no quarto de Isabel. Ele entrou devagar se encostou na cama e falou com Isabel.

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