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Era quinta-feira à tarde, eu estava com frio, atoa, como sempre e resolvi, depois de sei lá quantos meses off-line, abrir meu Facebook, e a primeira coisa que vi foi você comentando na foto de alguém aleatório, um comentário engraçado, porém estranho, não combinava com a sua natureza rude.

É engraçado a forma que esqueço meu nome, meu aniversário e o ano de meu nascimento, mas é só entrar na sua rede social que eu lembro cada um dos nove dígitos do seu número de celular, mesmo depois de cinco anos.

Desci seu feed, sempre sorrindo nas fotos, e eu me perguntava, mesmo sabendo que não era o culpado, se eu era o motivo do desperto de seu monstro.

A imagem que você mostra na internet não é nada compatível com a sua fora dela.

Chega a ser irônico, pois o amor que eu achava que sentia, também não condizia com a minha realidade sofrida, talvez merecida. Fora tudo fruto das suas artes — da sétima arte, belas artes, da arte da ilusão de suas manipulações.

Igual aquele comentário do Facebook. Não era você, e nunca será você, mas aos olhos dos outro, é você, e sempre será você.

Apenas você.

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⏰ Última atualização: Jul 04, 2019 ⏰

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