Jungkook checou tudo primeiro. Viu se todos os armários estavam trancados, tintas escondidas, janelas fechadas. Ele andou até as portas. Duas, só. E o banheiro, todas trancadas.
Girando a molho de chaves na mão, Jungkook olhou ao redor da sala, checando tudo mais uma vez. Ele suspirou, dor de cabeça, ombros pesados. Seu dia não tinha sido um dos melhores.
Já não bastava a construção do outro lado da rua, Jungkook sentia como se seu celular não tivesse parado o dia inteiro.
Não sabia por qual razão plausível tinha escolhido ser professor de antes invés de um artista faminto e, sentindo o cérebro tentar escapar pelos ouvidos, entendia muito menos.
Encarando uma pintura esquecida no meio da sala, ele desligou as luzes e trancou a última porta. Sua mochila tentou escapar das costas ao ele descer as escadas em pulinhos, corrimão apertado entre os dedos.
No último degrau das escadas, Jungkook de repente se lembrou de algo.
Park Jimin, o cara que ele fez amizade quando tinha doze anos. E Jimin, o cara que estava sumido desde março.
Jungkook sentiu sua boca entortando, forçando-se a abrir um sorriso para o porteiro antes de sair e parar na calçada, respirando frio.
Jimin estava exatamente... Sumido. Honestamente, ele sumia bastante durante os anos.
Ele nunca mandava mais do que um simples — Estou vivo! — ou — Não aconteceu nada, eu estou bem. — todas as vezes.
Jimin suspeitava que ele estava em Michigan, lendo um bom livro, tomando vinho importado e nadando no resort de um hotel cinco estrelas.
Ele levou quase uma mora para chegar em seu apartamento, andando, até o outro lado da ponte.
Irritado e cansado, ele não se importou para olhar em lugar algum mas seu pés no elevador, suspirando na cabine pequena.
Um banho, comida boa e dormir cedo eram seus planos. Eram.
Ele se encarou no espelho, tinta seca colorindo azul em suas bochechas. No começo, ele tentou espalhar com os dedos, arrastando as unhas E, impaciente consigo mesmo, ele enfiou a cabeça inteira na pia, arranhando suas bochechas agressivamente.
Ele olhou para cima, miserável, franja molhada grudando em sua testa.
Jungkook tirou suas roupas como se tivesse sido chamado para trabalhar horas extras, devagar e preguiçoso, antes de sentar na banheira vazia.
Ele encarou a parede por o que pareceu cinco minutos, antes de ligar a água e se deixar afundar em água metade gelada, metade quente.
Jungkook não se importou em pentear o cabelo, decidindo que deixar a toalha na cabeça enquanto ele fazia janta era muito mais eficiente.
Então, com bochechas vermelhas do banho, as mangas do pijama puxadas até o cotovelo, Jungkook pôs a mão na massa.
Ele tinha acabado de sentar no sofá, toalha nos ombros e franja bagunçada, quando sua campainha tocou.
Jungkook fez uma expressão, deixando o pote de macarrão feio na mesa de centro antes de correr para a porta em pequenos pulinhos.
E então, lá estava ele. Park Jimin, vivinho da Silva. Jungkook o encarou por um tempo, não acreditando em seus próprios olhos, antes de Jimin limpar sua garganta.
— Ah, hey. Oi?
Jungkook não pensou duas vezes antes de o puxar pelo colarinho e o empurrar para dentro, trancando a porta logo em seguida.
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aeon
Fanfictionkookmin | shortfic jimin é um vampiro. fora o que jungkook descobrira depois de treze anos de amizade.