Eu Apenas Quero Fazer Amor Com Você

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Recebendo o dinheiro em mãos Jimin fez questão de contar e reconta-lo para depois ter certeza que haviam recebido metade do pagamento. Supôs que recebera metade adiantada para no final da noite receber o resto, mas isto nunca esteve no contrato. Então olhou frustrado para Ae Dongbak que levava seus passos pesados pelo camarim, contanto sobre o surgimento de estilos alternativos de rock e em como estavam em alta.

Poderia ser muito interessante e Jimin sabia disso. Mas o seu pagamento interessava mais. Sendo assim, não conteve-se em interromper Dongbak.

— Legal, Ae. Mas você sabe que são ainda duas da manhã, né? — Ajeitou-se no sofá, fitando a mulher de barriga avantajada em sua frente.

— Exatamente disso que estou falando. Outra banda vai tocar no lugar de vocês no sábado a partir deste horário.

— O que? Por que? Fizemos algo de errado? —Yoongi indagou, parando de batucar com as baquetas na mesinha de centro.

— Não, garotos. Vocês estão excelentes, como sempre. Mas o sábado é o dia mais badalado aqui no clube, e o pessoal ‘tá gostando de umas coisas diferentes. — Gesticulou com as mãos, enquanto caminhava pela sala.

— Mas o custo benefício de estarmos aqui não são muito vantajosos. — Jimin voltou a falar, indignado com a mixuruca que havia ganhado.

— Não seja ganancioso, pequeno Jimin! Eu sei bem que vocês tocam em muitos lugares durante a semana.

— Mas com a repartição eu mal consigo pagar as mensalidades da faculdade! — Taeho, o saxofonista da banda veio à frente, tão indignado quanto Jimin. — Não posso fazer milagre com isso.

— É o que tem ‘pra hoje, Taeho. É pegar ou largar. Tem muitas outras bandas em ascensão que podem substituí-los.

Taeho voltaria a falar, mas Jimin segurou-o pelo braço, sinal de que deveria se acalmar.

— Tudo bem, Ae. Nós aceitamos — falou pelo grupo. — Você só deveria ter nos avisado antes.

— Se eu falasse vocês não teriam vindo — riu. — Um bom resto de madrugada — disse, despedindo-se e deixando os cinco garotos no camarim.

— Vadia. — Hoseok xingou, após longos minutos querendo o fazer. — Não acredito que ela fez mesmo isso. — Passou a mão pelos fios negros, fechando os olhos.

— Minha mãe vai me matar — Um dos guitarristas do grupo,  Jeongguk, e também o mais novo lamentou.
           
Jeongguk aprendeu a tocar guitarra ainda no ensino fundamental, quando começou com as aulas extras. Mas acabou pegando gosto pelo instrumento, e logo depois por rock. Quando fez a primeira audição para participar de um banda não imaginava que ingressaria nela tão cedo. Contudo, acabou acontecendo, graças ao seu esforço e, claro, talento natural — este qual todos alegavam que tinha. Ele amava tocar junto aos colegas que logo se tornaram amigos, mas a mãe não apreciava da ideia. A senhora Jeon sempre insistia na fala de que aquilo não levaria-o para o “bom caminho” e que era coisa de maloqueiro. Só havia o deixado participar de tal por causa do dinheiro que era destinado às despesas da casa. Sem dinheiro, sem banda para Jeon Jeongguk.
           
Taeho levantou do sofá, caminhando de um lado para o outro. Era só um jovem de vinte e três anos tentando cursar direito. Por que o mundo adulto tinha que ser tão complicado?
           
— Vocês podem segurar essa testosterona por pelo menos um minuto? — Jimin irritou-se com tanto pessimismo.
           
— Você pode calar a boca por pelo menos um minuto? — Hoseok aumentou o tom de voz.
           
— Por que está falando assim comigo? Eu lá tenho culpa? — Levantou do sofá, tendo o ato imitado por Hoseok.
           
— Agora quem precisa se acalmar é você, Jimin. — Yoongi interviu, puxando Jimin para voltar a sentar ao seu lado. — Essa discussão não vai levar a nada.
           
— Então, o que você sugere, Yoongi?
           
— Olha, eu não sei ainda. — Ignorou o tom de raiva na voz de Hoseok. — Mas podemos pensar em algo, todos juntos. Nós sempre damos um jeito.
           
— É só tocarmos em outro lugar, só que durante o horário que geralmente tocamos aqui — sugeriu Jeongguk.
           
— Tá, espertão. Mas você sabe quantas bandas iguaizinhas à nossa estão tentando um lugar nos palcos? Não é assim tão fácil!
           
— O que deu em você, Hoseok? — Yoongi deu a volta na mesa de centro, parando de frente para Hoseok. — Cala a boca e senta nesse sofá velho. Agora! — Não foi um pedido, estava mais para uma ordem.
           
E estranhamente Jung Hoseok, o cara mais cabeça quente que Jimin conhecia obedeceu à Yoongi. Era de praxe Hoseok adorar desobedecer ordens, ainda mais de quem ele sabia não ter influência alguma sobre si. Porém, Yoongi era um caso à parte. Na verdade Yoongi era o único que ousava pô-lo em seu devido lugar.
           
Hoseok apenas cruzou os braços e sentou-se, olhando irritado para qualquer direção contrária que fosse das pessoas ali presentes.
           
O silêncio petulou, sendo cortado poucos segundos depois pelo abrir e bater de porta de Taeho que saiu sem ao menos dizer nada.
           
— O que foi isso? — Jeongguk perguntou. — Ele surtou?
           
— Como sempre. — Yoongi completou. — Daqui à pouco volta.
           
 — Eu vou atrás dele, caras. Só fiquem aqui e contenham a fera selvagem — Jimin referiu-se a Hoseok.
           
Assim que abandonou o camarim seguiu pelo corredor de portas  indo em direção a de saída que se encontrava no final do corredor. Porém, antes que pudesse sair uma porta foi aberta e de dentro delas saíram jovens levando seus instrumentos. Jimin nãos os reconheceu, mas logo passou por sua cabeça que eram eles que iriam substituir sua banda.
           
Sua intenção não era arranjar encrenca, mas às vezes sua língua é mais rápida que seu cérebro.
           
— Hey — a atenção do grupo rapidamente foi direcionada para si. — Então são vocês os substitutos? O nível desse lugar está decaindo mesmo.
           
— Quem você é por acaso? Nem nos conhece para dizer isso — respondeu uma garota com a alça de um keytar no ombro.
           
— Não preciso conhecer ‘pra saber que não chegam aos pés da minha banda — retrucou.
           
— Isso é muita pretensão da sua parte — um garoto com um baixo em mãos falou. — É melhor ficar quieto antes que —
           
— Antes que o que? Se toquem!  Vocês são só um bandinha de garagem medíocre que está chegando aos palcos agora.
           
Antes que suas frases pudessem ter mais impacto, a garota do keytar avançou para cima de Jimin. Os colegas dela estavam rindo da indignação da garota, mas logo um deles parou de rir para segurá-la pelo braço. Contudo, mesmo que sendo uma mulher e naturalmente mais fraca que um homem aquela em especial estava tomava de tal forma pela raiva que precisou de outra colega ajudando a segura-la. Ela contorceu-se nos braços da garota e do garoto que a segurava enquanto o resto do grupo continuava a rir, mas no final conseguiram acalmá-la.
           
Mesmo tendo recuado alguns passos —até porque em hipótese alguma bateria numa mulher — Jimin continuou com o peito estufado e o queixo erguido.
           
— Se acalma, Yongsun. Ele só está querendo nos irritar — disse a mesma garota que havia a detido enquanto afagava seus cabelos.
           
— Não sei como Ae teve coragem de contratar gente da laia de vocês.
           
— Você deveria se envergonhar do que está dizendo. Coragem a dela é ter contratado um esnobe como você. Não é mais superior que nenhum de nós  — o cara que havia segurado Yongsun disse. Ele junto as duas garotas deram as costas, abraçando Yongsun pelos ombros e tentando acalmar os nervos dela para que não se arrependesse de ter parado e decidisse dar uma surra de verdade em Jimin.
           
— Você não vem? — O cara do baixo perguntou ao membro da banda que até então não havia falado nada e permanecido parado observando Jimin.
           
— Já vou. Podem ir indo na minha frente — disse, com uma protuberância de um dos lados da bochecha já que sua boca abrigava um pirulito.
           
— Ok. Só não perca seu tempo com gentinha como esse aí...
           
— Quem ele pensa que é ‘pra me chamar assim? — Perguntou retoricamente ao vê-los desaparecer do corredor. — Vai continuar a me olhar esquisito?
           
— Você é sempre tão competitivo?
           
— Isso não é da sua conta — respondeu, seco e ríspido.
              
— E também sempre tão rude?
            
— Eu só sou rude quando e com quem me convém. E vocês entraram no meu caminho, só estou tentando limpá-lo.
           
— E muito controlador pelo que vejo, não é?
           
— Pare de me fazer perguntas. Isso está começando a me irritar.
           
— Ótimo — sorriu, e pareceu de certa forma fofa quando sua bochecha direita estava rechonchuda pelo doce. — Só estou tentando retribuir um pouquinho o sentimento que você causou na minha amiga, Jimin.
           
— Que interessante você saber meu nome. É um admirador secreto, não é? Admita. Tenho um monte deles.
           
— Para a sua infelicidade, não. Já que você decidiu nos tratar como inimigos creio que não seria nada favorável me aliar ao adversário — ele aproximou-se alguns passos, mas o suficiente para que  dois palmos os separasse.
           
— E eu posso saber o nome do meu adversário?
           
— V, mas te dou a permissão para me chamar de Taehyung.
           
— Um nome artístico... Você realmente acha que vai ser relevante o bastante para ser lembrado por ele? — Jimin voltou às alfinetadas.
           
— Eu já sou. Tanto que te substituo pelo resta da noite, e daqui à pouco tomarei a noite inteira. Aproveite enquanto pode, corista — falou, retirando o pirulito da boca para depositar um selar no canto da boca de Jimin, roçando seus lábios levemente.
           
Ainda paralisado o Park analisou as costas largas de Taehyung e o quanto suas roupas eram coloridas se comparadas com as suas. Os estilos das duas bandas eram realmente divergentes; enquanto os Choristers Boys Of Rock usavam uma palheta simples entre preto e branco em combinação com peças como calças jeans, coletes e tênis, The Delirious Kims eram extravagantes com suas cores, incluindo de lenços no pescoço até jeans de lavagens mais chamativas possíveis.
           
Foi então que acordou do seu transe ao ouvir a porta de saída bater. Jimin bagunçou os cabelos, tentando afastar a releitura que seu cérebro fazia daquela noite agitada.
           
Seguiu firme, saindo do corredor e deparando-se com a música sendo emanada da jukebox, as luzes baixas e feixes entre rosa e azul passeando pelas paredes, pessoas dançando animadamente — muitas delas alcoolizadas — e reclamando da demora que a banda substituta tinha para se estabelecerem sobre o palco. Apressou o passo entre a multidão ao perceber que havia perdido muito tempo discutindo e que provavelmente Taeho nem se encontrava mais na boate. Guiou os olhos desesperançosos pelo topo das cabeças, até que avistou uma cabeleira loira em meio a tantas morenas.  Entre esbarrões e pedidos de licença finalmente alcançou o bar.
           
Com o canudo de uma Marguerite na boca e na mão o guarda-chuvinha de enfeite Taeho lamentava em seus últimos minutos na boate antes de ir embora. Ao avistar Jimin sentando-se no banco ao lado revirou os olhos; Jimin era muito persistente, mas às vezes isso  tornava-se irritante para as pessoas ao seu redor.
           
— O que quer?
           
— Eu quero que você volta lá ‘pra dentro. Eu vou conversar com a Ae e convencê-la a nos dar a noite completa — disse, olhando feio para o homem atrás de si que lhe deu uma cotovelada nas costas.
           
— Eu não vou fazer isso.
           
— Poxa vida, Tae! Não somos os Choristers sem nosso saxofonista!
           
— Então podem começar a procurar outro nome — deixou o canudinho de lado, entornando por inteiro a bebida alcoólica.
           
— Você não está fazendo o que eu estou pensando que está fazendo, não é?
           
— Se estiver pensando que eu estou saindo da banda, então sim, você pensou certo.
           
— Não pode fazer isso!
           
— Eu já fiz — deixou de lado o copo, andando para longe do bar.
           
Jimin o seguiu, ficando irritado quando sentiu alguém pisar no seu tênis branco. — Você falou que tem uma faculdade para pagar.
           
— Eu arrumo um emprego numa cafeteria, sei lá. — Parou quando Jimin agarrou seu antebraço, virou-se, tendo que fitar os olhos tristes dele. — Desculpa. Mas eu não aguento mais madrugar tocando em boates, tendo que acordar cedo na manhã seguinte e acabar por não receber o merecido. Eu preciso do dinheiro, você é quem mais deveria me entender.
           
E realmente entendia, até porque dentre os cinco membros da banda Park Jimin era quem mais precisava daqueles wons mal pagos. Mesmo assim, tinha em mente que o fato de terem um saxofonista os diferenciava do restante das bandas, até porque aquele instrumento trazia boas remetentes de jazz e blues. Sem Taeho poderiam ser facilmente confundidos com qualquer grupo de jovens que almejava tornar sua banda um sucesso.
           
— Não faz isso, por favor...
           
— A gente se vê uma hora dessas. Boa sorte para você e os garotos — falou, danda tapinhas no ombro de Jimin antes de finalmente retirar-se, desta vez sem ser seguido.
           
Novamente naquela noite Park Jimin estava sendo deixado para trás sem poder impedir isso. Mordeu o próprio lábio, acabando por sentir o gosto do doce que Taehyung havia depositado em sua boca. Aquela era a única coisa que poderia adoçar o amargo que estava sentindo no momento.
           
Estava fadado a cair no esquecimento, assim como tantas outras bandas de rock. Se não arranjasse outro emprego logo não lhe restaria dinheiro suficiente para pagar as despesas do hospital onde sua avó estava internada. O que faria, então? Era o único da família que não estava envolvido com prostituição ou tráfico, e não seria mais um dos Park a entrar nestes meios. Jimin era honesto, apesar de ser um cretino.
           
Um acorde desafinado rompeu seus tímpanos, tremendo o chão e ecoando pelas paredes. O burburinho das falas aguçadas aumentou em volume, as pessoas estavam indo para a pista, onde poderiam ficar mais perto do palco. Os Kim tinham se instalado. A voz grave de Taehyung fez-se presente no microfone, estava dando boas vindas.
           
— Vadios e vadias, aqui estão para vocês The Delirious Kim! As palmas seriam bem vindas agora. — Teve como resposta uma salva de palmas. — Na batera, Joon, no baixo e vocal, Jin, Solar no teclado e Yerim como guitarrista. E para os sonhos eróticos de todos vocês, V como seu vocalista e guitarrista, vulgo eu! — Houveram gritos em retorno.
           
Por que a abordagem dele havia sido tão agressiva? E pior ainda, por que as pessoas haviam ficado tão entusiasmadas com tal? — pensou Jimin.
           
Sem nem saber o motivo, Jimin esgueirou-se por todos aqueles corpos, o que não foi tão difícil já que ele era consideravelmente pequeno. Quando chegou à frente do palco o instrumental da música já havia começado. Ele com certeza nunca tinha ouvido aquela música, mas era Voodoo Child de Jimi Hendrix. Taehyung tocava junto a Yerim para depois juntar-se à Seokjin, todos pareciam animados em estarem ali. Quando voltou ao microfone, pronunciando a primeira frase Jimin rapidamente o amaldiçoou por ter um inglês irritantemente perfeito. Como ele havia aprendido aquela pronúncia tão bem?
           
— Well, I stand up next to a mountain... I chop it down with the edge of my hand...
           
 Oh, seu timbre vocal grave oscilava entre suave e estridente numa capacidade admirável sem ser desafinado. Por mais que Jimin não fosse admitir, Taehyung cantava bem. Entretanto, sua tarefa não era admirar o porquê dos Kim substituírem sua banda na metade da noite em diante, sendo assim, tratava de ir embora, esgueirando-se entre as pessoas que insistiam em empurra-lo como um saco de batatas de um lado para outro.
           
Foi então que Jimin sentiu sua bunda ser apertada. Ele não havia acreditado no que tinha acontecido, mas estava espumando de raiva.  Virou repentinamente, só para dar de cara com o bastardo que havia tocado-o sem permissão sorrindo para si na tentativa falha de galanteio. Sem medir as consequências, Jimin levou o punho para trás para logo em seguida acertar com força o olho esquerdo do rapaz. Instalou-se um mutirão de gritos exagerados e de pessoas segurando o assediador que havia caído para trás com a força do soco.
           
Ao olhar novamente para o palco notou que sua discrição saira totalmente do controle quando Jin apontou rindo para si para que Taehyung também visse, quando avistou Jimin os dois pareceram cair numa gargalhada controlada.
           
— ...Yeah, hey! 'Cause I'm a voodoo child, voodoo child. Lord knows I'm a voodoo child, baby... — Taehyung voltou ao microfone para cantar o refrão e, agora que tinha encontrado Jmin na multidão o olhava focadamente.
           
Mesmo que a letra da música não acompanhasse o momento de disputa entre os vocalistas Jimin sentiu-se extremamente provocado. De jeito nenhum ele deixaria que aquilo continuasse assim. Trincou o maxilar, perdendo-se entre as poucas luzes e os corpos dançantes, desaparecendo do campo de visão de Taehyung.
           
Saiu da pista de dança, direcionando-se à sala de Ae que ficava no mesmo corredor dos camarins. Sem bater na porta ele a abriu, vendo a cara assustada que Ae fez enquanto controlava o grito por estar no telefone. Jimin foi até ela e retirou o telefone giratório de suas mãos, colocando-o no trinco.
           
— Que audácia é essa? — Indagou, pondo as mãos na cintura.
           
— Eu tive uma ideia brilhante!
           
— Não estou com tempo nem paciência. — Voltou a pegar o telefone vermelho, movendo o dedo pela roda.
           
— É o seguinte... — Retirou o telefone das suas mãos outra vez. — Eu proponho uma batalha.
           
— Batalha?
         
— De bandas. Nós, contra aqueles pobres coitados. Quinze minutos e nos instalamos no palco secundário de dança, no lado oposto do palco principal. Pode ser uma música cada ou o que o público querer, sem regras mediante esta parte. E no final o ganhador fica com a noite completa nos sábados e domingos.
           
— Como saberemos quem venceu?
           
— O que sair mais bem falado ou o lado que terminará com mais gente. Bom, isso saberemos depois.
           
— Isso tudo é desespero, Jimin? — Perguntou, pegando o telefone de volta.
           
— Apenas ganância — ironizou. — Você não precisará pagar o perdedor. É pegar ou cair fora — sorriu falsamente.
           
— E como pretende fazer os outros aceitarem?
           
— Eu tenho lábia, você sabe. É facinho, facinho.
           
—Bom, se conseguir essa proeza, não vejo problema algum — sorriu de volta.
           
Do corredor vieram passos e falas, rapidamente Jimin saiu da sala de Ae, encontrando-se com Hoseok e Jeongguk levando os instrumentos.
           
— Que bom que já estão com isso aqui — pegou seu baixo do ombro de Jeongguk. — Coloquem lá no segundo palco. Eu vou chamar a Dasom ‘pra instalar as luzes rapidinho e mandem o Yoongi não esquecer a porra dos pratos porque ele sempre esquece no camarim.
           
— Jimin? Que? — Jeongguk perguntou.
           
— E aí meninos? — Ae apareceu atrás de Jimin. — Estão prontos ‘pra batalha?
           
— Mas que raios de batalha? — Disse, Hoseok.
           
— Você não contou à eles?
           
— Ah, Ae, fala sério. Eles nem são o mais importante.
           
— Eles são a sua banda! É bem importante, sim.
           
— Algum dos dois está disposto a nos explicar o que ‘tá acontecendo? — Questionou Jeongguk.
           
— Olha, prestem atenção aqui, TDáticos .
           
— Essa palavra nem existe, Jimin — Jeongguk interrompeu.
           
— Foda-se. Vamos competir com música contra aquela bandinha de merda lá e quem ganhar fica com a noite inteira!
           
— Queria que fosse com socos ... — Hoseok comentou.
          
— O Yoongi já está esquentando o carro. Acho que não vai rolar hoje.
           
— O Yoongi já está esquentando o carro. Acho que não vai rolar hoje.
           
— Vai, sim! A gente precisa ganhar, entenderam? Além do dinheiro também é uma questão de honra.
           
— Você me parece meio obcecado nisso, Jimin.
           
— Você é mais bonito de boca fechado, Jeongguk. Levem isso pra lá e chamem o Yoongi — falou, saindo junto ao seu baixo corredor afora.
           
Subiu os degraus ao lado do palco onde as cortinas escondiam a parte onde ficavam os fios dos instrumentos. Lá estava Dasom, cuidando do som e das luzes.
           
— Garota, dá uma chegada no segundo palco. Agora mesmo. Os meninos estão indo para lá e enfim... Isso ‘tá uma confusão.
           
— Jimin, agora?
           
— É, querida, agora. Vamos, vamos — estalou os dedos na frente dos olhos dela.
           
Dasom logo desceu as escadas, por mais que não tivesse entendido muito bem o que Jimin havia dito ele tinha uma ótima persuasão, o que a fez seguir a risco o que lhe foi dito.
           
Seguiu os olhos para a banda em cima do palco, mas não tinha como evitar de olhar para aqueles cabelos vermelhos tão chamativos de Taehyung. A música da vez era mais lenta e era acompanhada dos doces vocais de Solar e Jin. A cena dos lábios avermelhados de V colados ao microfone enquanto ele fechava os olhos e balançava o corpo no ritmo da melodia era extremamente hipnotizante e atraente.
           
Logo a música chegou ao fim, aproveitando- se disso Jimin entrou na parte visível do palco, tendo todos os olhares direcionados para si, mas ele foi rápido em puxar Taehyung pelo lenço de seu pescoço, levando-o para o outro lado não iluminado. Os membros da banda os olharam sem entender, já na pista de dança as pessoas reclamavam do sumiço do vocalista principal.
           
— O que você ‘tá fazendo? — Perguntou, tirando a mão de Jimin de seu lenço.
           
— Propondo uma batalha de bandas. Na verdade, eu nem sei porque tenho que propor, já sei que vão aceitar.
           
— Ok, corista convencido. Mas o que ganhamos com isso?
           
— A oportunidade de continuarem a tocar aqui no sábado e domingo, mas vai ser a noite completa, consequentemente, irão receber o dobro.
           
— O mais atraente dessa proposta é saber que terei a chance de ver você caindo desse teu pedestal de superioridade. — Levou o indicador e o polegar ao queixo de Jimin. — Eu daria tudo para ver esse rostinho convencido sair de mãos abanando.
           
— É agora ou nunca, V. Façam por merecer, hu? — Sorriu, piscando para ele.
           
Livrou-se dos toques de Taehyung, passando pelos colegas dele e descendo as escadas apressado, contornando a pista de dança, passando entre os pódios onde se encontravam os bastões de pole dance. Hoseok estava ajudando Yoongi a montar a bateria, já Jeongguk instalada os microfones junto à Dasom.
           
— Cadê os pratos?! — Jimin perguntou da pista.
           
— Os pratos? — Yoongi divagou.— Puta merda, os pratos! — Saiu apressado para a parte lateral do palco.
           
— O que aconteceu com Taeho, afinal? — Ouviu de Hoseok ao subir no palco para arrumar o microfone para a sua altura.
           
— Ele vazou.
           
— Como assim ele vazou?
          
— Taeho saiu da banda, simplesmente isso. Não queira complicar as coisas agora, Hoseok.
           
— Taeho saiu da banda? — Jeongguk acabou ouvindo também.
           
— Se for chorar vá ao banheiro. Lágrimas demonstram fraqueza, e essa não é a melhor abordagem para uma competição como essa, Jeongguk.
           
— Como tocaremos sem ele agora? — Yoongi surgiu detrás das cortinas carregando os pratos.
           
— Você não desaprendeu a tocar bateria magicamente porque o saxofonista foi embora, não é, Yoongi? Façam o que vocês sabem fazer e nada sairá do controle. — Suas palavras eram para animá-los, mesmo que estivessem carregadas com uma pitada de grosseria.
           
Do lado oposto do salão Taehyung voltava ao seu lugar, sendo encarado pelos olhos confusos dos que estavam ao seu redor.
           
— O que aconteceu ali? — Seokjin perguntou.
           
— Acabamos de ser amigavelmente convidados para uma batalha musical — disse, não contendo um sorriso. — Repito, amigavelmente.
          
— Ótimo! Eu vou adorar esfregar a nossa vitória na cara daquele mimadinho! — Yongsun desdenhou.
           
— Por que não pensamos melhor nisso, hein? — Yerim estava em dúvida, por mais que acreditasse no potencial que tinham para ganhar.
           
— Não existe a opção de recusar, Yerim.
           
— Até você foi corrompido, Namjoon? Achei que fosse da paz.
           
— Eu sou, mas esse caso é aparte.
           
— Isso aí, Joonie! — Solar e Namjoon fizeram um high five. — Vamos mostrar para eles o que é rock de verdade!
           
— Boa noite, pessoal — a voz de Jimin expandiu-se pela boate.
           
As pessoas logo surpreenderam-se com o fato de que duas bandas estavam tocando ao mesmo tempo, mas ao notarem que eram os Choristers Of Rock berros romperam-se animados. Muitas pessoas atravessar a divisão que os pole dances faziam para chegarem à outra pista. Era este o poder do sucesso que Jimin tanto apreciava.
           
— Um rápido retorno, não é? — Comentou, sendo respondido por um coral de “sim”. — Que tal deixarem os delirantes recuperarem o fôlego e curtirem mais um pouco o nosso som? Eu sei que sentiram saudades. — Fora respondido por berros e palmas.
           
Taehyung estava impressionado com a facilidade que Jimin tinha para mudar tão fácil sua personalidade sobre os palcos; ele era muito diferente do que demonstrava ser. Já havia visto apresentações dele, naquela mesma boate. Não negaria o talento deles, mas estaria mentindo se dissesse que por isso perderia.
           
As notas iniciais de Heart Full Of Soul foram tocadas e logo a letra foi interpretada pelo timbre soprano de Jimin em seu inglês mediano. Todos voltaram a dançar, mas desta vez no lado dos coristas.
           
— Isso não foi legal. Eles nos abandonaram! — Yerim referiu-se ao público.
           
— Vamos tocar por cima deles até que parem — Seokjin disse.
           
— Ainda não. Se fizermos assim isso vai virar uma bagunça. Vamos esperar que terminem essa música — falou, Taehyung.
           
Jimin cantou The Yardbirds com maestria, sendo seguido arduamente pelos sons dos instrumentos dos colegas. Ao final da música foram aplaudidos e ovacionados pelas pessoas que compareciam à pista de dança.
           
Oh my...! — Taehyung cantou no microfone antes que a outra banda tocasse a próxima música. — ...Boy sitting in the sun. Go buy, candy and a currant burn...
           
Uma grande maioria voltou animada para a pista principal, notando isso Jimin não conteve-se em soltar um palavrão no microfone, ato que gerou um meio sorriso em Taehyung.
           
Oh, don’t talk to me... — A maldita parte que era cantada quase em murmúrios fez muitas garotas — a até alguns garotos — gritarem em animação. — Please just fuck with me. — Os olhos de Taehyung serpentearam o corpo de Jimin perigosamente, ele estava cantando para ele e não dava a mínima para esconder. — Please you know I’m feeling frail.
           
— Não acredito que ele teve coragem de modificar a letra do Pink Floyd! — Yoongi picaretou.
           
— Tudo para seduzir Park Jimin. — Jeongguk estava rindo da situação.
           
Impressionando a todos, Jimin não tinha falas para aquilo, ao menos mandou Jeonguk calar a boca, como de costume. Apenas agarrou com força a alça do baixo enquanto os Kim tocavam outra e outra música.
           
Mesmo que tentassem achar um meio para tomar a atenção, nem Jimin e nem os amigos conseguiam fazê-lo. Eles tiveram que esperar pelo menos quatro músicas sem interrupção até Jimin virar-se para trás dizendo:
           
I Just Wanna Make Love To You!
           
— Rolling Stones? — Perguntou Yoongi?
           
— Etta Jones — sorriu.
           
— Você sabe que essa versão é um pouco mais...
           
— Provocativa? — Jimin interrompeu Jeongguk. — É, eu sei. Às vezes a solução é apelar para o sexo. Já dizia minha tia Haedo.
           
— A prostituta? — Yoongi indagou.
           
— Essa mesma.
           
— Conta outra, Jimin. A dança mais provocativa que você sabe fazer é dois ‘pra lá dois ‘pra cá! Quem você vai conseguir seduzir com isso? — Hoseok falou.
           
— Eu não estava pensando em dançar, mas essa foi uma ideia maravilhosa. Olhem e aprendam, crianças. — Foi até uma caixa de som próxima, aumentando o volume no máximo, voltando para o seu lugar no palco e tocando o dó mais desafinado de sua vida toca. Nada mais que intencional.
           
O ato fez com que todos parassem o que estavam fazendo para taparem seus ouvidos e olharem sem entender para a pista secundária. E esta foi a oportunidade que tiveram para retornarem seu show, desta vez tocando a composição original de Muddy Waters que também fora cantada na belíssima voz de Etta Jones.
           
I don’t want you to be no slave. — Jimin começou a cantar, tentando deixar de lado a vergonha e sorrir docemente. — I don’t want you to work all day. — Tirou a alça do baixo, repousando-o no chão. — But I want you, to be true — cantou, retirando seu terno e jogando-o propositalmente no chão. — And I just wanna make love to you. — Afrouxou a gravata durante a pronuncia da mesma frase.
           
Apesar do fato que a reação geral do público foi ficar em completo extasiasmo por não estar preparado para algo tão inusitado, Jimin não deixou de cantarolar cada rima das frases segurando forte o microfone e tentando da forma que sabia balançar o quadril de um lado para outro no ritmo da batida.
         
All I want to do is wash your clothes. — Arregaçou as mangas da blusa social. — I don’t want to keep you indoors. — Desabotoou três botões da camisa lentamente, mas parou no quarto, mantendo seu sorriso travesso para o público. — There is nothing for you to do. But keep me making love to you. — Tirou o microfone do apoio, tomando cuidado na hora de pular da baixa altura do palco, entrando na pista de dança. — Love to you... Ooooh... Love to you.
   
Por mais que não tivesse o costume de dançar de forma sensual, estava saindo-se bem até agora. A reação de algumas pessoas evidenciava isso e Jimin estava adorando a sensação de ser desejado. Isso só o deu mais ânimo para continuar a atravessar a pista. Subiu na plataforma onde estavam os pole dance, pronto para a próxima estrofe.
           
And I can tell by the way you, walk that walk. — Mas espera, aquela não era a voz de Jimin. — I can hear by the way you, talk that talk. — Lá estava Kim Taehyung, tirando seu lenço do pescoço e apontando para Jimin, para então jogá-lo para a plateia que alvoroçada tentou tê-lo em mãos. — And I can know by the way you, treat your girl. That I can give you all lovin’ in whole wide world. — Pulou do palco, como numa cena musical do John Travolta em Grease.
           
Diferente de Jimin, Taehyung costuma — e muito — ser provocativo. E já que ele queria tanto assim aquilo Taehyung não poderia fazer nada mais nada menos que entrar na onda.
           
Oooooh, all I wanna do is make your bread. Just to make sure your well fed.  — Ao passar pela pista de dança a multidão separou-se em dois lados, dando espaço para que Taehyung chegasse à divisa. — I don't want you sad and blue. — Parou no meio da pista de dança e apontou dramaticamente pra Jimin. — And I just wanna make love to you.
           
— Love to you... Ooooh, ooooh... Love to you... Ooooh... — cantaram juntos.
           
Durante o tempo de instrumental solo Taehyung conseguiu alcançar o pódio, subindo nele e só então notando o quanto era pequeno quando se tinha dois corpos o ocupando ao mesmo tempo.
           
— Você pode rebolar essa bunda melhor — sussurrou longe do microfone no ouvido do Park, tendo seus corpos quase colados — Relaxa, Jimin.
           
Revirou os olhos desacreditando na audácia de Taehyung para lhe dizer isso, mas ainda que fosse, não cessou a música.
           
And I can tell by the way you, walk that walk. — Usou a mão livre que não segurava o microfone para desfazer o nó da gravata. — And I can hear by the way you, talk that talk. — Esforçou-se para tornar mútua a encarada de V, tentando não dispersar o olhar e sorrir envergonhado. Era tão bom em ser frio, como não conseguia controlar suas emoções naquele momento?
           
And I can know by the way you, treat your girl — completou por Jimin. — That I can give you all lovin’ in whole wide world. — O Park livrou o pescoço do aperto da gravata, aproveitando para enlaça-la na do Kim, num ato sexy que fazia com que seus rostos se tornassem cada vez mais próximos. — Ooooh... All I wanna do, all I wanna do is cook your bread. Just to make sure your well fed. — Estranhamente Taehyung ainda não havia repelido aquela aproximação, e isso estava deixando Jimin um tanto quanto preocupado. Afinal, ele não o fraco a quebrar contato visual, mas também não queria beijar Taehyung na frente de toda aquela gente! — I don't want you sad and blue. — Numa mudança repentina, o Kim levou as mãos ao quadril de Jimin, virando-o e finalmente concretizando o toque de seus corpos. — And I just wanna make, love to you.
           
Aquele ato estava totalmente fora de cogitação para Jimin, fez seu corpo estremecer assim como de quem apenas observava. Mas com uma força que ele ao menos sabia de onde tirara, cantou o refrão.
           
Love to you... Ooooh yeah... Love to you... Ooooh... Love to you.
           
Finalmente o instrumental havia parado, louvado seja — Jimin, pensou.
           
— Nada mau para um corista — Taehyung sussurrou em seu ouvido novamente.
           
Jimin quase havia esquecido que tinha o seu arqui inimigo logo atrás de si o encoxando.
           
— Só não te bato igual bati naquele cara mais cedo porque isso pode ser considerado contra as regras! — Virou-se, afastando bons passos de Taehyung.
           
— Regras? Que regras? Nós praticamente proporcionamos um show erótico gay para todos esses coreanos aqui. Para onde foi o seu lado provocador agora, Jimin?
           
— Há-há. Muito engraçado.— Colocou de volta  gravata no pescoço, voltando para o seu palco.
           
— Gozei — Namjoon pronunciou.
           
— Eu também. — Yongsun complementou.
           
Pelo resto da noite não houveram mais disputas. As pessoas alternaram entre uma pista e outra, já que as duas bandas passaram a tocar ao mesmo tempo. O que levou à um desfecho redundante e decepcionante.
           
— Todos pensaram que essa batalha era programada! Inclusive a parte da dança. Aliás, que dança, meninos! — Ae elogiou. — Ainda me lembro da época que eu dançava desse jeito.
           
— Que visão do inferno — disse Hoseok.
           
Estavam todos no mesmo camarim após o show, tendo a mesinha de centro separando o sofá das duas bandas.
           
— Por isso eu quero convida-los a fazer uma batalha dessas todos os sábados, à noite toda. É bem inovador e vejo que a maioria saiu daqui comentando coisas boas.
           
— Jamais! Isso dividirá o pagamento em nove vezes. — Jimin falou.
           
— Eu pagarei o dobro do que vocês ganhavam por noite inteira — Ae propôs. — É pegar —
           
— Ou largar — foi interrompida por todos.
           
— Bom, nós aqui não temos do que reclamar. Só se isso de alguma forma fere o orgulho de você. — Yongsun debateu para Jimin.
           
— Não, de forma alguma. — Yoongi disse por ele, sabia que se deixasse Jimin falar mais um pouco poderia causar a terceira guerra mundial. — Acordo fechado, Ae!
           
Com o resto do pagamento entregue os presentes se dispersaram, tanto os Choristers Boys Of Rock como The Delirious Kim.
           
— Taehyung? — Jimin esperou até que ele saísse para então dizer. Os outros notaram o chamado, mas decidiram não interromper. — Eu queria me desculpar pela forma como tratei vocês hoje à noite... Diz isso ‘pra eles também, sério.  — Falou ao estarem à sós no camarim. — Eu não sou assim sempre, juro.
           
— Um pedido de desculpas? Vindo de Park Jimin? Eu devo estar sonhando!
           
— Para de ser babaca! Eu estou pedindo perdão. — Deu um tapa no braço do outro, rindo de como pareciam dois bobos com tanta rivalidade.
           
— Ok, ok. As suas desculpas estão meio aceitas.
           
— Por que só meio? — Indagou.
           
— A outra metade eu só aceito com um beijo!
           
— Isso é tão coisa de sexta série! — Riu.
           
— Sempre funcionou na sexta série — deu de ombros. — Quer que eu aceite suas desculpas ou não?
           
— Você não precisa dessa cantada ridícula para que eu te beije.
           
Jimin segurou Taehyung pelos ombros, aproximando seus corpos, levou a mão para seu rosto e colou seus lábios num toque tímido e com gosto de pirulito de morango. Logo seus lábios moveram-se em sincronia, aprofundando o beijo quando o ósculo envolveu suas línguas. As mãos de Taehyung também acabaram por parar no corpo do Park, mais especificamente, em seu quadril, onde haviam repousado pouco tempo antes.
           
— Jimin? — Chamou, separando suas bocas minimamente para tal
           
— Sim?
           
— I just wanna make love to you.

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