Era de se esperar que fosse rejeitada. Logo ela, a garota mais tímida daquela cidade, mais insegura e introvertida a se apaixonar por seu total oposto.
Hinata caminhava a esmo pela cidade, o coração dilacerado, sequer parecia ela mesma. Em algum momento, havia comprado uma garrafa de vodka e esta já estava pela metade, amortecendo sua dor. Não queria voltar para seu apartamento, tão cheio de lembranças dele.
Onde poderia passar aquela noite? Não sabia nem em qual bairro estava. Havia pegado um metrô e descido sem olhar qual era a estação, depois pegou o primeiro circular que passou e desceu apos alguns minutos. Definitivamente estava perdida, e seu estado alcoolizado não ajudaria em nada a saber onde estava.
— Quando não se sabe onde ir, qualquer lugar serve.
Sussurrou Shakespeare para ninguém, trançando as pernas ao caminhar. Sequer pensava nos perigos que corria ao ser tão negligente consigo mesma e sua segurança.
A rua onde se encontrava era movimentada. A morena e suas roupas - largas e comportadas- pareciam não se encaixar com o ambiente cheio de mulheres semi nuas e exageradamente maquiadas.
Olhou para um letreiro luminoso pouco a frente de onde estava e resolveu seguir a seta brilhante, descendo uma escada através de um corredor estreito. Havia casais se comendo por ali, outros tentavam sair e trombavam com a morena a olhando com graça, como se quisessem dizer com os olhares que o convento ficava longe de onde ela tentava se enfiar.
Hinata chegou a um ambiente abafado, cheio de luzes e musica alta. Um cheiro de maconha já estava se impregnando em sua roupa e ela resolveu beber mais um longo gole do líquido que carregava na garrafa embrulhada com papel, que trazia em sua mão.
— Será que a Dama precisa de companhia?
Hinata se virou para a voz masculina, encarando o rosto atraente tão próximo ao seu. A bebida lhe dando o combustível necessário para agir sem a costumeira timidez.
— É apenas isso o que consigo. Companhia... Mas o que quero mesmo, ninguém pode me oferecer.
— Eu posso oferecer muitas coisas, Dama. Basta me pagar bem.
Hinata sorriu, parece que a única forma de ter o que queria de um homem seria pagando por um serviço. O olhou profundamente, se aproximando do corpo dele, o puxando pelo colarinho.
— Pode me fazer sentir desejada? Amada? É capaz disso?
O homem a olhou profundamente, como se pudesse ler a alma da mulher, entender todas suas inseguranças e seus traumas. Tocou com a palma da mão a base das costas dela a colando de vez ao seu corpo rígido.
— Farei valer a pena cada dólar que investir nessa noite, e tenho certeza que jamais se esquecerá dela por mais bêbada que possa ficar.
A promessa fez os pelos de Hinata se arrepiarem. Ela virou mais um longo gole da vodka, acabando com quase todo o líquido da garrafa, sentindo queimar a garganta, veias e ate mesmo seus olhos.
— Faça.
Sua voz saiu muito mais autoritária e carregada de desejo do que ela poderia um dia imaginar que faria. O homem a sua frente sorriu de lado antes de garantir um beijo tão ardente quanto o deserto, a levaria ate o Oasis particular, onde a tomaria como se fosse a ultima garrafa de agua que encontraria na estrada árida que era sua vida.
~※~ 7 meses depois ~※~
O seu corpo tremia, se sentia quente, os lábios dele não desgrudavam de sua pele, fazendo sucções enquanto a tomava por inteiro. Sua cabeça girava, mal conseguia abrir os olhos devido aos espasmos intensos que lhe arrebatavam. Por breves segundos, pode ver o verde de seus olhos...
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Garoto de Programa
FanfictionAs vezes encontramos a pessoa certa nos piores momentos de nossas vidas; e então, você passa a ver tudo como nunca viu antes. GaaHina