Indecentes_ parte 1

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Você fez de um jeito gostoso
O teu cheiro ficou em meu corpo
E em minha boca o teu gosto
O gosto do mel[...]

Simone&Simaria

[...]

Retirei os sapatos o mais rápido que eu podia, estava animado em mostrar pra omma meu desenho que havia sido votado como o melhor da classe. A mochila foi jogada em um canto qualquer da sala e eu subi as escadas, pulando os degraus.

Queria fazer uma surpresa pra ela, a omma sempre adorou minhas surpresas e sei que ficaria orgulhosa de ver que um dos meus desenhos foi reconhecido. Eu sabia que naquele momento ela estava em seu estúdio, fazendo alguma pintura incrível.

__ SURPRESA OMMA!! _saltei para dentro do ateliê eufórico.

Acho que foi eu que tive a surpresa e devo dizer que não foi uma surpresa muito agradável, ou algo correto para um menino de sete anos presenciar. Minha omma estava entre um casal, o trio estava entre os lençóis, nus e sujos de tinta.

Olhei para o tripé do quadro, onde havia a pintura do casal, em uma pose sensual e ela não pintava aquele tipo de coisa, minha omma sempre pintava coisas bonitas e felizes. O trio me encarou espantado e ao ver o homem, meu coração se apertou.

__ Hyung... _murmurei baixinho, pois aquele à minha frente era meu irmão mais velho, filho da primeira esposa do meu falecido pai.

__ Hunnie, meu filho... _ela pegou os lençóis para se cobrir e caminhar na minha direção.

Dei passos para trás, até que pudesse ficar fora do ateliê, então corri, descendo às escadas rapidamente, ouvindo as vozes da omma e do hyung me chamando. Tudo que eu queria era fugir, fugir de tudo e de todos, se tivesse um botão pra desver aquilo, já teria apertado.

Minha fuga não durou muito, porque o tio do mercadinho disse minha localização e a omma apareceu logo em seguida, me arrastando aos berros pra casa. Ela deu um sermão, dizendo que eu devia bater antes de entrar e que estaria de castigo por fugir.

Muito engraçado, estava no sexo à três com meu irmão e cheia de razão veio com lição de moral!

A mulher que eu conhecia como minha mãe, perfeita, batalhadora, doce, o exemplo de mulher a ser seguido, simplesmente desapareceu. Aí vocês pensam, ela era uma mulher adulta, livre e independente, tinha o direito de transar com quem ela quisesse.

Eu poderia até voltar a palavra atrás, se ela não tivesse feito aquilo na nossa casa, no lugar que meu pai criou com as próprias mãos para que ela criasse sua arte, se não tivesse feito no mesmo teto que meu pai faleceu quando teve enfarto, se não tivesse respeitado o luto que ainda beirava ao terceiro mês.

Ter direito é uma coisa, mas desrespeitar o ambiente onde habitava uma criança era totalmente diferente e pior, tudo isso com meu irmão, aquele que prometeu que seria o melhor irmão do mundo quando o appa morreu. Depois daquele dia minha visão sobre família, amor verdadeiro, respeito e moral, ficaram totalmente distorcidos.

No dia que o quadro foi exibido em uma grande galeria de Seul, vi ela sendo ovacionada, mudando, sendo outra pessoa, mas sua nova eu também mudou as pessoas ao seu redor, inclusive eu, que deixou toda inocência e ingenuidade no passado, assim como minha moralidade.

Fodam-se todos!

[...]

ONZE ANOS DEPOIS

High School Seoul
03:00PM
Aila Mitsui

__ Vai nessa!! _fui empurrada por uma amiga da onça, então subi encima de uma das mesas do refeitório, assim chamando atenção do povo.

Indecentes (Mini conto concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora