Chan sempre foi um bom observador. Talvez por isso fosse um bom líder.
Reconhecia até os menores erros nas coreografias, apontava quando algum membro estava desalinhado e sabia muito bem interpretar até a mais sutil mudança na fisionomia dos rapazes.
Infelizmente, Chan era um observador perspicaz até demais. Seus olhos ávidos captavam até o que não queria ver... como, por exemplo, Minho.
Se aproveitando de Jisung.
Repetidas vezes.
Ao longo do dia.
E em todos os dias.
Chan gostaria muito de não ver, mas o via. O via abraçar ao menor por trás quando este estava dormindo, o via fungar no pescoço pálido sutilmente para não acordá-lo e o via buscar todo tipo de contato físico mesmo quando o outro estava desperto.
O via também morder aos lábios quando Jisung mostrava um pouco mais de pele e como suas mãos pareciam ficar inquietas toda vez que o garoto o buscava manhosamente, movido por uma carência ignorante dos desejos de Lee por si. Chan via bem as carícias quase impróprias sobre a tez macia e a forma que sussurrava próximo a orelha de Han, apenas para deixá-lo rubro. E Chan, de fato, via o caçula ruborizar.
E, o pior: Minho o via de volta.
Mais de uma vez o dançarino o flagrou ao observá-lo. Na primeira, Lee até se envergonhou e desviou o olhar antes ocupado em devorar as nádegas de Jisung expostas por um short apertado. Na segunda, fingiu uma tosse. Na terceira e em todas as vezes subsequentes, entretanto, Minho passou a olhá-lo de volta.
E seu olhar era tanto lascivo quanto amedrontador.
Bang o lia como uma ameaça, um aviso para que não se intrometesse. Um aviso de que Han era dele e de que iria, sim, se aproveitar do menor.
E então foi ele quem passou a desviar o olhar...
...até ser impossível fazê-lo.
Era uma noite de jogos, com todos os membros esparramados pelo chão da sala e concentrados nas brincadeiras que faziam. Jisung seguia confortavelmente sentado sobre o colo de Minho, naquela intimidade esquisita que ambos mantinham sempre. O garoto, entretanto, estava animado demais com as provocações dos amigos para se conscientizar do excesso de movimentos que fazia com o corpo... inclusive com os quadris. E talvez não fosse nítido à todos, mas era a Chan: Minho lutava desesperadamente contra a excitação.
Sua face ansiosa e a maneira na qual seus olhos desviavam para cima praticamente gritavam sua tentativa inútil de autocontrole.
Inútil, pois o viu descer Jisung ao piso e se mover rapidamente ao banheiro.
E Bang, um curioso por excelência, não se conteve.
Só queria atestar o quão certo estava.
E estava mesmo.
Mesmo sabendo ser errado, forçou a porta do cômodo antes de Lee conseguir fechá-la. O homem se virou um tanto assustado e um tanto irritado... mas completamente excitado, segundo o volume gritante em suas calças.
- Então, é agora que você bate uma pensando no Jisung? - O perguntou diretamente.
- Não se mete. - Minho praticamente rosnou, se aproximando perigosamente. - E não abre a merda do seu bico.
Chan, mais uma vez, não se conteve.
- No que você pensa? - Questionou ao direcionar a mão ao membro endurecido diante de si. Não sabia porque o havia feito, mas o olhar perplexo do outro não o parou. - Me fala, o que você imagina quando se masturba pro Jisung?
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RomanceInfelizmente, Chan era um observador perspicaz até demais. Seus olhos ávidos captavam até ao que não queria ver... como, por exemplo, Minho. Se aproveitando de Jisung.