Extra.

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Minho havia mudado.

Ao menos consigo, Chan concluiu com um suspirar.

Desde que o pegara em um momento íntimo com Jisung... e com as calças arriadas, para não dizer outras coisas, o comportamento de Minho havia mudado bruscamente.

Primeiro que o Lee já não o deixava ficar muito próximo do mais novo. Sempre acompanhava Jisung para aonde ia, estava ao lado do mesmo no dormitório e até passou a aguardá-lo ou buscá-lo nas noites em que compunham no estúdio.

Mesmo se terminassem de madrugada.

Até aí, tudo bem. Talvez Minho fosse apenas um cara ciumento...

...ou não. Chan ainda era um bom observador.

Seus olhos detalhistas logo perceberam que o comportamento do amigo não se repetia quando Jisung estava a sós com Seungmin, por exemplo. Ou com qualquer outro membro, para ser honesto.

E como se o rondar excessivo não fosse o bastante havia uma segunda mudança gritante nas ações de Minho.

Chan talvez estivesse errado, ou melhor, queria estar errado.

Queria não ser tão observador e ter se enganado bruscamente, mesmo que seu âmago gritasse que estava certo.

Que Minho intencionalmente tocava Jisung de maneira indiscreta quando sabia que Chan poderia ver.

E não foram apenas toques indiscretos. Eram cochichos que ruborizavam ao menor, mordiscos na orelha ou pescoço, apertos nas coxas, carícias próximas à virilha. Minho provocava Jisung constantemente diante dos olhos de Chan... ou apenas quando estavam sob o olhar do líder. Como se quisesse ser visto fazendo-o.

E, bem... Chan os via.

Os via com demasiada atenção para ser honesto. Cada palavra, cada toque, cada suspiro. Chan captava todos com olhos famintos por mais. Desde a fatídica noite, Chan não conseguia se masturbar para nada além da recordação de Minho e Jisung juntos no sofá da sala.

Chan se sentia culpado. Sabia que era errado, grotesco, doentio. Mas o que mais ele poderia fazer? Como reagir e não sucumbir àquela memória vez ou outra se Minho parecia provocá-la diariamente?

Minho o provocava diariamente.

Sua sagacidade gritava que o Lee o fazia apenas para demarcar território. Para deixar claro a Chan que possuía Jisung e de todas as formas interpretáveis do termo "possuir". E Chan entendia, entendia muito bem. Em momento algum cogitou se emaranhar nesse relacionamento, mesmo que o pensamento lhe corresse como algo apetitoso.

Afinal, não queria apanhar e Minho lhe parecia disposto a bater.

Não que Lee estivesse certo. Minho talvez tivesse a idéia de que Chan desejava à Jisung, quando na realidade... desejava aos dois. Juntos.

Suspirou mais uma vez.

Se encontrava na cozinha, tomando o segundo ou terceiro copo d'água para tentar distrair a mente e acalmar os nervos. A realidade é que estava à sós no dormitório com Minho e Jisung. Os demais membros viajavam, deixando-o em uma situação no mínimo desconfortável.

Já era o quinto dia.

O quinto dia de exposições constantes de intimidade, malícia e provocações de Minho em Jisung captadas por Chan. O quinto dia de palavras de duplo sentido, risos maliciosos e olhares desafiadores de Minho. O quinto dia que Jisung pedia clemência ao namorado... ou ao menos, discrição. E o quinto dia que Minho não parecia interessado em parar.

Point Of View.Where stories live. Discover now