Capítulo 3: But then there was you

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Pull me out of the crowd
You were telling the truth...

"Macarena?", uma voz firme surgia para quebrar o silêncio ao redor de uma Macarena que estava sentada em uma das espreguiçadeiras dispostas em volta das piscinas, na área externa do local. "Achei que fosse encontrar você aqui.", Barbara se aproximava devagar, com os braços cruzados e observando em volta delas. "De todos os lugares possíveis pra eu estar, logo aqui?", a loira questionava, sem encarar a outra. "Embora você não seja chegada a piscinas... sabia que era o local mais arborizado e...", Barbara parou, olhou para cima, e depois – finalmente – fez com que seus olhos encontrassem com os da loira, "E, quando olhar as pessoas te cansa, você busca as estrelas.". A morena voltou a mirar o céu estrelado que servia de público para aquele encontro. "Obrigada por ter trazido o Santiago. Todos sentimos falta da companhia dele.". "Falando no meu irmão...", Macarena estava sem saber como reagir direito, perante a todas aquelas colocações da mulher que ela mais queria encontrar naquela noite, mas da única que ela não sabia como lidar. "Acho que já posso levar meu artista pra casa.", forçou-se a sorrir, ainda que sem jeito, e levantou de onde estava, para chegar bem perto de uma Barbara que seguia parada, de pé, em frente a piscina. Olhou no relógio do celular, que estava em uma das mãos, e com a outra ajeitou a jaqueta um pouco amassada, depois de sentar de qualquer jeito em cima dela.

Antes que Macarena conseguisse voltar seus olhos uma última vez para a morena que a encarava, mesmo sem ela notar, um "espera" meio rouco veio acompanhado de uma mão segurando seu braço, tão suavemente, que mal parecia encostar. Macarena, que já ia virando o corpo e prestes a caminhar até a porta, paralisou ao toque da outra. Quando a morena percebeu o que havia feito, por impulso, largou rapidamente, e voltou a cruzar seus braços perto do corpo, enquanto levava os olhos para passear pelo chão. Naquele momento Macarena percebeu que, em seu pulso, haviam várias pulseiras, mas uma delas ela reconhecia bem: era de prata fina, com um pingente de lua. O mesmo que ela deixou em uma caixa pequena, dentro de outra maior, junto com a carta, faziam meses. Incrédula com o que seus olhos estavam vendo, Macarena apenas apontou para a jóia e fez a expressão mais confusa que Barbara já havia visto nela. A morena franziu a testa e fez um biquinho com os lábios, como criança que é pega no flagra, depois de ter aprontado alguma coisa. Naquele momento, nada precisou ser dito, Macarena puxou Barbara para junto de si, e as duas se abraçaram como não faziam a muito tempo, mas com a vontade de quem nunca queria ter se separado.

"Quando comprei esse presente pra você, morri de medo que você não fosse gostar... ou usar.", Macarena seguia com os braços firmes no corpo da morena que se aconchegou em seu peito. "Foi a única coisa palpável que ficou, além da carta. E você continua achando que não acerta nos presentes.", a voz de Barbara saiu meio a contra gosto, enquanto ela se afastava da outra, sacudindo o corpo, como quem queria se livrar da sensação de nostalgia que aquele momento trazia. Macarena levou uma das mãos para segurar na da morena, mas a mesma se esquivou, deixando apenas com que as pontas de seus dedos fossem tocados. Como se aquele toque desencadeasse um misto de lembranças e sensações que Barbara já não conseguia mais conter dentro de si, a morena levou as duas mãos até o rosto espalmando-as e esbravejou, segurando um grito que parecia estar na ponta da língua. Mas foi só ouvir os passos de Macarena se afastando, outra vez, que ela criou coragem para soltar tudo o que estava preso, por tempo demais: "Sabe o medo que você sentiu quando comprou essa jóia e não sabia se eu ia gostar?". A resposta veio com uma Macarena voltando, mais uma vez, para parar diante de uma Barbara que agora olhava fixo no azul dos olhos da loira que apenas assentia com a cabeça, mostrando que estava prestando atenção. "Eu senti a mesma coisa, quando você me deixou. E ainda disse que me amava.", Barbara tinha as pupilas dilatadas e a respiração pesada. "Você nunca precisou ter medo, porque sabe que eu te amo.", Macarena não conseguia falar aquelas palavras em voz alta, encarando a outra, então ao mesmo tempo que dizia, seus olhos passeavam por toda a extensão do corpo da morena, que agora andava de um lado para o outro, na sua frente.

Capital Letters (short fic Barbarena)Onde histórias criam vida. Descubra agora