Olhei para o celular discretamente em baixo da classe e notei que Chat Noir havia respondido a minha mensagem.
Tentando não dormir durante a aula de história. Queria é estar estudando física agora.
Tá legal, em primeiro lugar, quem gostaria de estudar física? Sempre imaginei Chat Noir como alguém rebelde e que até não gostasse de estudar. Mas pelo visto me enganei. Porém o motivo da minha provável cara de espanto, é o fato que ele também estava tendo aula de história.
Olhei em volta, desconfiada.
Fala sério, Marinette! Deixa de ser paranoica! É obvio que o Chat Noir não é algum dos seus colegas!
Respondi a mensagem com emoji de desgosto sobre a parte da física e guardei o celular, voltando a prestar atenção na aula da matéria que eu mais gostava.
Chat Noir e eu começamos a trocar mensagens na semana passada. Ele disse que facilitaria a nossa comunicação, visto que só podíamos nos falar pelos comunicadores quando estamos transformados. Eu concordei com ele, afinal, faz sentido.
Mas como não sou boba, comprei um novo número. Às vezes os meus pais dão o meu número para os clientes da padaria, então não quis correr o risco de chegar até ele. Bom, pelo menos não agora. Acredito que um dia vamos acabar descobrindo as nossas identidades, porém se pudermos adiar, melhor.
Na hora do intervalo, Alya saiu puxando eu e Nino, completamente desesperada. Adrien – ou melhor, o amor da minha vida –, veio atrás mesmo sem entender nada. Nós quatro sentamos na mesa de sempre da cantina e Alya mandou que nos aproximássemos com um sorriso esquisito.
- Acho que descobri o furo de reportagem do ano. – cochichou e nós três trocamos olhares – Vamos supor que talvez...
- Fala logo! – exclamei curiosa.
- Tá bem, apressadinha. – ela riu – Acho que descobri a identidade do Chat Noir. – arregalei os olhos, enquanto Adrien se engasgava com a saliva e Nino processava a informação.
- Como assim descobriu? – fui a primeira a perguntar.
- Não é que eu tenha descoberto, eu acho que descobri. – Alya e as suas conclusões precipitadas. Lá vamos nós de novo – Eu estive analisando e tem um aluno dessa escola que nunca esteve durante os ataques de akumas...
- Dessa escola? – indaguei ainda surpresa.
- Sim, Marinette. Acompanha. – ela gesticulou. – Enfim, e esse aluno age como ele, sabem? Todo convencido.
- Quem é? – Nino perguntou, também cansado do suspense desnecessário.
- É o Félix do terceiro ano. – foi a minha vez me engasgar com a saliva. – Meu Deus, o que houve com vocês hoje? – Adrien estendeu uma garrafa de água e eu peguei, agradecendo com um aceno.
- Ele não tem nada a ver com o Chat Noir. – o amor da minha vida disse.
- As evidências apontam e as características físicas também.
- Mas Alya, o Félix é arrogante. – falei. Não achava e não queria acreditar que os dois eram a mesma pessoa. Félix era uma versão masculina da Chloé, que inclusive já tinha evoluído e se tornado menos pior. Já o Félix... – O Chat Noir não é assim.
- Ah é? E como você sabe? – ela ergueu uma sobrancelha e me encarou. Percebi que os olhares se voltaram para mim.
- Porque o Chat Noir já me salvou algumas vezes e nós conversamos. – disse rápido, o que de certa forma não era uma mentira – E sim o Chat é convencido, mas existe uma linha que separa isso da arrogância.
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The Truth Untold
FanfictionLadybug trocava mensagens com seu parceiro, Chat Noir, quase todos os dias. E quando sua melhor amiga desconfiou que o herói na verdade era o garoto mais arrogante da escola, Marinette se recusou a acreditar e decidiu entrar na investigação, junto c...