Mãos tremulas, olho para um lado, olho para o outro, frio na barriga constante, resolvo sentar-me, pensamento vai, pensamento vem, e a angústia só aumenta. Levanto-me, ando, ando, ando, ando um pouco mais rápido, meu coração acelera, sinto um aperto no peito cada vez mais constante, começo a ofegar mais e mais, minha boca seca, mas tenho que conseguir fazer isso, não deixar de fazer isso, sei que não há nada demais em fazer isso, mas meus pés simplesmente travam.
Paro de andar, respiro fundo, e conto de um até dez. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Volto a andar novamente e com toda a coragem que adquire durante alguns segundos, finalmente consigo perguntar onde fica o banheiro.
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Sei que parece bobagem, mas é nessas pequenas coisas que começam um surto de ansiedade, é ao pedir uma simples informação, ao comprar algo em uma mercearia, um inocente pensamento pode se tornar um verdadeiro pesadelo durante a noite ou até mesmo dias, o singelo ato de sair na rua é aterrorizante, pois são inúmeras as situações que podem acontecer, e com isso tudo volta a acontecer: mãos tremulas; boca seca; respiração ofegante; aperto no peito. E a cada dia esse ciclo se renova, as vezes melhor, as vezes pior, e as vezes insuportável.