Capítulo 1.

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Eu costumava amar a escola, mesmo. Era um local onde podia ser eu mesmo, com meus amigos, que também eram eles mesmos. Mas isso... foi ano passado.

Quando entrei na nova escola, meu contato diminuiu gradativamente com cada integrante do antigo grupo. Eles nem se importaram, apenas uma pessoa foi insistente, pessoa a qual eu dispensei a amizade. Mas oras, eu simplesmente não podia continuar forçando uma amizade. Eu sei que ela realmente gostava de mim, mas desde que entrei nesse novo colégio, eu não sinto mais o mesmo, e eu me odeio por isso, eu simplesmente joguei uma amizade no lixo. Me odeio por não manter contato, e odeio ainda mais essa pessoa, por tentar forçadamente restaurar essa amizade. Nossa amizade... uma coisa que simplesmente não vejo no futuro.

Eu sei, eu sei, sou completamente mesquinho e ingrato. Mas por favor, acha mesmo que eu deveria fingir que ainda gosto dela? Ou de qualquer um?

As vezes penso que sim, deveria fingir que ainda os amo, pois de qualquer forma, eu ainda poderia ser eu mesmo.

Nessa nova escola não fiz amizades de uma forma tradicional, que começam com um " Oi! Tudo bem?",  " Ei, gostei da sua camisa!", ou " Você é fã de fulano?". Na verdade, um professor passou um trabalho em grupo, e eu fiquei com pessoas que inicialmente eram as últimas que achei que faria amizade. Eu, arteiro e escandaloso, com pessoas calmas, sensatas e viciadas em conhecimento? Afinal o mundo é imprevisível, não? 

Mas sinceramente esse grupo me fez bem. Mesmo que todos pareçam psicólogos preocupados, sempre a postos para te ajudar, e estranhamente, sempre lhe dizendo o que você quer ouvir. Ok, isso não é ajudar, é iludir. Mas quem se importa? Eu me sinto melhor e com uma confiança alta até. Pasmem, rapazes até começaram a me paquerar, já que com meu narcisismo comecei a me cuidar.

Ainda assim, não gosto do colegial. As pessoas parecem perfeitas demais pra ser verdade. Todas as garotas são extremamente feministas, e os garotos todos respeitosos. Uma máscara... Máscara que se rachou no dia em que testemunhei uma certa cena... Uma garota se recusou a sair com um garoto, ele a pegou pelo pulso e começou a insultá- la, dizendo que era bom demais para ela, eu simplesmente sai do local, fingi que não havia visto nada, um babaca, eu sei, mas você não faria diferente, talvez sim, não sei. Mais tarde, um rumor se espalhou pela escola, uma garota havia caído sobre o próprio braço e quebrará o pulso. Claro, pessoas perfeitas também se acidentam, certo?

Tenho medo de contar aos meus novos amigos que sou gay, quem sabe, um deles pode ser o perfeito simpatizante que comete um pequeno deslize quando simplesmente é tratado como "VIADUUUUUH, NEM TE CONTO LOKA!", ou algo assim, ou não, não sei.

Está óbvio que sou um tanto reflexivo, mas bem, sou um adolescente comum, com uma vida normal. Normal até demais, para mim, isso a torna especial.

Essa é minha vida.

A vida de um adolescente qualquer, a história de um cara tão normal, que talvez até se torne irritante conhecê- la. Ou não, não sei.

Esta, é a vida de Miguel Lira Corrêa.

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Espero que tenham gostado... ou, ao menos compreendido.
Até o próximo capítulo! S2
Ou não... não sei.

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⏰ Última atualização: Jul 26, 2019 ⏰

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