Capítulo extra - A caixa azul

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                           Felix pov.

Uma angústia machucava meu peito, eu não sabia onde ele estava, não atendia minhas ligações, nem respondia as mensagens. No meu celular indicava que eu havia ligado 80 vezes pra ele só nas últimas horas.

O fato é, a gente brigou feio, eu disse coisas que não deveria dizer, só queria que ele deixasse de lado suas inúmeras inseguranças e crises de ciúmes. Eu pertencia somente a ele, o Christopher já deveria saber disso.

"Eu estou farto de você". Foi a última coisa que eu disse antes de ele me dar um beijo na testa e ir embora, desde então já faziam 24 horas que eu não o vi mais. Nossa briga fica se repetindo na minha cabeça como um loop infinito, a maneira como ele me olhou me dizia que algo ia dar errado, mas mesmo assim não fui atrás dele.

Mobilizei todos pra procura-lo, até mesmo seu pai, que apesar de tudo acredito que ainda se preocupava com o Chan, acho que ele só tinha feito as escolhas erradas. Minha omma quase voou na cara da madrasta do mesmo, ela fingiu uma preocupação que não existia, nem mesmo moveu um fio de cabelo pra ajudar a procurar.

O Christopher não estava em lugar nenhum, procuramos no seu apartamento, na praça que ele ia com a sua mãe, em boates e bares que ele gostava de frequentar, cafeterias, perguntamos a tantas pessoas que nem podíamos contar. Agora eu e seu pai estávamos indo ao último lugar que eu tinha esperanças de encontrar o Bang, a casa de praia da mãe do mesmo, eram umas duas horas de viagem, só havia ido lá uma única vez, e mesmo assim foi por pouco tempo pois o Chan se sentiu mal lá, então viemos embora.

Seu appa estacionou na frente da casa e eu tive a certeza de que ele estava lá por causa do carro parado de qualquer jeito no gramado e pela porta que estava somente entre aberta. Meu corpo tremeu inteiro, de certa maneira eu já sabia o que encontraria lá dentro.

Sai do carro e entrei na casa quase correndo, tudo estava destruído, vasos e espelhos quebrados, muitas garrafas de bebida, fotos espalhadas por todos os lados. Caminhei até a porta de vidro dos fundos que dava visão para o mar, na última vez ele me disse que ficou horas sentado lá com a mãe dele, poucos dias depois ela partiu.

Meu peito se apertava a cada passo que eu dava, eu conseguia ver a silhueta de uma pessoa sentava em uma das cadeiras de balanço. Imóvel. Cheguei mais perto e as lágrimas já caiam em abundância do meu rosto, a poça de sangue abaixo da cadeira indicava aquilo que eu mais temia. Abri a porta de vidro sentindo meu corpo trêmulo, me aproximei do corpo que estava de olhos abertos olhando pra o mar, tinha dois cortes fundos em ambos os braços.

— Não, não, não, não — comecei a dizer desesperado.

Me joguei em cima do corpo, sem me importar com o sangue, muito menos com cheiro, estava gelado. Eu só queria que aquele momento fosse uma mentira, que ele estivesse fingindo, só queria que ele me abraçasse ali e me dissesse que estava tudo bem.

O pai do Christopher apareceu logo depois, a essa altura eu já gritava desesperado, meus soluços saiam altos, uma dor parecia rasgar meu peito por completo, o mesmo tentava me tirar de cima do Chan, ele demorou a conseguir, mas quando o fez caímos os dois sentados no chão abraçados e chorando.

— Ele está em paz agora Felix, está com a omma dele — foi a última coisa que eu ouvi antes de entrar em colapso.

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— CHRISTOPHER, NÃO — acordei gritando. Eu sonhei com aquilo, de novo.

Minha porta foi aberta com brutalidade e por ela passaram o Changbin e o Seungmin, eu acabei indo morar com eles quando entrei na Universidade no começo do ano, minha respiração estava ofegante e meu rosto molhado.

Annoying Happiness - ChanLix (Stray Kids)Onde histórias criam vida. Descubra agora