Andava pela rua num dia de agosto, era de tarde mas tudo estava nublado, eu estava toda coberta mas ainda sentia um frio do inferno (irônico, né?). Continuei meu caminho, quando do outro lado da calçada avisto ele, o ser mais fofo que já vi em minha vida. Decido ir em sua direção, então ele corre, vou indo lentamente para perto dele sem fazer nenhum movimento brusco e tentando chamar sua atenção.
– Vem cá, bichano. Vem… — Chamo-o e ele resolve se aproximar. Faço carinho em suas orelhas e nas suas patinhas, e ele começa a ronronar, mas logo tenho que me despedir. Estava na minha hora.
Após me despedir do bichano, volto para o meu caminho e sigo para casa. Durante todo o percurso sinto alguém me observar, todas as vezes que olhava para ver o que era, não via nada.
Finalmente havia chegado em casa, mas ainda tinha a sensação de algo estar a me observar. Estava no meu quarto quando olhei pela janela e vi grandes bolas verdes, como bolinhas de gude que brilhavam no escuro. Fiquei um pouco assustada com aquilo em minha janela, mas resolvi criar coragem para abri-la. Quando abri, me deparei com aquele mesmo gato que eu havia feito carinho mais cedo. Achei um pouco estranho, porém fiquei aliviada, pois isso explicava a sensação de ter sido seguida por todo o caminho.
Resolvi ir a cozinha para pegar um pouco de leite para o gatinho. Chegando a cozinha, peguei uma pequena vasilha e fervi um pouco de leite, esperei que esfriasse e fui para o quarto. Coloquei a vasilha na janela e derramei o leite, chamei o gatinho e sai de perto, então ele se aproximou, examinou toda a vasilha até que bebeu o leite do recipiente.
Havia sido um longo dia, e já estava escurecendo, deitei-me na cama e adormeci.
Na manhã seguinte, percebi que havia deixado a janela aberta e que algumas coisas estavam fora do lugar, não dei muita importância para isso e fui para o banheiro me arrumar. Saí do banheiro com pressa e fui para cozinha comer algo. Quando olhei meu telefone para checar as mensagens, notei que era sábado. Hoje eu não iria trabalhar. Tirei a roupa que eu estava e logo após fui para a sala com uma manga, e um prato com sal, quando cheguei na sala, notei que havia esquecido a faca, quando voltei para a cozinha, vi uma coisa fora do normal, tinha um gato na minha mesa. Eu não tenho gatos.
Aquele bichano realmente havia me seguido e estava decidido a ficar comigo. Então decidi que iria adotá-lo, fui na lojinha que vendia coisas para animais e comprei uma caixa de areia e ração. Quando cheguei em casa para mostrar para o bichano o que eu havia comprado, estava tudo bagunçado e ele havia sumido. Saí de casa para procurá-lo, dei duas voltas em toda a rua o procurando e não encontrei. Voltei para casa um pouco cabisbaixa, mas assim que entrei, ele estava deitado no meu sofá. Então ele arregalou aqueles olhos brilhantes, e ficou me olhando entrar, fui buscar as coisas dele e mostrar que ali seria sua nova casa, mas ele continuava me seguindo com os olhos sem nem se quer mover sua cabeça. Arrumei tudo que tinha que arrumar, e fui para perto dele. Peguei-o no colo e levei para onde estava seu pote de comida e banheiro, para ele se acostumar com a casa nova.
Havia decidido que seu nome seria Cowboy, por conta de sua pelagem que parecia estar com um chapéu antigo.
– Cowboy? Cowboooy? — Chamei-o, para mostrá-lo que agora aquele era seu nome. Ele veio em minha direção e parou no meu pé, fiquei fazendo carinho nele e depois fui para o meu quarto.
Do meu quarto eu ouvia uns sons estranhos, então me levantei para ver o que era, quando notei que era o Cowboy revirando toda minha casa do avesso. O que havia de errado com aquele gato?
Quando ele me viu, começou a miar desesperadamente e parou tudo o que estava fazendo. Meu Deus! Eu havia adotado um gato anormal! E ele continuava miando e miando, quando começaram a aparecer outro gatos e eles miavam também. Que merda era aquela que estava acontecendo?
Os gatos miavam em uníssono e pareciam ter um padrão. Então decidi correr, mas era tarde, quando me dei conta, já estava sendo atacada. Os gatos arranhavam todo o meu corpo e me mordiam também, eu estava sangrando e sentindo muita dor. De repente, eles pararam. Havia chegado um gato grande, quase como como um cachorro, mas era um gato, um gato enorme. Ele levantou sua pata e fez um gesto enquanto miava ferozmente, os gatos pareciam ter entendido aquilo, pois se afastaram e ficaram imóveis, todos com seus olhos brilhando em um tom de verde, eles pareciam estar hipnotizados.
De repente, aquele gato grande que havia chego veio em minha direção e lambeu todas as minhas feridas, e assim que ele as lambeu, elas se fecharam. Eu estava agora num canto, sem nenhum machucado, porém aterrorizada demais para pensar qualquer coisa ou fazer. Eu queria gritar ou sair correndo dali, mas eu só conseguia tremer.
O gato grande começou a miar. Então, todos os outros gatos se aproximaram e me cercaram, fazendo um círculo bizarro, como se eu estivesse participando de um ritual satânico.
– Agora ela é uma de nós. — Disse o gato grande, e agora eu o entendia. Os gatos começaram a ir embora de um a um, e quando fui me levantar para tentar sair dali, eu estava sob quatro patas. Eu não era mais eu. Agora eu era uma deles. E foi assim que eu descobri sobre a Associação Secreta dos Gatos. Cowboy havia me traído.
E deixo um recado para qualquer um que lê essa história, cuidado ao adotar um bichano por aí, você nunca sabe quando ele irá se virar contra você.
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O Gawboy
FantasyBom, essa é só uma brincadeira que escrevi porque estava atoa. Não levem nada do que está aqui a sério e apreciem a história KKKKKKK