Coloquei meus pés em Auschwitz onde disseram a mim que iria trabalhar e minha primeira impressão foi que seria um enorme desafio, mas tudo bem, eu precisava trabalhar para ganhar algum dinheiro nem que fosse mísero e sujo dos alemães que levaram meu pai à socos para longe de mim e só Deus sabe o que fizeram com minha mãe após levarem ela para sabe-se lá qual lugar... Respirei fundo, segurei firme em minha mala que havia meu nome escrito vem grande com a melhor letra que eu pudesse ter feito em sua superfície e caminhei para dentro daquele campo onde observei muitas crianças chorando e sendo retiradas de suas mães à força por soldados alemães sem nenhum dó nem piedade, também senti um cheiro de algo queimado o que me incomodou porém eu não podia fazer nada para mudar a questão do cheiro então apenas congelei com as cenas de crueldade contra homens e mulheres que eram empurrados para dentro de alguns quartos com beliches de madeira onde cabiam várias pessoas mas mesmo assim estavam lotados.
Estava parada apenas observando todo aquele terror quando um soldado alto puxa-me pelo braço.– Ande, para a fila! - Gritou comigo em alemão e me empurrou até uma fila.
Apenas fiz o que ele mandou e entreguei minha mala, jóias e sapatos ao mesmo já que estava pedindo com agressividade e eu estava em choque com tudo aquilo. Felizmente eu entendia a maioria das palavras em alemão por ter passado um tempo em Berlim mesmo que fosse pouco.
na fila que me levava ao alojamento lotado percebi que era uma fila para que pudéssemos pegar um tipo de uniforme listrado que mais pareciam pijamas e não estavam em boas condições. Peguei o meu e entrei no alojamento que estava cheio de moscas com pessoas que pareciam doentes de tão magras e estavam em péssima condição. Pude ver as mulheres se trocando ali mesmo em frente a todas então segui o mesmo procedimento mesmo que me causasse vergonha parecia ser necessário.
– Com licença... Posso me sentar aí? - perguntei para uma moça que estava sentada numa das parecidas beliches.
– Uhum...- Respondeu olhando para mim com olhos inchados parecendo que havia passado a noite em claro chorando e deu espaço para mim.
– Está tudo bem? - sentei-me enquanto perguntava.
– Não.
– O que houve?
– Oras, você não vê? Estamos a beira da morte neste lugar, os nazistas enganaram todas nós... Não viemos aqui para trabalhar! - disse limpando as novas lágrimas que escorriam em seu rosto.
– Não estamos aqui para trabalhar?!
– Não, isso é apenas fachada... Vamos trabalhar até morrer com doenças por falta de higiene, fome, maus tratos ou até que eles decidam que devemos morrer..
Naquele momento meu coração congelou e lágrimas vieram frequentemente que me faziam lembrar de meus pais que agora eu rinha certeza que nunca mais os veria.
Pouco tempo depois avisto outro soldado, este um pouco mais alto que o que havia me puxado pelo braço mais cedo, o mesmo obtinha cabelos de um tom loiro escuro e tinha olhos num tom verde claro, entrou no alojamento onde eu estava e parou em minha frente.
– Dorotéia Stern?
– Sim... Sou eu.
Ao ouvir minha voz apenas me puxou novamente pelo braço brutalmente e me levou deste modo até a saída do alojamento.
– O-onde está me levando? - perguntei sem obter nenhuma resposta do soldado. – Você está me machucando! - tento puxar meu braço de sua mão mas ele era muito forte.
– Pare de tentar fugir! - segurou meu outro braço e me deu uma forte sacudida voltando a me puxar por apenas um braço.
Ao chegarmos em uma sala observei que era onde marcavam números em nossa pele com uma placa de ferro quente. Logo voltei a chorar ainda sendo segurada pelo soldado.
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Love, 1939
RomanceDorotéia Stern tem 17 anos e vai para um campo de concentração chamado auschwitz que imaginou ser uma boa pedida para trabalhar e poder encontrar seus pais porém não passava de um lugar totalmente diferente, mas um obstáculo surge, um soldado totalm...