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M E L I S S A  C A M P B E L L

— Melissa, o que aconteceu? Me espera, porra.

Livie vem gritando e correndo atrás de mim, assim que passei por ela e esbarrei em seu ombro. Eu estava com raiva. Muita raiva. Quem aquele babaca idiota acha que é? Ele pensa que só porque fui agradecer a ele, isso dá o direito de dizer que comeria a minha bunda? Nós não temos — e nunca vamos ter — intimidade.

Eu estou com nojo e ranço daquela cara maravilhosa dele.

Estou morrendo de raiva daquele corpo gostoso.

— Para com isso, Melissa. Ele é um babaca egocêntrico do caralho! — repito isso duas vezes, enquanto sigo em direção ao carro de Liv que ainda está me seguindo.

Entro em seu carro, batendo a porta com força. Coloco a bolsa em meu colo, cruzando os braços em seguida. Minha amiga entra no carro, ela senta no banco de motorista e vira o rosto em minha direção.

— O que aconteceu, Mel? Você estava bem e de repente ficou toda estressada.

— Estou assim porque aquele imbecil do Dylan Flynt disse que comeria a minha bunda, e os amigos idiotas dele ficaram rindo como se aquilo fosse super normal de se dizer pra alguém. — reviro meus olhos, esperando o momento em que Livie irá concordar comigo e dizer que ele é o cara mais idiota do mundo. Mas o que ela diz em seguida, me deixa surpresa.

— Você é boba demais, amiga. Se um cara gostoso daquele dissesse isso para mim, eu já estava trepando com ele no banheiro da faculdade. — seu sorrisinho malicioso me deixa enjoada e bastante assustada.

— Você é maluca? Ele é nojento e não teve nenhum pingo de respeito comigo. Acredita que ele pensou que eu era uma dessas garotas burras que transa com ele em uma festa qualquer? — exclamei irritada, fazendo Liv me encarar e sorrir.

— Eu realmente não entendo o que se passa na sua cabeça, Melissa. Um homem gostoso daquele e você dá um mole desses? — ouço o barulho do carro e então começamos a nos mover para fora do estacionamento da Universidade.

Um suspiro me escapou, enquanto ouvia ela falar mais e mais sobre ele, mesmo eu não tendo perguntado nada. Encaro a janela do carro, com o queixo apoiado em uma mão, pelo caminho inteiro aqueles olhos não me deixaram em paz. Eu estava ficando brava comigo mesmo por ainda pensar nele e no quanto ele é bonito e gostoso.

Um pensamento totalmente obsceno vem em minha mente, fazendo-me balançar a cabeça e pressionar as coxas uma na outra. Respiro fundo, abanando a mão em frente ao rosto para afastar qualquer pensamento que envolvia aquele crápula gostoso.

✴✴✴

Às duas da tarde eu já estava atendendo mesas, pegando gorjetas, desviando de velhos tarados que insistiam em passar a mão em mim, pela tarde inteira isso foi basicamente o que eu fiz. Até as cinco e meia. Estávamos quase fechando, tinha poucos clientes bebendo seus cafés, conversando e alguns comendo croissants. Daniel, meu amigo do trabalho, estava ao meu lado limpando o balcão enquanto me contava sobre suas experiências novas. Há duas semanas, ele "descobriu" que sentia atração por caras mais velhos e desde então, vem investindo em homens com mais de 40 anos. Ele é um gay muito engraçado e atrevido. E isso, é o que o deixa ainda mais amigável.

O sininho típico de lojinha de Nova York toca, indicando que novos clientes estão entrando em meu estabelecimento de trabalho. Não me importo muito de virar e ir atender já que eles devem está procurando mesas, continuo prestando atenção em Daniel e dando risadinhas baixas. O coque do meu cabelo é desfeito, deixando as madeixas escuras caírem em minhas costas. Dani ficou quieto de repente, encarando com admiração um ponto específico atrás de mim. Viro-me de frente para o balcão, a fim de saber quem é essa pessoa que teve o atrevimento de tocar em meu cabelo e ainda deixar meu amigo admirado.

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