Money buys love

Quarto

Eu sentia o vento bater em meu rosto enquanto meus cabelos voavam para trás de mim. Era um sensação libertadora, algo nunca sentido por mim, não de verdade. Tanto que não cheguei a algum dia pensar que eu estaria em uma estrada de duas via, em um carro, sentado na janela da porta, meus pés sobre o banco de couro, meus braços pra cima, olhos fechados e um homem lindo ao volante do outro lado do carro. E sinceramente, pensar em como eu desejei ter esse momento e agora estou tendo, chega até mesmo me abalar de certa forma. Sabe quando algo acontece, mas você se pergunta se realmente é real? Pois é, estou me sentido assim.

Não pensei que eu conseguiria aquilo que desejei porque isso é coisa de filmes. Não é verdade. Não acontece na vida real. Então existe momentos em que penso que isso é apenas um sonho e que vou acordar em poucos minutos pra perceber que eu só estava dormindo o tempo todo, e isso é uma merda. Uma grande merda. O pior é que o carro está tocando minha playlist de músicas que uso para pensar, então após Be Alrigth de Dean Lewis, toca Rise Up de Andra Day, e pensando como isso é tão irônico e que eu não queria nem por um segundo que isso acabasse.

- no que tanto pensa, Louis? - eu ouvir a voz de Harry, e acredite ou não começou o refrão de My Only One de Sebastián Yatra e Isabela Moner. Me diga se é ironia do destino ou não, porque já não entendo mais nada do que está acontecendo com essas músicas e esses momentos.

- Apenas pensando que nossos dias já estão acabando. Amanhã você vai embora e... Eu não sei se vou te ver novamente - Eu respondi sendo totalmente sincero com Harry. Esse sou eu, um garoto que não consegue mentir quando perguntam sobre algo.

Os dois primeiros dias com Harry foram longos, muito longos. Mas eu me acostumei com a presença dele após aceitar que estaria com ele, além de o mesmo não ser uma péssima companhia. O tempo todo ele apenas se doava inteiramente a mim, nada passava despercebido por seus olhos. Veja só por agora, ele me sentiu pensativo e isso é o máximo. Ninguém nunca se importou tanto comigo assim, é incrível, mas me faz pensar que após ele ir embora talvez eu não tenha mais isto que estamos vivendo dentre essa uma semana.

Harry me levou aos melhores restaurantes, fez compras comigo, fomos até uma cachoeira aqui perto da cidade, ficamos no quarto do hotel apenas conversando ou comendo, fizemos sexo em todos os dias, rimos de algum meme no Instagram, ele até mesmo leu livros junto comigo com um sentado de frente pro outro, fomos até o parque e deitamos na grama para olhar às estrelas, dançamos em um pub, ficamos bêbados e fizemos uma festa no quarto só nós dois, contamos sobre nossa adolescência, fizemos guerra de travesseiro, ele tirou fotos minhas para postar em minha rede social, jogamos dama, comemos bolinhos com chocolate quente em uma cafeteira do shopping e demos comida para cachorros de rua...

Fizemos tanta coisa juntos, coisas insignificantes e bobas, mas para mim foram especiais porque ele estava ali o tempo todo para mim. Sem trabalho, sem estresse, sem nada. Eu adorei cada segundo do que vivemos e foi completamente diferente do que eu pensei que seria. Isso é tão assustador que chega a me fazer querer me encolher e proteger eu mesma de algo que nem sei o que seja.

- nós estamos juntos agora, eu vou voltar. Louis, não tem que se preocupar com isso - Eu entrei novamente para dentro do carro e encarei Harry.

- Não estou preocupado. Estou apenas pensando que os dias com você foram bons demais que são praticamente irreais pra mim, então eu penso que eu poderia perde isso. Estou ficando maluca? - eu disse, mas não sei se deveria dizer a ele. Dizer algo assim, pode me fazer perde-lo por ele achar que sou um garoto imaturo e idiota.

- Por que perderia? Você não tem nada a perder, Louis...

- Está falando como se você estivesse algo a perde. E no caso, seria seu dinheiro.