Você

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Em minha memória agora, só tenho lembranças dele, aquele sorriso, aquele abraço confortante, onde é que tudo isso foi parar? Agora oque me resta é chorar e lembrar cravo a lâmina em meu pulso e a puxo rapidamente, vejo o sangue jorrar puro, e vermelho, isso dói mais alivia, mais duas linhas na horizontal e uma na vertical, como sinto falta dele... Por que ele foi embora de repente me deixando aqui sozinha, com medo, como uma criança que teme o escuro, ele meu melhor amigo que cuidava de mim como ele dizia, essa dor não passa , sinto minhas lagrimas percorrerem meu rosto até a ponta do meu queixo e despencarem em meu pulso ensanguentado, estou desacreditada no amor, acho que pulseiras grossas dessa vez não vão adiantar, minha mãe bate a porta me chamando para o jantar, limpo o sangue, guardo a lâmina visto uma blusa de mangas compridas, não quero que ela fique decepcionada.

-Já estou descendo mãe - digo tentando parecer normal.

Desço as escadas até a mesa de jantar, eu não quero comer, mais também não quero que me façam perguntas como "Porque não está comendo? '' "Está se sentindo bem"?".

-Filha, como está a comida?

-Está ótima mãe

Na realidade, eu não sei o gosto... Meu estômago está muito embrulhado pra saber o gosto das coisas.

-Foi o seu pai quem fez - ela diz sorrindo.

-Parabéns pai, sua comida está boa.

-Serio? Caprichei ao máximo.

Termino meu jantar rapidamente, dou boa noite aos meus pais, e ao meu irmão que tinha acabado de chegar, estava vadiando, provavelmente, subo as escadas, deito em minha cama, fecho os olhos e penso em que tipo de dor me aguarda pela manhã.

******

Acordo com o som do despertador tocando, é um curso para levantar, mais consigo, sem nenhuma disposição, mais consigo, visto uma calça jeans uma blusa sem mangás azul, um All Star cano médio preto, penteio o meu cabelo, o deixo solto com a franja caindo nos olhos, eu acho que se eu o mudasse da cor mel para loiro ficaria melhor... Não não, descarte está ideia, está realmente calor, mais eu pego uma blusa xadrez e a visto, afinal, não quero que vejam meus cortes...

A rua está calma, sem carros, motos ou algo do tipo, chego a escola, vejo Mary que vem em minha direção.

-Resolveu as coisas com o Leo?

-Bem, eu não sei da minha parte está tudo bem, mais sabe, ele parece meio despreocupado em relação ao meu ciúme.

-Ciúmes, as vezes e desnecessário.

-Hey, você está do lado de quem?

Caminhamos até a sala, onde nos sentamos, e o professor foi explicando a matéria, por que a hora não passa? Quero ir embora.

******

-Woow, essa aula demorou.

-Acredito que sim.

-Hey,você acha que o Leo me ama ?

Fala serio Mary, desencana, ele não te ama não vê... acho que se eu falasse isso seria mais por raiva do que por verdade.

-Provavelmente... Preciso ir a um lugar.

-Ah, tudo bem Panda, te espero aqui.

Saio andando até a biblioteca me lembrei que tenho que pegar um livro, ele me pareceu interessante.

-Licença.

Eu entro na biblioteca, andando entre as grandes prateleiras cheias de livros, subo nas escadas, para ver as prateleiras de cima.

-Está calor aqui, vou tirar a blusa.

Amarro a blusa na cintura.

-Ah! achei o livro, é melhor descer agora.

Começei a descer as escadas, mais acabei me desiquilibrando, e despenquei das escadas, mais eu não cai, senti alguem com mão envolta em minha cintura e outra segurando meu pulso.

-Você está bem ?

-Estou, estou...

Parece que o azar tinha agarrado meu pé naquele momento, ele estava segurando o pulso que eu fazia os cortes.

-Espere... você, se corta ?

Naquele momento, fiquei surpresa e arregalei os olhos, que azar.

-Não, não... -Digo embolando as palavras.

-Por que você faz... isso ?

Naquele momento eu não aguentei, sai correndo, não queria contar, não queria que soubessem dos meu cortes... por que isso acontece comigo ?

Apenas sorria, é a época das borboletas.Onde histórias criam vida. Descubra agora