Tom e Emma

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                                                                     CHRISTIAN


A entrevista de Kate fora fenomenal, ela parecia segura, mas eu sabia que estava nervosa, a conhecia a quatro anos, lidava com ela todos os dias, ela nunca conseguiria esconder isso de mim.

Mas eu tinha que admitir, ela era uma ótima profissional, quando eu mesmo não poderia fazê-lo. Suspirei e me estiquei na cadeira, era hora de ir para casa, e lidar com a expectativa da minha mãe.

Sabia que ela estava preocupada com tudo e comigo principalmente, mas mesmo assim não era uma tarefa fácil e esse era um dos motivos pelos quais decidi sair de casa.

Dividi o elevador com Adam e Melissa, que eu sabia que estavam sobrecarregados com a pressão do dia de hoje, mas eu não conseguia aliviar para eles de forma alguma. Me despedi quando eles desceram no térreo.

Enquanto dirigia, minha cabeça ia e vinha para aquelas crianças, tinha algo de errado com elas, não tinham atitude de crianças normais. Porra, meu irmão começou a vida cedo e eu tenho um sobrinho que destrói a casa dos meus pais quando está por lá.

Tentei colocar na cabeça que talvez seria por que eles ainda não tinham se acostumado comigo, e talvez nunca se acostumassem, já que eu torcia por uma recuperação rápida e total da mãe deles, mas será que eu não iria querer saber mais deles? Provavelmente eu os irei acompanhar mesmo de longe, e dando todo o suporte que eles precisem.

Entrei no meu prédio assim que o porteiro abriu a porta para mim, ainda com uma tensão maior que o normal, Kate era minha vizinha de porta, e estava sozinha com as crianças, eu deveria ajudar, mas como eu iria bater na porta dela, a essa hora? Talvez uma mensagem seja mais fácil.

A risada infantil invadiu o corredor sempre tão silencioso, agora sim eles pareciam mais com crianças, sorri. Sem perceber já tinha tocado a campainha da casa dela.

—Senhor Jones. —Ela sorriu. Ainda estava vestida da forma que a vi na tv. —Estão fazendo muito barulho?

—Não, só vim perguntar se estão precisando de algo. —Eu vi Emma sair de trás das pernas de Kate e sorrir com a boca quase banguela. O telefone começou a tocar lá dentro.

—Entra. —Ela me deu passagem e saiu para atender.

Mesmo sendo colegas de trabalho e tendo uma boa relação juntos, era a primeira vez que eu entrava aqui, era bem diferente do que eu imaginava que seria, bem decorado e cheio de cores, diferente da Kate do trabalho.

A expressão dela não era de boas notícias, eu torcia para não ser nada da empresa, eu não suportaria mais um dia de tormento.

Ela me olhou temerosa, ou pelo menos foi isso que eu entendi, me levantei e fui de encontro a ela, fosse o que fosse eu queria saber depressa.

—É a mãe deles, parece que não tomou os remédios que eram precisos, está na uti agora.

—Qual o hospital? —Ela me olhou.

—St. Anthony. —O hospital era bom, mas não o melhor.

—Uma transferência seria arriscada?

—Eu ainda não soube, precisaria de uma conversa séria com a equipe médica.

—Deixa que eu resolvo. —Disse a ela.

—Obrigada. —Ela sorriu, senti minha calça ser puxada e Emma estender os bracinhos para mim, não resisti. —Acho que ela gosta de você, Tom chamou pelos pais, não soube o que dizer.

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⏰ Última atualização: Jul 24, 2019 ⏰

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