Capítulo II

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Capítulo II

Sempre fui uma pessoa romântica na teoria, adoro ler livros de romance, ver filmes de comédia romântica e até falar e ouvir histórias românticas. Mas na prática era outra história. Ao longo dos meus 21 anos eu só tive um relacionamento que cá entre nós: Foi um desastre! Vou chamá-lo de G, eu tinha 17 anos na época e ele estudava na minha sala.

Nós namoramos durante todo o terceiro ano do ensino médio, uma amiga dele fez amizade comigo só para bancar o cupido entre nós dois. Foi no dia em que eu e essa amiga marcamos de ir ao cinema, que tudo aconteceu, chegando lá, ela inventou que estava passando mal e que teria que ir embora e que por acaso tinha avistado um amigo que poderia me fazer companhia já que eu estava louca para ver o filme (esse amigo era o G), eu aceitei numa boa, achando que todo aquele teatro fosse verdade.

Ele não fez questão nem de tentar esconder seu interesse em minha pessoa. Durante todo o tempo que passamos juntos ele me elogiava de alguma forma, eu gostei dele e depois daquele filme, vieram mais outros, mais encontros e enfim corta para ele na minha casa, conhecendo minha família e eu o apresentando como namorado.

Eu me considerava uma boa namorada. Nunca tive ciúmes das amigas dele (e vai por mim, era o que ele mais tinha), nunca quis que ele me desse satisfação por coisas como: onde ele estava ou o que estava fazendo e procurava sempre compreende-lo e ajudá-lo. E eu fazia isso porque o amava e queria nosso bem, não porque achava que era minha obrigação. Mas isso não foi o bastante para ele, não bastava o meu amor e meu apoio.

O G decidiu que era hora de quebrar meu coração, ele simplesmente disse que eu não bastava para ele, que ele estava se sentindo sufocado e que era novo demais para um relacionamento sério.

Fiquei totalmente arrasada, não esperava isso, eu sempre procurei dar o meu melhor, mergulhei de cabeça no nosso relacionamento, não entendia o motivo que ele havia me dado. Tentei conversar e buscar mais explicações e ele me ignorava. Eu realmente amava o G, tinha a ilusão adolescente de que ele seria o cara que ficaria comigo para sempre. E meu Deus, como eu era idiota.

Depois do nosso término, descobri o real motivo dele ter me dado um pé na bunda, ele estava ficando com outras meninas enquanto estava comigo. Confiança e sinceridade foram as características que sempre prezei em qualquer relacionamento. Ele poderia ter falado que queria terminar, mas não, G preferiu meter uma galhada em minha cabeça. Dois anos após o ocorrido, no meu aniversário de 19 anos o G se mudou para outro estado por causa do divorcio dos pais dele, antes de sua partida, ele me pediu desculpas, eu o perdoei, afinal, eu não era mais uma adolescente boba, mas prometi a mim mesma e coloquei em minha cabeça que não queria mais saber de relacionamentos e que me recusaria a escutar meu coração batendo um pouco mais forte, também ignoraria se borboletas resolvessem se agitar em minha barriga.

Mas ai tudo mudou, porque eu o vi, o rapaz do elevador. E senti, só de olhar aquele par de olhos verdes, que minha promessa iria ser quebrada.

***

Dezoito anos atrás, eu empurrava uma criancinha do balanço que havia no parquinho do condomínio onde morava e a mesma, depois de se recuperar do tombo, agarrou um punhado de areia e jogou no meu rosto, ela gargalhou, eu também e viramos amigas de parquinho, depois amigas de escolinha, depois de ensino fundamental e depois amigas de ensino médio e nos dias de hoje, somos amigas para a vida inteira. O nome dela é Ana, 22 anos, cursando moda, completamente louca e extrovertida. Já tive várias amigas, mas nenhuma se comparava a Ana. Eu e ela já passamos por muito juntas, por coisas que já colocaram nossa amizade em risco, mas sempre dávamos um jeito para driblar essas situações e acredito-me que sempre seremos assim, eu e ela, juntas até o fim.

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⏰ Última atualização: Oct 17, 2019 ⏰

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