Take my breath away || Larry Stylinson

Take my breath away

Louis movimenta seu corpo em frente ao grande espelho do estúdio, ele ama ver o modo com o qual seu quadril e sua cintura conseguem ser delicados ao mesmo tempo em que seus ombros e mãos são rudes e firmes. Há essa melodia dos anos 80 acordando toda a sua energia e ele sua, rodopia, sente, imagina e cria toda uma coreografia.

Uma liberdade insana se apodera de seu coração quando ele dança, é uma chama queimando debaixo de sua pele, energizando seu sangue, um prazer inexplicável que o tira do chão, uma paixão quase sufocante e desesperada, que quer ser consumida em todos os segundos do dia.

— Louis.

Sua concentração o faz ignorar o primeiro chamado, sua cabeça voa livre, seus olhos fechados, os cílios trêmulos. Ele imagina se fazer amor é assim, tão quente e tão conectivo. Se ele se desprenderá do mundo tão facilmente quando as mãos de outro homem toca-lo como o vento o faz, tão suavemente. Seus quadris giram e sua cabeça despenca para depois subir.

— Ei, Lou!

A música atinge o seu estado mais ludibriante, Louis não pode se parar, nem mesmo quando ele sente que há alguém se aproximando, até porque o perfume que toma conta do ambiente inteiro o leva ao homem com quem ele gostaria de fazer amor e dançar, separadamente ou ao mesmo tempo, embora ele não saiba disso.

Harry Styles, seu parceiro de dança em competições profissionais, toma-lhe a cintura e ele une as forças que possuí para não suspirar com o movimento e o encaixo perfeito de seus corpos.

— Você não me ouviu chamando?

— Preciso dançar, então, dance comigo ou fique quietinho.

— Não sei o que está fazendo, que coreografia é essa?

— Cria comigo, eu também não sei.

Ele hesita, mas, Louis já está longe e dessa vez ele elabora melhor, ele se empenha em passos profissionais, dando seus rodopios loucamente certeiros, com os cílios estremecendo de tão imerso à música. Harry apaixona-se por música e por dança cada dia mais, mas, nunca atingirá o nível de Louis, que nasceu de notas musicais e espacates perfeitos, ele provavelmente é a inspiração de todas as letras e melodias do mundo! E combina dentro de qualquer peça musical.

É impulsivo, mas, supreendentemente coerente, encontrar Louis no meio do estúdio e saber exatamente como conduzi-lo ao toque que ressoa.

— O que acha disso? — Louis vira os dois diante do espelho.— Me imite.

Harry consegue seguir o que Louis faz pelo reflexo, observando cada movimento, e é absolutamente incrível, diz tanto, sem que nada seja verbalizado, é gritante, encantador, profissionalmente impecável. E ele leva além, quando Louis fecha os olhos e toma o próprio corpo para deslizar o quadril sutilmente, Harry vai para trás e toca as mãos pequenas. Louis toma uma respiração profunda ao sentir toda a extensão do corpo de Harry atrás dele e torna-se tão difícil continuar disciplinado porque ele sua mente se voltam a uma outra situação envolvendo seus corpos e o pensamento o aquece dessa maneira que o faz querer virar e tomar os lábios de Harry com tanta força que não imagina que conseguirão respirar de novo um dia.

Mas, não o faz.

— Acho que podemos parar um pouco, preciso de água. — Diz e se afasta em direção a mochila.

— Você veio que horas? — Harry pergunta tirando sua camiseta enquanto Louis desvia o olhar, focando em sua garrafa de água.

— Meio-dia

— Está dançando há três horas e meia? — Ele grita, com vestígios de surpresa, admiração e preocupação.

— Acho que estou.