wild thoughts

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(a música tem tudo haver com a Bea, espero que entendam rs)

BEATRIZ FERREIRA 

Minha cabeça girava ao extremo e tudo que eu precisava era de um banho gelado. Olhei para o meu lado e vi Duda e Luiza atiradas na cama, dormindo em um sono pesado, o que era para eu estar fazendo, se não fosse o tal energético que eu havia tomado ontem. Depois de longos minutos, olhando para o teto e de alguma forma tentando pegar no sono e falhando, decidi me levantar e ir até a cozinha, tomar um comprimido para dor de cabeça e colocar algo dentro da minha barriga. 

Quando cheguei no andar de baixo, notei que a casa estava completamente vazia, estranho, já que ele horário, principalmente em um sábado, era quando meu pai costumava estar em casa. Minha mãe com certeza estava na casa da minha tia Marcela, não era de se surpreender. Caminhei, me arrastando até a cozinha e peguei a caixinha de aspirina na primeira gaveta, tomei e fiz um sanduíche pra mim, deixei algo pronto para as meninas também, imaginando que logo estariam de pé. 

E não foi preciso de muito tempo, uns 10 minutos depois que terminei meu sandúiche, as duas desceram, enroladas em um cobertor e com um feição que aparentava uma ressaca tão ruim quanto a minha. 

- Bom dia manas. - me virei para olhar diretamente para as duas. - Deixei um sanduíche para cada uma aí em cima da mesa, como vocês podem ver, eu sou muito prestativa e fofa. - as duas riram, se sentando.

- Bea, peguei seu celular e trouxe porque ele não parava de tocar, acho que é seu pai, tem bastante ligação e mensagem. - Luiza me entregou em mãos, e eu tomei um susto, realmente tinham muitas ligações. 

Me prontifiquei em ligar de volta rapidamente, com certeza ele precisava de mim para algo, era a cara do meu pai fazer essas coisas. Ele tocou por algum tempinho, até que a voz grossa de meu pai pode ser escutada. 

- Bom dia, Beatriz. - vish, era problema na certa, ele nunca me chamava pelo nome. - Espero que esteja pronta e a caminho do CT nesse exato momento, preciso de você aqui, não quero desculpas. - ele não deixou que eu respondesse, pois fez questão de desligar o telefonema. 

Olhei com cara de desespero e cansaço para as meninas, que já imaginaram do que se tratava, maldita hora em que aceitei ser assistente médica do Palmeiras, consequentemente uma parte da comissão técnica, consequentemente meu pai era meu chefe e por fim, consequentemente era uma dor de cabeça constante. 

- Vou ter que sair. - disse bufando, enquanto deixava meu celular em cima da bancada da cozinha. - Meu pai precisa de mim, mas acredito que não vou demorar, afinal, sábado o turno é mais curtinho. Vocês já são de casa né, não preciso dizer, fiquem a vontade, se minha mãe chegar avisem que eu sai. - as duas concordaram com a cabeça enquanto mastigavam, impossibilitadas de responder. 

Corri contra o tempo para conseguir me arrumar e não me atrasar, o que já era impoossível nessa altura do campeonato. Tomei um banho rápido, vesti minha calça branca de sempre, uma camiseta e um abrigo do Palmeiras e calcei meus tênis, estava com muita preguiça, mas o medo da bronca era mais forte. Peguei minhas maquiagens para passar no carro e dei mais uma olhada no espelho, é, dava para o gasto. 

Me despedi rapidamente das garotas, que provavelmente estavam comentando sobre os acontecimentos da noite passada, queria muito estar na conversa, só pra dizer da noite de ouro que tive. 

Quando sai de carro da garagem do prédio e vi a confusão que estava na rua, soube de cara que o trânsito de São Paulo não iria me ajudar na ideia de chegar rápido ao CT. Mandei mais algumas mensagens para o meu pai tentando explicar a situação, sabia que o mesmo não iria visualizar, muito menos responder, mas não custava nada a tentativa. 

Depois de longos 25 minutos, consegui estacionar em frente a Academia Esportiva do Palmeiras, já entrei cumprimentei algumas pessoas logo na entrada, eles me conheciam há anos. Quando entrei na sala de meu pai, já me preparando para a bronca, alguns jogadores estavam por ali. 

- Filha, entre. - respirei tranquila, ele estava normal. 

- Bom dia pessoal. - abracei Dudu e Willian que estavam por ali, e esperei os dois terminarem a conversa com meu pai para que eu pudesse me manifestar mais uma vez. 

- Depois nos falamos baixinha. - Willian beijou minha testa e Dudu fez um carinho em meu cabelo, sorri para os dois em forma de agradecimento. 

Mas foi só os dois fecharem a porta do escritório para que meu pai chamasse minha atenção. 

- Queria muito brigar com você pelo atraso, mas temos assuntos mais importantes pra resolver. - eu ri, enquanto ele revirava os olhos. - Seguinte, hoje o grupo de alguns jogadores da base estão aqui para treinar com o time principal e eu preciso que você me ajude nas fichas com as informações de cada um deles no fim do dia, primeiro você irá comigo analisar cada um, seu estilo de jogo, treino e etc. Ai, no fim, você vai com cada um separadamente anotar as coisas que vão estar nessas folhas. - ele apontou para seu lado direito. - Toda aquela questão de avaliação física vai ser passada pra você via e-mail, com certeza o Jorge já te encaminhou, mas as outras questões relacionadas as demais áreas da saúde é tudo por sua conta, espero não me decepcionar. 

- Certo, o treino deles começa agora?

- Sim. - ele suspirou. - Já podemos indo.

Quando chegamos no campo, me sentei em um dos bancos, enquanto meu pai chamava os garotos para se sentar em frente a ele. Ele começou seu discurso de sempre, falou algumas coisas sobre rendimento físico e mais outras vários assuntos que eu não prestei muita atenção. Só quando ele falou meu nome, que eu levantei a cabeça e olhei para os garotos, alguns sorriram e acenaram pra mim, quando me peguei de olho em um deles, não conhecia, com certeza era um dos jogadores da base, ele estava de lado mas eu sentia que já havia visto aquele rosto alguma vez na minha vida. 

Eles foram treinar mais afastado de onde eu estava, consequentemente tive que ir um pouco mais perto para analisa-lós e anotar ocorrências. Observei que meu pai conversava os meninos novos em canto e deixei ele sozinho, com certeza ele ia me chamar nos próximos minutos, para que eu também conversasse com eles. 

E não foi diferente do que eu imaginei, em poucos minutos escutei o assovio do meu pai. 

Me aproximei rapidamente, enquanto ele ia me apresentando os garotos.

- Beatriz, esses são, José, Carlos, Bruno, Fernando e Gabriel.

Quando bati o olho no Gabriel, não tive dúvidas, era o cara da noite passada. Até pela surpresa que ele também teve quando olhou em meus olhos, fingi demência por alguns segundos até meu pai sair e a maioria dos garotos também, sobrando apenas eu, ele, e toda a minha suja imaginação de todas as coisas que havíamos feito noite passada.

- Então pelo jeito você não se chama Felipe. - falei, com um sorriso irônico sendo exibido em meus lábios. 

- E você não se chama Isabella. - ele riu também.

- Eu não pensei que iria te encontrar, e que você iria estar jogando, no time do meu pai. 

- Que coincidência essa vida né, bella. - eu revirei os olhos ao ouvir o que ele disse, merda, eu não deveria ter mentido. 

- Pois é ne Lipe, muita coincidência mesmo, mas acho que já tá na hora de você ir treinar né? - dei espaço para que ele voltasse para o campo. 

Ele passou por mim rindo, mas sem antes sussurrar algo que de fato acabou comigo. 

- Só não pense que eu esqueci as coisas que você disse no meu ouvido ontem a noite.

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eaiiii, o que acharam?

espero que estejam gostando <3 


euphoria | Gabriel JesusOnde histórias criam vida. Descubra agora