Piloto

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Eu e minha mãe partimos para Forks. Fazia 38 graus no Brasil, o céu de um azul perfeito e sem nenhuma nuvem. Aquele sol de meio dia radiante. Um ótimo clima para a minha despedida. Tenho certeza que vai ser meus últimos 38 graus por um longo tempo. Eu vestia uma roupa bem confortável por conta da viagem. Uma blusa branca mostrando um pouco a barriga, uma calça moletom cinza claro. - aviões costumam ser bem frios.- E estava com meu tênis branco, que provavelmente não vai ficar dessa cor por muito tempo.
Meu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo bem espojado. Tinha colocado minha blusa moletom na bagagem de mãos com os meus livros e outros pertences.

         No estado de Washington (EUA), há uma bendita cidadezinha chamada Forks

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         No estado de Washington (EUA), há uma bendita cidadezinha chamada Forks. Chove mais que em qualquer lugar do  estado. Além disso, sempre nublado. Eu costumava ir para Forks quando tinha uns 08 a 14 anos, para visitar a minha avó. Costumava passar as férias ou quando era algum feriado especial. Era muito raro a minha avó nos visitar. Ela tem muitos bichinhos e muitas plantas. É uma meta difícil pra ela ter que sair do seu conforto. A casa dela era sempre uma loucura. Mas era muito bom ficar lá. Eu amava estar com ela, era sempre maravilhoso. A única coisa que me deixa empolgada nessa mudança é que eu vou ficar perto dela.
      E então... era em Forks que agora eu me habitava - mesmo eu nada empolgada com isso.
     Eu adorava o Rio de Janeiro. Adorava o sol, aquele calor intenso, o mar. Adorava a cidade vigorosa e esparramada. 

  _ Hoppe - disse minha mãe pela centésima vez, enquanto a gente entrava no avião - eu prometo que dessa vez vamos ficar, não precisa ficar com essa cara emburrada. 

         Eu perdi o meu pai quando eu tinha uns 5 anos. Meus pais eram divorciados. e ele morava em Forks e eu e minha mãe no Brasil. Até hoje fico meio perdida nessa história. Minha mãe não costuma conversar comigo sobre aquela época, e quando eu pergunto ela faz de tudo para mudar o assunto. Desde então, não pergunto mais. Eu não tinha muita noção ainda, tenho poucas memórias dele. Ele costumava me mandar cartas, mas na época eu não sabia ler. Irônico. Minha mãe só me entregou elas, quando eu fiz uns 12 anos. 
Desde então, minha mãe sempre foi 2 em 1. Ela sempre foi muito boa pra mim, temos uma relação incrível. Mas nesses últimos anos por conta das mudanças, nos afastamos um pouco. Eu cresci no Rio, Brasil. Sou carioca na veia.
Assim que eu fiz 10 anos, minha mãe recebeu uma oportunidade de emprego em Las Vegas. O salário era quase o quadripolo que ela tinha no Brasil. Ficamos uns 4 anos lá. Só que não deu muito certo, então voltamos para o Rio. E agora ela foi transferida pra Washington. Então ela decidiu morar em Forks.
Nesses últimos anos, foi os piores da minha vida. Minha mãe trabalhava muito e eu me sentia muito sozinha. Foi a única época em que eu senti falta do meu pai. Na verdade, de um pai. Eu lia, relia mil vezes as cartas que ele me mandava. Mesmo todas elas sendo quase idênticas. Só mudava a data, e alguns assuntos. A única coisa que eu tinha dele era as cartas e as estórias que minha vó me contava dele.
Nunca tive muitos amigos, sempre tive dificuldade de me encaixar nos lugares. No Brasil, eu só tinha o Pedro e a Júlia. Que são amigos meus de muito tempo. Deixar eles, partiu meu coração.
Mas mesmo eu no fundo do poço, sempre dizia para minha que eu estava bem, que tudo estava perfeito. Não queria que ela se preocupasse comigo. Ela trabalhava muito para dar o melhor pra mim. Não queria deixar ela preocupada por besteira de adolescente.

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⏰ Última atualização: Dec 10, 2020 ⏰

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