Dono do Morro

Bia 02

Saio da sala de aula em disparada se eu não correr não chego a tempo no trabalho quando chego no portão de saída da escola vejo ele o dono dos meus sonhos encima da moto com o seu sub do lado e mais um mote de vapor na porta da escola deve está esperando alguma menina que ele pega, não tenho tempo de ficar olhando então sigo o meu caminho se eu chegar atrasada dona Marta me mata.

Entro no bar e já vou para os fundos deixar a minha mochila e colocar meu avental hoje não tem ninguém, mas tem dia que isso aqui está lotado, começo a lavar a louça e quando já estou lavando os copos que são os que eu sempre deixo por último escuto a voz mais sexy desse mundo.

- Qual é o prato do dia hoje? Levanto o meu olhar e dou de cara com ele GM o dono do morro e o cara mais lindo que já vi até hoje.

- Tem estrogonofe de frango ou de carne e carne no molho com legumes.

- Criança deve gostar de estrogonofe de frango né?

- Acho que sim.

- Faz aí uma marmita só de estrogonofe de frango, uma só de arroz e uma só de batata palha.

- Algo para beber?

- Uma coca! Eu viajo nesse cara, mas não deixo que ele perceba porque ele se acha muito e eu não quero ser motivo de piada entre ele e os vagabundos desse morro ele come muito aqui e já vi ele rir da cara de várias meninas o suficiente para saber que eu não faço o tipo dele então piadinha é que eu não vou ser, faço o que ele pede entrego ele paga e vai embora sem nem dar obrigado mal educado continuo o meu trabalho e umas duas horas depois ele volta com uma cara de poucos amigos que da até medo.

- O gordinha trás um litão ai! Pego a cerveja que ele gosta e levo para a mesa dele junto com o copo.

- Não deixa a mesa ficar vazia só vai trazendo.

- Algo para comer?

- Nada. Saio, mas logo volto quando o dono do morro está no bar logo o bar fica cheio de vagabunda doida para dar para os caras do movimento então o trabalho é dobrado, vejo a minha irmã se jogando para o Japa o sub do morro e ele a tratando igual uma vadia eu não falo é nada se ela gosta de ser tratada assim que seja.

Vou só levando cerveja e eles bebendo tem uns que pedem petiscos outros que não pedem nada e eu só vou trabalhando, minha irmã finge que nem me conhece é assim tanto na rua quanto em casa o por que eu não sei todas as vezes que tentei conversar com ela levei foi esporro então nem tento meu pai me trata da mesma forma sou louca para morar sozinha, mas não tenho nem dinheiro e nem idade para isso vivo com eles e é como não viver é cada um no seu canto enquanto eu dou a minha parte em casa eles não fala nada.

Meu quarto é basicamente um corredor largo cabe a minha cama de solteiro e um guarda roupa duas portas e tenho a minha TV que ganhei de aniversário da Dona Marta na parede e mais nada não lembro muita coisa da minha mãe, mas me lembro que o que é meu quarto hoje era a despensa da casa, minha irmã ficou com o quarto que era nosso quando a minha mãe estava viva e meu pai com o quarto que já era dele com a minha mãe não reclamo pois só entro lá para dormir espero que quando eu fizer dezoito anos eu consiga arrumar um emprego e tenha como pagar um aluguel para mim.

O bar vai esvaziando e eu vou aproveitando para arrumar as coisas estou limpando as mesas até que escuto aquela voz no meu ouvido, me viro e é ele o GM olho para os lados e vejo que o bar já está vazio ele me beija e eu devolvo o beijo não fui atrás dele ele que veio atrás de mim eu é que não vou arrega ele me chama para ir com ele, mas eu tenho o meu serviço e não posso perde-lo se não sou expulsa de casa e vou viver de que?

Quando ele Grita a dona Marta e diz que eu estou saindo com ele fico com um pouco de medo mais quer saber foda-se tenho que me arriscar uma vez na vida, ele sobe na moto dele e me ajuda a subir na garupa e olha que nunca pensei que isso um dia poderia acontecer vamos para uma casa que é linda ela parece ser pequena mas é super bem arrumada parece casa de rico ficamos nos beijando até que falo para ele que sou virgem ele sorri e me pega no colo me leva para o quarto e lá tenho a minha primeira vez é mágico foge até do que eu sempre sonhei pois é melhor ele foi tão atencioso foi lindo até, nos amamos a noite inteira e quando não aguento mais caio no sono.

Acordo com o barulho do GM se vestindo sorrio para ele que fecha a cara para mim e ali eu entendo tudo só fui a marmita da noite também nem sei o que eu estava pensando, mas ele vai além me dando dinheiro para comprar pilula do dia seguinte porque não usou camisinha eu não aceito pois tomo anticoncepcional para regular meu siclo então estou protegida e tudo que ele reponte é bate a porta quando sair, escroto do caralho.

Me levanto daquela cama me sentindo um lixo tomo um banho para tirar o cheiro do sexo do meu corpo e vou para casa hoje é domingo teve aula ontem para repor os dias que não teve aula por conta dos tiroteios aqui no morro, quando chego em casa está tudo quieto essa hora não tem ninguém acordado aqui então vou para o meu quarto fecho a porta e me deito choro pela a otária que fui essa hora ele deve estar lá na boca rindo com os amigos de mim da trouxa que fui me entregando para ele.

Consigo dormir um pouco e acordo com o meu celular despertando para eu ir trabalhar meu turno no bar sempre é o da tarde, de longe eu já o vejo sentado em uma das mesas da calçada com a Paloma a vadia da amiga da minha irmã no colo passo direto e nem olho para os lados não vou me machucar eu me recuso a chorar por esse nojento eles pedem coisas o tempo inteiro e eu vou plena como se nada tivesse acontecido entregar GM nem olha na minha cara como sempre fez e eu não faço questão que olhe.

Quando meu turno acaba eu fico limpando o bar dona Marta me ajuda ela não pergunta nada e eu também não falo nada, quanto está tudo limpo ela fecha tudo e eu vou para casa na praça vejo vários carros parados muita gente em volta dançando e bebendo vejo ele parado com um copo na mão rindo com os amigos ele me vê e desvia o olhar eu sigo o meu caminho é doloroso ser desprezada, mas estou acostumada isso não é novo na minha vida chego em casa tomo um banho e deito para dormir já jantei no bar como sempre faço para não ter que comer aqui e ficar escutando piadinhas amanhã tenho que ir para a escola e seguir a minha vida como sempre sozinha fui otária de achar que talvez poderia ser diferente, esse é o mal de quem é carente de afeto qualquer sinal de carinho mesmo que não queira o coração sente esperança que dessa vez seja verdade mesmo sabendo que não passa de pura ilusão.