- Steph, cheguei! – berrei quando entrei pela nossa casa depois dum dia que pensei que nunca mais fosse acabar
- finalmente Marisa! O jantar está no microondas, so tens de aquecer, vou trabalhar que ja estou atrasada – beijou-me a testa e saiu
Sinceramente, não tenho fome nenhuma . Apesar de ter tido aulas até as cinco da tarde e depois ter trabalhado horas sem parar não tenho apetite, deixei a minha carteira em cima do sofa onde estava Blue, o cão mais esperto do mundo.
Fiz-lhe uma festa e ele logo abriu os olhos mostrando alegria ao ver-me, subi as escadas e ouvia as suas pequenas patas a tocar no chão, abri a porta do meu quarto e deixei-a aberta para Blue entrar, tirei a roupa e vesti apenas uma camisola que Nathen deixou cá quando veio visitar-me, amarrei o meu cabelo e notei que tinha de o pintar de novo pois a minha cor natural ja estava a aparecer .
Dirigi-me á mais amada divisão da minha casa e vi o quão arrumada estava, provavelmente Steph tinha dado um jeito. Sentei-me no banco do meu piano e vi que as minhas letras estavam lá tal e qual como as deixei ontem, agradeco que ela nao tenha lido nenhuma.
Começei a tocar, a tentar acabar a melodia que já estava a um bom tempo a escrever mas nenhuma tecla parecia encaixar e estava a passar-me, esta é talvez a letra que mais me toca e a unica que nao consigo arranjar uma melodia.
Desisto depois de fazer mil e uma combinaçoes com as teclas pretas e brancas pois percebi que nao iria encontrar o resto da melodia hoje, vi as horas no meu telemovel e desci, comi um pouco nao so para Steph ter um ataque mas porque a minha barriga começou a falar com o mundo.
Next day, 10 p.m
- Marisa? – ouvi a voz da minha melhor amiga a entrar pelo meu quarto e abrir os estores deixando o sol intenso aquecer o meu quarto numa questao de segundos, esta é, sem duvida a pior maneira de me acordarem.
- o que é que tu queres gorda andante? – perguntei tentando voltar a chamar o sono e ele rapidamente veio
- Mar, por favor, levanta-te!
-por favor digo eu, hoje é sabado Steph!
- é o dia que vamos sempre tentar arranjar mais pistas, anda la! – ela abanou-me e se eu nao a considerasse o meu segundo umbigo eu teria dado um pontape naquela fronha e ter ficado a dormir até eu achar suficiente
- sai! – levantei-me mostrando que ia com ela e ela sorriu como agradecimento, ela saiu e eu fiquei sozinha no meu quarto a pensar no que vestir .
(...)
- eu estou a ficar sem esperanças nenhumas – ela disse depois de uma tarde a correr mais insitituições
- tu vais encontra-la, eu prometi, não prometi? – ela assentiu – tu sabes que o que prometo, cumpro.
Estava cansada de ver a minha melhor amiga neste estado por causa dum filho da puta que lhe tirou o seu bem precioso, a sua filha.
- Mar? – olhei para ela - eu sou uma burra, não é? – ela olhou para mim e vi as suas lagrimas a quererem sair, que ela nao chore por favor, eu nao sei como reagir quando começam a chorar – eu pensei que ele fosse o tal e deixei-me ir completamente – interrompia abraçando-a nao gostando muito de demonstrar afeto mas ela é a das poucas pessoas que me atura – desculpa, eu estou muito frágil.