Capítulo 1

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⚠Não revisado⚠

CLOE ROOSEVELT

Cloe 22 dois anos...

Não precisei que o despertador despertasse aquela manhã, já estava acordada antes mesmo que o sol nascesse, a ansiedade mal me deixou dormi essa noite, por isso fiquei na minha cama, esperando que o tempo passassea lentamente, mas quando faltava poucos minutos para que desse o horário que levantaria normalmente, fui em direção do banheiro para que me arrumasse.

Não perderia tempo.

Hoje finalmente iria conseguir meu sonho! Deus, como está empolgada por esse dia, mal poderia acreditar que meu pai finalmente deixou o seu grosso é desnecessário machismo de lado e me comprou um carro.

Poderia aprender a dirigir em pouquíssimos meses e daí em diante conquistar um pouco de espaço no universo em que vivo. Não que estava reclamando da maneira que fui criada,não é isso, é só uma imensa vontade de me jogar no mundo, fazer tudo que sentir vontade e não depender do que as pessoas vão pensar.

Mas sei que devo obedecer, ser a garota perfeita, e venho sendo desde sempre, por isso acho que mereço esse carro mais do que tudo, pois sou a menina perfeita que meus pais tanto se orgulham de falar.

Me sentei na frente da minha penteadeira depois de ter tomado banho e vestido uma roupa, escovaria os meus cabelos. Cem passada de escova sobre cada lado, esse era um ritual que seguia a cada dia, minha mãe dizia que deixava os cabelos mais macios, volumosos e charmosos. A vaidade era algo que cultivava, nunca me envergonhei de assumir isso a mim mesmo, pois ser elogiada, cobiçada e ser motivo de inveja era exatamente o que gostava de fazer ao sair de casa, por isso apoia passar a centésima vez a escova sobre os meus cabelos loiros, coloquei a minha aliança de noivo em meu dedo, um colar e passei um pouco de perfume.

_Jesus Cristo! _Brianna se assustou assim que passei pela porta do meu quarto empolgada. _Cloe, o seu café da manhã. _Brianna era as poucas mulheres que trabalhava na minha casa, na qual eu dava atenção, talvez por ela ter cuidado de mim quanto era pequena, e olhando aquela mulher com uma idade avançada, segurando uma bandeira de café da manhã me fez voltar uns quatro passos que havia me afastado dela e olhar a comida refinada ali, alguns morangos, um omelete de ricota com espinafre, duas pequenas torradas e um suco aparentemente de laranja.

_Não tomarei café hoje. _disse pegando uns dos morangos da bandeija. _Ele já está aí? _Mordi a fruta já esperando a sua resposta.

_Ele e o senhor Jones estão na garagem.

Sequer me despedir de Brianna, simplesmente apressei os meus passos mais uma vez e descendo as escadas, passei cada cômodo como um raio até me aproximar da garagem e ver meu pai e meu noivo, próximos ao novo carro que ali estava.

Com o sorriso em meu rosto quase rangando as minhas bochechas me aproximei dessa vez de uma maneira mais surtiu.

_Bom dia papai. _O meio sorriso dele deixava claro seu cumprimento, e ainda olhando o carro ele não disse qualquer palavra. _Bom dia George. _meu noivo sorriu me dando um pequeno beijo em minha testa me fazendo sorrir.

_O que achou? _Olhei para o carro na nossa frente e gostaria de chorar de tanta felicidade ao presenciar que aquilo era realmente real, tinha um carro somente para mim. _Estava concordando com o seu pai, que é o modelo mais seguro no mercado, totalmente equipado e pouco consume combustível. O modelo ideia.

Ele era perfeito de qualquer jeito.

Deus como sua pintura brilhava, a cor preta era costume em todos os carros que a minha família tinha, mais dessa vez ali na minha frente tinha um carro vermelho, que reluzia de tão limpo e novo ele era.

Era a coisa mais linda que tinha visto e ganhado.

Independência, Cloe! Independência.

Minha mente gritava ao contemplar o carro.

_Ja posso sair com ele? _me virei sorrindo para os dois homens ali na frente.

_Mais já? _George perguntou sem esconder o sorriso ao me ver empolgada.

_Preciso fazer a prova do meu vestido essa manhã, por que não usar o meu carro.

_Pode usar. _a frase do meu pai me fez sorrir ainda mais. _chamarei o motorista para te levar. _e ali na quase instante o sorriso morreu, estava um mar de confusão naquele segundo.

_motorista? _não tínhamos motorista, papai gostava de dirigir cada carro que possuímos e por isso estranhei sua fala.

_Seu pai contratou um motorista somente para você. _George respondeu ainda com o sorriso no rosto, como se aquilo fosse um acréscimo da supresa.

_Para mim, mas eu pensei que...

_Nenhuma mulher da família Roosevelt, dirigiu um carro, e não irá ser você a quebrar essa tradição. _meu pai me interrompeu me olhando firme, como se disse que tal pensamento de que dirigisse o ofendesse. _Te dei o carro e isso já foi o suficiente, daqui em diante, o motorista a levará.

Naquele instante havia lágrimas nos meus olhos, mais dessa vez era de tristeza, a independência, mesmo que pouca, fui arrancada de mim e olhando ainda o meu pai, engoli qualquer chance de tomar a direção daquele carro.

_O Sr. Brown, será um ótimo motorista querida. _Tentou me animar, e foi secando as minhas lágrimas, levantando a cabeça encarei o meu noivo. _Não seria elegante você dirigir um carro, não é mesmo?

Forcei um sorriso.
_sim é mesmo. _concordei sabendo que era exatamente o que deveria fazer.

Ser a mulher perfeita.

E mulheres perfeitas, não dirigem seus próprios carros, elas tem motoristas.

Motoristas com nomes ridículos.

Brown, bem nome de pobre.

Me aproximei do meu noivo para me despedir, e entrei na porta que ele abriu pra mim, me sentando no lado oposto que o motorista estava, abaixei a minha cabeça e sentir o carro se movimentar.

Seja lá quem esteja dirigindo, não devo olhar, falar ou interagir com o mesmo.

Mulheres perfeitas se tão ao respeito.

Nosso Recomeço #5 Família Brown Onde histórias criam vida. Descubra agora