two.

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demorei mas volteeeeei.

Ela sempre gostara daquele prédio e das exposições que havia ali. Quando Lauren sugeriu que fossem até o café, ela  ficou agradavelmente surpresa. Apreciadora de arte, particularmente a asiática, estivera ali muitas vezes. Subiram os largos degraus de pedra, e Lauren, gentilmente, colocou a mão em suas costas. Um arrepio a percorreu.  Olhou para ela, descobrindo que lhe oferecia um sorriso. Mas ambas permaneceram em silêncio ao se movimentarem pelo saguão, seus passos ecoando pelo chão de  mármore e depois pelo pequeno lance de escada que conduzia ao Tate  Café, no pátio central. Ao entrar, Lauren indicou uma das pequenas mesas sob o teto abobadado. Lá fora, havia estátuas: Buda, Vishnu, Kali. Camila jurava que podia sentir o cheiro das pedras ancestrais além do aroma do café e do chá, disperso no ambiente. Luzes difusas atravessavam os vidros foscos das janelas do átrio, acentuadas pelas arandelas de âmbar com seu sutil brilho dourado.

Era um lugar tranquilo, onde Camila ia com frequência para tomar uma xícara de chá, mas hoje ela estava uma pilha de nervos. Por que se sentia tão excitada? Ela era só uma mulher. E aquela era apenas uma nova entrevista. Ela a ajudou a tirar o casaco e afastou a cadeira para que ela se acomodasse. Gentil, com maneiras à moda antiga. Tudo muito raro naquela cidade cosmopolita. Ela tirou sua jaqueta de couro e colocou-a no encosto da  cadeira, sentando-se relaxadamente, segura de si. Usava uma malha cinza que destacava seus ombros largos. Uma mulher enorme, com uma constituição física de uma jogadora de basquete. Suas feições eram absolutamente moldadas, das linhas angulosas do queixo às maçãs do rosto salientes. Somente sua boca era suave, em total  contraste como resto da face. Sensual também. Camila se virou na cadeira, pegou o cardápio e examinou a seleção de chás.

– O que você vai querer? –, Lauren perguntou.
– Geralmente, misturo chá de jasmim e chá-verde.

Lauren fez um sinal ao garçom e, antes que ela pudesse dizer algo mais, fez o pedido para ambos.

– Espero que você goste de torradinhas de amêndoa –, disse, sorrindo para ela. – As daqui são tão boas como as de Roma. Lá existe um pequeno café, bem perto da praça de Espanha. Você não imaginaria algo tão espetacular em uma área turística. Mas aquele lugar faz os melhores biscotti da Itália.

– Faz anos que não vou a Roma. Mas lembro desses
biscotti e do lugar.

– Estive lá no ano passado, quando voltava para casa
depois de um mochilão na Espanha.
– Você viaja com frequência?

– O máximo possível. Não gosto de ficar em um lugar por muito tempo, embora meus prazos de escritora estejam me prendendo em casa atualmente. Isso me deixa inquieta. Há muito o que fazer no mundo.

Camila se inclinou, deslizando as pontas dos dedos na colher que repousava no guardanapo de papel sobre a mesinha.
– Como o quê?
Deus do céu, eu estava flertando com ela?

– Tudo. – Ela sorriu. – Qualquer coisa. Escalei montanhas no Brasil, fiz mergulho em área de tubarões na costa de Fiji. Fiz caminhadas no Nepal carregando mochila.

– Então, você é uma viciada em emoção.

– Sim, acho que sou. Mas não quero me gabar. São
apenas coisas que gosto de fazer. Para desafiar as
probabilidades. – Lauren deu de ombros, arqueando ligeiramente o canto da boca, em um breve sorriso. – Velocidade. Gosto de minhas motos e de dirigir velozmente, até para testar como controlo a máquina em manobras radicais. Ela estremeceu.

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⏰ Última atualização: Dec 15, 2019 ⏰

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Lúxuria (Adaptação Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora