chapter 01

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"when you grow up, your heart die."
— the breakfast club

Sadie Sink.

Era uma sexta-feira. Eu estava no meu quarto terminando de calçar meus coturnos pretos. Angeline - Chase Atlantic ecoava pelo local em um volume não tão alto e minha voz acompanhava a melodia. Ouvi um barulho vindo da janela e me aproximei da mesma. Era Finn, meu melhor amigo e o garoto por quem eu havia um crush desde meus 8 anos. Ele terminou de passar pela janela e adentrou por completo no meu quarto. Revirei os olhos.

— Por que você não entrou pela porta? — perguntei.

— Por que você tem que ser tão chata? Não enche! — ele fala se sentando em minha cama enquanto me observava. Reviro os olhos.

— Caramba, não lembrava que você conseguia ser tão irritante assim desde a última vez que nos vimos! — falei com um tom de ironia.

— Existem muitas coisas sobre mim que você esquece, Sink, quer dizer, nem tantas coisas assim, qual é, você é a minha melhor amiga! Você sabe tudo sobre mim! — ele fala e dá uma pequena pausa, como se estivesse pensando sobre o que falar em seguinte — Aliás, a última vez que nos vimos foi hoje mais cedo... a propósito, gostei da música, até que você tem um bom gosto musical.

— Me fale algo que eu não sei! — falo dando um sorrisinho convencido e ignorando suas falas anteriores — Agora vamos logo! Se continuarmos conversando vamos acabar perdendo a sessão.

— Já assistimos Clube dos Cinco milhares de vezes juntos, tem certeza de que não quer assistir outro filme ou fazer outra coisa? Podemos ficar andando de skate por aí. — ele fala se levantando. Pauso a música que ainda a pouco ecoava pelo quarto.

— Não tem nada que combine mais com uma sexta-feira do que filmes antigos. — falo enquanto pego-o pelo casaco e vou guiando Finn para fora do quarto. Começamos a descer as escadas e percebo que minha mãe estava no sofá da sala assistindo algum documentário com minha irmã mais nova, que parecia extremamente entediada.

— Nem vi você chegando, Finn! — disse minha mãe, pausando o programa que estava vendo na televisão da sala para olhar para mim e para o garoto dos cabelos cacheados ao meu lado.

— Digamos que eu seja bem... astuto. — ele fala sorrindo para a mesma. Minha mãe retribuiu o sorriso.

— Vocês estão indo ao cinema? — ela pergunta.

— Sim, aliás, estamos atrasados, temos que ir. Até depois, mãe! — falo enquanto vou puxando Finn para o lado de fora o mais depressa possível antes que minha irmã faça algum comentário desnecessário sobre nós dois.

— É, mãe! Não a atrapalhe, ela tem que chegar a tempo de dar uns amassos no Finn enquanto o filme ainda não começa! — minha irmã fala em um tom alto o suficiente para que eu consiga ouvir. Finjo não tê-la escutado mas Finn dá uma risadinha.

Eu e Finn temos uma tradição: sair para algum lugar todas as sextas-feiras possíveis. Na maioria das vezes vamos ao cinema da cidade por conta da minha paixão por coisas antigas já que, uma vez ao mês, o cinema exibe algum filme dos anos 70, 80 ou algo do tipo, por isso, eu e Finn optamos por assistir essas sessões especiais na maior parte do tempo.

Finn e eu vamos em direção ao seu carro, para ser mais precisa, um Chevrolet Camaro de 1979 azul escuro. Foi um presente de aniversário de quando o mesmo fez 15 anos e agora, eu e ele com 16 anos, costumamos passear no carro. Às vezes Finn simplesmente dirigia o carro sem rumo por aí enquanto eu ficava no banco do passageiro, apenas sentindo a brisa bagunçando meu cabelo. Deixávamos algum disco do Nirvana, The Cure ou coisa do tipo, tocando enquanto cantávamos como loucos.

generation why [fadie]Onde histórias criam vida. Descubra agora