O garoto do trem

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  Pessoas andando rápido e uniformemente em uma só direção, todos pareciam robôs, sem pensamentos apenas fazendo o que lhes foi designado a ser feito. Na realidade, ela era apenas mais uma daquelas pessoas, estava seguindo aquele mesmo fluxo em direção a um vagão de trem.

  Provavelmente apenas mais uma que se sentia insatisfeita com o rumo que a própria vida havia tomado. Que estava indo para um lugar onde não queria estar mas precisava, afinal, era o seu ganha pão.

  Havia desistido dos seus sonhos por medo de tudo dar errado, não tinho o direito de reclamar como as coisas estão afinal, as coisas só estavam assim por conta da sua covardia.

  Entrou no trem junto com os outros assim que as portas do mesmo se abriram, conseguiu achar um cantinho na vagão onde conseguia ficar confortável e sem medo ser incomodada por algum cara.

  Sua estação era a última ela trabalhava bem longe da sua casa, em um local meio isolado. Ela via pessoas entrarem e saírem do vagão e gostava de fantasiar sobre a vida de cada um que passava sobre seu campo de visão.
Essa era definitivamente a coisa que mais lhe agradava em seu dia a dia.

  Até que um homem que aparentava ter por volta de uns 25 anos entrou no vagão, ele carregava um violino fora de sua capa e usava roupas que pareciam de outra época. Aquele homem era bem distinto de todos os outros que passavam por aquele vagão diariamente. Seus olhos fixaram no homem e ela observava cada passo do mesmo sem pudor algum.

  Até que ele sentou a cerca de 3 metros da moça que lhe observava, ele pegou seu violino, fechou os olhos e tocou. Tocou como se só houvesse ele e aquele violino no mundo todo, apesar de seus olhos permanecerem fechados ele não errava uma nota sequer.

  A garota parecia sentir todas as emoções que o garoto sentia, a cada acorde tocado mais imersa a garota ficava. Ela reconhecia a música tocada, era uma balada de Chopin, No 1 Op 23. Ele tocava sem o acompanhamento de um piano, no entanto a música não perdeu sua essência.

  Sem perceber uma lágrima solitária escorria pela sua bochecha e era como se um peso tivesse sido tirado dos seus ombros e ela tivesse se libertado de suas próprias amarras.
 
  Na estação seguinte ela saiu do vagão decidida com que faria. Ela lutaria pelos seus desejos sem medo.

  Ela seria pra sempre grata ao garoto do trem.

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⏰ Última atualização: Aug 13, 2019 ⏰

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