006

1.4K 105 33
                                    

                                  ∆

··· Melissa

Após Sebastian receber o telefonema, tratei de subir para meu quarto, aliás, os funcionários logo chegariam. Ainda cedo resolvo descer, apesar dessa curta viagem que minha mãe fez ela fez questão de me deixar coisas para fazer. Argh. Organizou uma tal reunião para me apresentar a esse "novo mundo" que "entrarei de cabeça", palavras dela. Quem aguenta? Melissa purinha: modo ativar. 

Após a cansável procura pelo papel que mamãe havia deixado com o nome das pessoas que iriam vir mais tarde, passo pela cozinha em busca de Sebastian. De cara encontro Hannah conversando no telefone.  

- ... bem de manhãzinha ele foi me buscar! É, ele havia me dito ontem que me buscaria, porque eu pedi né, aí liguei para ele e o mandei subir... O idiota não subiu, eu já estava o esperando pelada, praticamente. Não sei, aposto que tem alguma na jogada. Descobrirei logo... Sim, adeus.

Então foi ela que o ligou. E ainda levou um bolo... Bem feito. Mas é claro que ela levou um bolo. É claro...

— Bom dia, Hannah. Você já está sabendo da reunião que haverá aqui hoje? 

— Sim, Melissa. — Hum, referiu-se com meu primeiro nome... Nem Sebastian foi tão ousado assim.

— Tudo bem, você viu Sebastian? 

— O que quer com ele? — diz apressadamente.

Como assim? Sou eu que faço as perguntas aqui, ora essa.

— Perdão, mas é algo pessoal. —faço a cínica — Você o viu? 

— Não, assim que ele me deixou aqui saiu... não sei para onde foi. — me olha de cima a baixo desconfiada.

Assenti com a cabeça e saí da cozinha. Sei que ela e Sebastian já tiveram algo, mas pelo visto somente ele superou isso. Tenho que ficar de olho nela.

A reunião só aconteceria a tarde, mas já estavam arrumando o local. Alguns funcionários passavam com cadeiras e algumas almofadas. As vezes esqueço o quão ricos meus pais são.

Vou até a varanda que seria o local e me sento na grade de madeira. Sentirei falta da paz que essa parte da casa me dá, me sinto livre com o vento balançando meus cabelos e meu vestido.

Olho para as pessoas que estavam ali arrumando tudo.
Sinto uma presença e um perfume não familiar subir às minhas narinas. Me viro em busca de ver quem estava ali.

Carlos, o jardineiro, se aproximava de mim.

— Olá, senhoria Melissa. Tem um tempo para uma palavra? — Ele tira o chapéu.

— Sim, pois não? — pulo de onde estava sentada e faço menção para ele sentar-se no sofá que havia ali.

— Bem, primeiramente gostaria de parabenizá-la por essa sua missão. Sou muito religioso também. — Ele sorri.

— Amém, né?! — Falo supetão — Digo, Amém. Que bom, o mundo precisa da sua devoção.
 
— Bom, minha esposa estava com o mesmo problema de sua mãe. Teve um problema sério na primeira gravidez, menina, foi um susto.

Passo a ouvir a história com mais atenção e interesse.

— Daí lembrei da história de vocês, e contei a ela e nós pensamos em prometer a nossa próxima criança também, é claro... E agora minha esposa está grávida da nossa segunda criança e pensamos se...

— Não! Não faça isso. — Vejo o homem ficar com cara de espanto — Não coloque tamanha responsabilidade em alguém que não pediu nada disso. Sei que parece o ideal, seja por devoção, pelo sacrifício... Mas não, não o faça. A criança tem o direito de viver a vida como ela quer, de escolher o que quer fazer quando crescer. Não tire isso dela, ela não tem culpa em nada disso e nem pediu por isso.— Eu encaro o homem. — Eu... não é fácil. Não é. — Creio que não vai fazer mal desabafar com ele...

Pure • Sebastian Stan Onde histórias criam vida. Descubra agora