O bar fedia a cerveja velha e mijo. As mesas de madeira estavam podres e cheias de fungos. O velho Al enchia as canecas com a cerveja e jogava as no balcão, as fazendo deslizarem até o cliente que havia pedido, e no caminho a espuma entornava no balcão sujo, fazendo uma poça de lama, cevada e poeira. No lado esquerdo do balcão, uma fila se formava, indo até a parte detrás do bar, desembocando em um quarto. Todos que ali estavam, os carroceiros, capatazes, vendedores de escravos e velhos bêbados combinavam perfeitamente com a "Tenda do Al", pareciam ter nascido junto com aquele lugar, todos, exceto um. Matt era um rapaz branco, com roupas bem cortadas, e havia chegado ali saindo de uma elegante charrete. Quando o rapaz entrou no bar, houve aquele segundo de silêncio, quando o bando identifica alguém que definitivamente, não pertence àquele lugar. Ele entrou, portando uma bengala decorada com ouro em sua base, desabotoou o palitó e sentou se na ponta do bar, na última cadeira. - Um uísque duplo, por favor. -Sim, sinhô, é pra já - respondeu Al, dando lhe um sorriso com alguns dentes a menos. Al pegou uma garrafa de vidro embaixo do balcão, e despejou o líquido avermelhado no copo de vidro, depois virou a garrafa novamente e despejou mais um pouco. Fez o copo deslizar até Matt, que agradeceu com um aceno de cabeça. Matt olhou ao seu redor, observando cada detalhe, cada homem imundo e miserável daquele lugar, notou as portas de vai e vem pelas quais tinha entrado, e notou uma saída de emergência na parede a esquerda do bar. Ele sabia que o fato de ter ido até aquele lugar poderia acarretar lhe alguns problemas. Segurou a bengala mais firme, sentindo suas mãos suarem. Bebeu o uísque, batendo o copo no balcão, sentindo um olhar cair sobre si. Quando olhou a sua direita, havia um homem lhe encarando. -Perdido aqui, meu chapa? Precisando de ajuda? - era um homem com uma barba ruiva imunda pingando gotas de cerveja, com uma caneca na mão. -Não estou perdido. Agradeço lhe a preocupação - respondeu Matt em tom firme, apertando tanto a bengala que sentiu a mão se ferir. O ruivo analisou Matt e sorriu amavelmente com dentes amarronzados e levantou seu chapéu. -Estamos às ordens, meu chapa, precisando de ajuda estamos aqui - disse o ruivo, apontando para mais quatro homens sentados à mesa, todos encarando Matt e sorrindo silenciosamente para ele. Matt não sorriu de volta, virou novamente para o balcão, pegou seu relógio de ouro em seu bolso interno para verificar as horas e pensou: "Meu chapa", que tipo de linguajar é esse? Como se pode dizer uma gíria dessas, por isso eles não evoluem... será que para andar nas ruas... - Próximo! – uma mulher gritou. Então, o rosto de Matt se iluminou. Ele ouviu a voz do anjo, era como se mil harpas houvessem tocado a mais lindas das sinfonias. Não ouvia mais nada, não via mais nada, precisava dela, precisava vê-la. Já faziam meses desde que seu maldito pai havia mandado a embora da cidade, e desde esse dia Matt a procurava, de cidade em cidade, de bar em bar. Desesperadamente ele seguiu a voz que ouvia todas as noites quando ia dormir, a voz que dizia que lhe amava, que o desejava tanto quanto ele a ela. Levantou-se rapidamente e foi em direção a esquerda do balcão, na parte detrás do bar, e a viu. Não conseguiu vê-la por inteiro, pois a fila de homens o atrapalhava a visão. Haviam uns doze homens em pé, enfileirados, tomando cerveja, conversando, e essa fila acabava no quarto onde Emanuelle estava. Quando Emanuelle avistou Matt, ela ficou paralisada. Não esperava que ele fosse lhe procurar tão longe. Achava que finalmente aquele menino a esqueceria. Havia passado bons momentos com ele, ele era sempre carinhoso e atencioso. Quando estava com ele não se sentia a Emanuelle, a puta, ela era apenas Marie, a mulher. Quando o pai de Matt lhe ofereceu dinheiro para ir embora, ela aceitou sem titubear, porque ela amava Matt, e sabia que ele nunca seria feliz, nunca teria uma vida digna se continuasse apaixonado por uma puta de quase quarenta anos. Ela foi embora para longe, deixou Matt e Marie para trás, e agora voltava a ser a Emanuelle, a puta, pela qual os homens faziam fila na porta do seu quarto. Matt não combinava com aquilo, com aquela história, com aquele lugar. - Oh, docinho, vai ficar aí na porta olhando, parada?! Quer me chupar aqui mesmo? Não tenho problemas com plateia não! - disse o homem que estava na porta do quarto, pegando Emanuelle pelo braço. - Calma, só preciso de um segundo. Vou pegar água no bar e... - respondeu Emanuelle, sem tirar os olhos de Matt. - Calma uma porra! Tô esperando aqui há uma hora! A única água que a madame vai tomar é aqui do meu pau! - berrou o homem e gargalhou, e todos gargalharam também. - Tem razão, já tô cheio de esperar também! Também vou entrar nessa porra de quarto! Água, o caralho! - disse outro homem, segurando Emanuelle pelo outro braço.-Ah, então vamos os três! Puta não tem direito a hora de almoço não! Quer um café também? - disse o terceiro homem, um gordo e puxou o vestido de Emanuelle, deixando os seios dela a mostra.-Me larguem seus imundos, me deixem - ela se debatia, e gritava - FRANCIS, FRANCIS, CADÊ VOCÊ?!-Seu cafetão não está aqui, putinha! Você tá sozinha, você é nossa... -gritou o gordo, enquanto outros a arrastavam para o quarto. Emanuelle estava desesperada, não se importava de ser violada por aqueles homens imundos, já estava acostumava a eles, seria até mais rápido assim, mas ela só conseguia pensar em Matt, no que ele pensaria, no que ele faria, ela conhecia o temperamento dele e sabia que as coisas não ficariam assim. Tinha medo do que poderia acontecer com ele e...-Ahhhhhhhhhhhh!Filho da puta! - gritou o gordo desesperado ao olhar sua mão caída no chão, e o toco no fim de seu braço jorrando sangue. O sangue cobriu o rosto e os seios de Emanuelle que também gritava. Por trás de toda aquela confusão, ela viu os olhos verdes de Matt faiscarem e viu a espada com base de ouro na sua mão. Adeus Matt, e se jogou dentro do guarda-roupa e o trancou por dentro. Só o que ela ouvia eram gritos, choros, o barulho da espada decepando membros, cortando o ar, e rezou uma ave Maria pelo seu amado. Matt estava louco. Ele sabia da profissão dela, isso não era empecilho pro tanto que a amava. Ele havia se contido muito bem até quando o homem gordo deixou os seios de Emanuelle descobertos. Não é coisa que se faça com uma dama, pensou Matt, e a partir daí, não viu mais nada. Ele desembainhou a espada que guardava dentro de sua bengala, e tudo começou. Empurrou os homens que estavam a sua frente, alguns saíram correndo, gritando ao virem Matt com seu olhar de louco empunhando uma espada entrando no quarto. Decepou a mão do gordo que ousou desnudar Emanuelle na frente de todos. Ouviu-a gritar, e quando se olharam, reconheceu o olhar de medo nos olhos dela, e agradeceu a Deus por ela ter se escondido, pois não desejava que ela visse o que ele iria fazer. O gordo gritava enlouquecido olhando sua mão caída no chão. Matt olhou para ele, sorriu, e com um movimento, decepou a outra mão do homem. -Quero ver desnudar uma dama novamente, seu miserável. O homem veio correndo para cima de Matt, como um touro, com a cabeça à frente, com os tocos que jorravam sangue pra trás do corpo, Matt apenas desviou, e a cabeça do homem se chocou contra a parede, fazendo o cair no chão. Matt ergueu sua espada, cravou a nas costas macias do homem e o ouviu arfar e cuspir sangue no chão. Fez a espada penetrar nas costas gordas do homem mais duas vezes. Matt sentiu uma onda de paz invadir seu corpo, assim como toda vez que ele fazia a justiça acontecer com suas próprias mãos. Lembrou-se dos outros dois homens que estavam no quarto, e colocou se em guarda novamente. Um deles estava sentado no chão, tremendo, com as calças molhadas e uma poça de urina ao seu redor. Matt achou aquilo muito repulsivo e decidiu matar o terceiro homem na frente dele, para que ele aprendesse uma lição. O outro homem estava com um punhal, e o mantinha apontado para Matt, fazendo movimentos circulares, mantendo a posição sem ficar de costas para Matt nem um segundo. Esse aí ao menos teve algum treinamento, ou cresceu nas ruas, pensou Matt. O homem avançou dando passos rápidos para frente e pra trás, apunhalando na direção do rosto de Matt, que recuava. Os homens continuaram essa dança da morte, até que Matt estava com as costas coladas no guarda roupa que Emanuelle se escondera. O homem do punhal sorriu com um sorriso vazio, e Matt pensou que dentes não deveriam ser muito necessários naquela cidade. Ao sentir-se encurralado, Matt fez o que seu mestre sempre pediu que não fizesse, agisse covardemente. Com um rápido movimento, ele abaixou o corpo, com a mão que empunhava a espada ele fez um arco, e decepou as duas pernas do homem abaixo dos joelhos. Matt deu um passo para o lado, e homem caiu em cima de seu próprio punhal, na altura do peito, fazendo uma poça de sangue ao redor de seu corpo. O homem ainda vivo se debatia, resmungava e xingava coisas ininteligíveis, e Matt olhava, esperando o momento em que ele morreria. Até que ouviu um disparo. Alguém havia pegado uma arma e estava entrando no quarto. Matt olhou ao redor, e viu uma janela, sem pensar duas vezes, içou se para fora do quarto, a tempo de ouvir o tiro atingir o parapeito da janela. Matt se agachou e foi se esgueirando pela parede até a esquina do bar. Espiou da quina da parede e avistou o homem ruivo que havia falado com ele quando estava no balcão. O ruivo gritava e brandia a espingarda prum lado e pro outro no parapeito da janela. Matt sentou se no chão, respirou fundo e começou a traçar um plano na sua cabeça, quando percebeu que não estava com sua espada. Deve ter deixado no quarto e quando pulou não se lembrou de levá-la consigo. Matt estava assustado, desesperado para achar alguma arma, olhando ao redor, e nos fundos do bar, ele avistou uma grande rede de pesca, já esburacada, amontoada num canto. Já sei o que fazer, Emanuelle, estou indo buscá-la, meu amor, sussurrou Matt. Francis sabia que aquele riquinho era encrenca. Por isso quando o viu chegar, com sua bengala e relógio de ouro, fez questão de ir falar com ele para mostrar que o lugar aqui tinha dono. Chamou os rapazes e pediu que fossem atrás da charrete que o garoto tinha vindo, e ele foi buscar o revólver que havia deixado no quarto quando comeu uma puta mais cedo naquele dia. Francis tinha a barba ruiva, com o rosto marcado de cicatrizes, mas não era um cara mau. Ele apenas teve que conviver com as escolhas que impuseram a ele. Odiava armas e facas, mas devido a sua criação, teve de aprender a usá-las e conviver com elas. Subiu lentamente a escada e entrou no quarto procurando o revólver, quando ouviu seu nome: FRANCIS, FRANCIS! CADÊ VOCÊ?!! Não teve tempo de procurar, decidiu que usaria a velha espingarda de Al. Desceu as escadas correndo, e viu homens correndo desesperados e na mesma hora procurou o riquinho, e ele não estava lá. Teve certeza que ele aprontara alguma. Pegou a espingarda, carregou a com munição e foi em direção ao som horrível de gritos que provinha do quarto em que uma puta estava trabalhando. A quantidade de sangue que viu quando entrou no quarto, o deixou surpreso. Parecia que cem homens haviam encontrado seu fim ali. Olhou pra baixo e viu duas mãos decepadas boiando em sangue vivo, ao lado de dois pés que ainda espirravam sangue. Ele estava perplexo, olhando ao seu redor quando viu um homem sentado no chão, pálido como se tivesse visto um fantasma. O homem levantou as mãos em sinal de rendição e apontou para a janela. Francis viu um vulto pulando a janela e atirou. Passou perto, mas não o suficiente para atingir o fugitivo. Foi para a janela, olhou para um lado e para o outro e não viu ninguém, mas quando voltou para o quarto, viu ao lado do homem sem pés que se debatia, a base de ouro da bengala, que agora ele via que na verdade era uma espada. Encheu-se de ódio, pegou a espada no chão e foi atrás dele. Matt esperava o ruivo e seus quatro capangas, mas apenas o ruivo apareceu. Matt havia subido por uma escada de incêndio e esperava para lançar a armadilha, quando viu o ruivo se aproximar, com sua espada em punho. Teve de se controlar para não gritar, para não perder o controle ao ver sua magnífica espada na mão daquele homem desprezível. O ruivo caminhava com cuidado, olhando para todos os lados, cauteloso e sorrateiro. Os olhos de Matt faiscaram e ele sorriu. Lançou a rede em cima do ruivo, que ficou rodando em círculos como um louco, sem entender o que tinha acontecido. Matt pegou o cano de ferro que estava ao lado da escada e mirou na cabeça do homem, que embora estivesse atordoado conseguiu desviar. Matt ficou enlouquecido por ter errado e viu com desespero o homem cortar a rede com a espada. Não teve escolha, saltou os quatro metros que o separavam do ruivo, e rezou pra não cair em cima da espada. Francis sabia que ele teria virado a esquina do bar, e foi atrás dele. Ele havia visto o que o riquinho fez com os outros homens, então estava atento e cauteloso em relação a ele. Esgueirou-se pelo beco, procurando-o. Então sentiu que algo o prendia, o agarrava, ele lutou contra aquilo, quando sentiu algo em sua direção. Desviou-se para a esquerda, e a barra de ferro caiu aos seus pés. Viu que era o riquinho o responsável por aquilo, irou-se e com a espada começou a rasgar a rede, estava quase livre quando sentiu uma pancada que o levou ao chão. Os dois homens começaram a se engalfinhar, ainda envoltos pela rede de pesca, assemelhavam-se a dois peixes fora d'agua, lutando para sobreviver. Matt conseguiu liberar uma das mãos e deu um soco seguido de uma cotovelada no rosto de Francis, que cuspiu uma borra preta avermelhada de sangue e dentes. Matt conseguiu se soltar e estava se arrastando para alcançar a espada, quando Francis segurou sua perna, e lhe mordeu. A perna de Matt explodiu de dor e ele não conseguiu se mover por alguns segundos, e foi o tempo suficiente para Francis se sustentar nos braços e alcançar a espada. Matt viu os músculos de Francis se contraírem, se torcerem para a esquerda ao realizar o movimento da espada em direção ao seu pescoço, e sua única reação foi abaixar, deitar se no chão, e viu o brilho prateado de sua espada passar rente ao seu nariz. Francis ficou boquiaberto por ter errado seu alvo e olhou intrigado para a trás por um instante. Neste instante, Matt ergueu a perna boa e lhe deu um chute no meio do rosto, estilhaçando seu nariz, fazendo sangue jorrar no chão de terra. Matt se levantou mancando, pegou a espada e sem hesitar cravou-a no rosto de Francis. Francis urrava, suas mãos em garras se movimentavam inutilmente, suas pernas se debatiam, era tudo em vermelho, não conseguia enxergar nada. Matt retirou a espada que havia entrado entre os olhos, e acertou o olho esquerdo de Francis, ouvindo o som do olho se partindo, retirou a espada e cravou no olho direito. Francis não se mexia, mas Matt não estava satisfeito, e retirou a espada e voltou a dar diversas estocadas no rosto do homem aos seus pés. Sentia a pele macia ceder à firmeza de seu aço, e isso lhe deixava muito satisfeito, lhe dava prazer. Saboreava cada movimento, cada retirar da espada que fazia mais sangue e pedaços de carne retorcida voarem ao seu redor. Ouviu vozes e passos, e teve que parar. Puxou sua espada mais uma vez e limpou-a na calça do homem que jazia ao chão. Achou um trapo velho perto de umas latas de lixo no beco, e embora o cheiro fosse nauseante, cobriu seu rosto e foi na direção oposta do bar. Quando entrou na rua, avistou o velho que lhe havia vendido o uísque com a arma na mão e voltou para o beco, passou pelo homem caído e avistou uma porta aberta na construção ao lado. Ao dar o primeiro passo, teve a sensação de ser observado, e ao olhar para trás, viu uma coisa vermelha, desfigurada, enlouquecida, correr em sua direção com a barra de ferro. Matt não teve tempo de reação, ele apenas fechou os olhos e deu um passo para trás. Ave Maria que está nos céus, ave Maria cheia de graça, rezava Emanuelle quando ouviu um tiro. Não sabia o que imaginar, o que poderia ter acontecido. Será que Francis havia matado Matt? Ouviu atentamente, e percebeu uma voz que parecia com a voz do Francis. -Esse desgraçado pulou a janela! Cadê aquela puta? Ela foi com ele? Você viu o que aconteceu, seu bastardo?!! - ele gritava com alguém no quarto. Emanuelle torceu para que ninguém a tivesse visto entrar ali, e não ouviu a resposta que o homem teve, só ouviu o som de aço, que imaginou ser a espada de Matt e depois silêncio. Esperou uns minutos e se arriscou a sair do guarda roupa, mas algo a impedia de sair, ela teve que forçar a porta para conseguir colocar a perna para fora para se içar de dentro do guarda roupa. Quando saiu viu que o homem que havia lhe segurado pelo braço jazia morto, sem as pernas. E no canto oposto do quarto, o gordo que lhe despira estava morto, com as mãos em uma poça de sangue bem distante de seu corpo. Esse é o meu Matt, pensou. Sabia que tinha que ir embora dali, que Francis a mataria por toda essa confusão que ela havia causado. Pegou um saco de pano embaixo da cama juntou algumas roupas e pegou o mais importante, a arma que havia roubado de Francis, depois de treparem mais cedo naquele dia. Aquele imbecil nem deu falta disso antes e deve estar louco procurando agora, sussurrou Emanuelle. Sentiu o aço frio entre seus dedos, e sorriu. Achou mais seguro pular a janela, e sair pelo depósito que ficava ao lado do bar. Ao entrar no beco se deparou com um monstro, um homem sem face manejando cegamente uma barra de ferro para cima de MATT?! Tentou gritar para Matt sair de lá, mas nada saiu da sua boca, ela não conseguiu pronunciar nenhuma palavra, mas teve forças de levantar os braços e puxar o gatilho. Três tiros. Nas costas de Francis. Emanuelle estava ainda parada com a arma em punho quando Matt abriu os olhos. Eles se olharam por alguns segundos, e ele sorriu para ela, de forma tão carinhosa, que ela sem pensar caiu em seus braços. Ficaram abraçados por um tempo, até ouvirem os passos e vozerios atraídos até lá pelos tiros. Emanuelle guiou Matt pelo deposito, eles desceram escadas e passaram por diversos portões, até que chegaram ao esgoto da cidade. Emanuelle olhou para Matt, sorriu e lhe passou a mão pelo rosto ensanguentado.-Vamos ficar juntos, por favor? Não aguento mais passar por tudo isso só pra tê-la, Emanuelle. Seja minha. Só minha – implorou.Emanuelle pousou os dedos nos lábios de Matt para que ele ficasse em silêncio. Ela sorriu e lhe disse com voz de anjo: -Me chame de Marie. Esse é o meu nome, querido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sangue e Honra
Short StoryA luta pela honra da mulher amada vale a pena em qualquer circunstância, mesmo que haja mais sangue do que honra no fim do caminho?